Por Daniel Klein, Historiador formado pela Universidade Federal do Acre, UFAC, atualmente cursa o Mestrado em Letras dessa mesma instituição. Funcionário público estadual enquadrado como historiador do Departamento de Patrimônio Histórico e Cultural do Acre, DPHC, e professor efetivo da cadeira de Estudos em História da UFAC.
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Introdução[2].
Na madrugada de um dia no final de dezembro de 1988 o bispo da então Prelazia do Acre e Purus Dom Moacyr atende ao telefone de sua casa. Do outro lado da linha uma voz lhe diz: “Quero avisá-lo de que o senhor está marcado para morrer”.
Após o aviso Dom Moacyr se põe a escutar a confissão de Carlos Pereira da Silva, assassino profissional de Goiânia que tinha sido contratado para matá-lo e que naquelas alturas tinha se arrependido do trato. Disse ao bispo que ia somente roubar carros dali para frente.
Informou a Moacyr também que foi o delegado Enoch Pessoa que fez o contrato com ele. Precavido o bispo tratou logo de dar publicidade ao caso local e nacionalmente, divulgando o acontecido e os nomes dos envolvidos[3].
Carlos Pereira da Silva certamente não quis se envolver em mais um crime no Acre, tendo em vista o recente assassinato de Chico Mendes que estava sob forte investigação e motivava, inclusive, visitas de políticos de outros países a Xapuri[4].
Por outro lado os integrantes de organizações criminosas no Acre queriam atuar com mais profissionalismo, tentando escapar do amadorismo que envolveu a morte de Chico Mendes. Foram em Goiânia procurar assassinos profissionais para matarem uma outra personalidade política forte ligada à esquerda no Acre, Dom Moacyr.
Naqueles dias o assassinato de uma liderança campesina, sindical ou eclesiástica valia entre seiscentos mil a quinze milhões de cruzeiros em centros de pistolagem como Marabá, no Pará, Imperatriz, Maranhão ou em Goiânia mesmo.
Só no ano de 1985, após as primeiras desapropriações do Plano Nacional de Reforma Agrária, foram assassinadas mais de sessenta e quatro pessoas por encomenda na Amazônia brasileira. No ano seguinte foram setenta e uma e em 1988 outras vinte e cinco[5].
Os conflitos pela posse da terra na Amazônia movimentavam um comércio grande e lucrativo envolvendo organizações criminosas. O assassinato de lideranças era a estratégia utilizada por grandes fazendeiros para expulsarem antigos seringueiros de suas colocações, pequenos agricultores ou intimidar os movimentos políticos organizados.
Marcado para ser o próximo da lista do Sindicato do Crime de Xapuri e Brasiléia, Moacyr era para ser o último de uma extensa lista de pessoas que morreram lutando, no Acre, contra grandes latifundiários que grilavam, compravam ou invadiam terras de antigos seringais. Por sorte Carlos Pereira da Silva entregou esse cartel, salvando meio que sem querer a vida do bispo.
O texto que segue é, portanto, uma análise narrativa sobre os conflitos que circundam a morte de Chico Mendes, tentando demonstrar as ações de grupos organizados tanto ao lado dos fazendeiros quanto dos seringueiros no processo de modernização do campo no Acre nos anos 80, enfatizando os conflitos surgidos a partir de então.
O Sindicato do Crime de Xapuri e Brasiléia.
O Sindicato do Crime de Xapuri e Brasiléia é uma denominação muito apropriada e empregada por grupos de esquerda, mídia e até pela polícia na época do assassinato de Chico Mendes para identificar um grupo organizado em torno da família Alves. Esse grupo tinha diversos contatos, amigos e aliados, mas seu núcleo central incluía basicamente os senhores Alvarino, o seu irmão Darli, os filhos desse, Oloci, Darci e Darlizinho. Integrando esse sindicato familiar, mas em uma posição de mão de obra armada e contratada para executar qualquer trabalho envolvendo desde torturas, intimidação verbal até assassinato, temos os irmãos Pereira: Antonio, o ‘Mineirinho’ ou Jardeir, Amadeus e Sérgio[6].
As relações próximas, amigáveis e de contrato entre os Pereira e os Alves surgiram ainda no Paraná, quando conheceram-se. Ao que tudo indica há um pacto entre elas muito forte, porque Mineirinho e seus irmãos chegaram ao Acre por volta de 1982, fugidos do lugarejo Salete Brasil no Paraná, quando vieram se socorrer junto aos Alves de justiceiros que queriam assassiná-los em represarias contra alguns crimes que cometeram[7].
O Sindicato do Crime e seus aliados reuniam-se com freqüência na fazenda Paraná de Darli Alves para discutir compra de terras, venda de bois e, principalmente, sobre a interferência do movimento organizado pelos seringueiros, que resistiam ao avanço da pecuária na região e aos interesses desse grupo.
Participavam das reuniões algumas figuras da política local como o ex-prefeito de Xapuri, Wanderlei Viana, Antonio Magalhães, delegado aposentado da cidade, e o então escrivão Odilon Alves, irmão paterno de Darli e Alvarino. Todas elas eram acompanhadas pelos pistoleiros Vilmar Carneiro, o ‘Cearazinho’, Francisco Lourenço, ‘Cearazão’, José Candido, o Zezão, e Gentil Alvez, o Tilin, que era filho de Alvarino.
O pistoleiro Custodio Moulaz, que tinha sido preso em 29 de janeiro de 1989, disse as autoridades que esse sindicato tinha uma lista de pessoas a serem assassinadas e que incluía Osmarino Amâncio, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia naqueles dias, Julio Barbosa, presidente do STR[8] de Xapuri, José Alves, irmão de Chico Mendes, Dom Moacyr e outros[9].
A estratégia era minar toda a organização política do movimento dos seringueiros de Xapuri e Brasiléia, bem como suprimir suas alianças.
O primeiro a ser executado da lista era, obviamente, Chico Mendes. Antes dele muitos outros foram assassinados como Wilson Pinheiro, morto em 1980 dentro da sede do STR de Brasiléia por um pistoleiro contratados por fazendeiros da região. Esse assassinato, em particular, deu início às ondas de assassinato de lideranças e teve o objetivo de minar a resistência seringueira contra a pecuária extensiva, tendo em vista que esse STR foi a segunda organização sindical do Acre, tornando-se referência para as demais que vieram depois[10].
Na noite do dia 21 de julho Wilson Pinheiro estava assistindo a um programa televisivo por volta das oito e meia, quando foi alvejado pelas costas caindo morto em seguida. Na manhã seguinte mais de mil e quinhentas pessoas participaram de seu velório na igreja matriz de Brasiléia, onde foi rezada uma missa e muitos discursaram, incluindo o padre Cláudio Avalone, que disse:
“...o importante não é descobrir o nome de quem assassinou Wilson, porque já sabemos: são aqueles que juntam terra sobre terras, têm poder econômico e político para poder pisotear sobre os trabalhadores (...) condenando este ato de violência, a Igreja do Acre e Purus, mais uma vez, coloca-se ao lado dos trabalhadores na luta pela construção de uma sociedade mais justa...”[11]
Não houve um julgamento formal do caso de Wilson Pinheiro nem muito menos uma investigação mínima sobre as redes de relações que levaram ao seu assassinato. Abertamente na Amazônia daqueles anos grupos de criminosos pululavam por todo canto e exemplos de impunidade não faltam, tanto é que isso foi, também, fomentando cada vez mais a formação de grupos de extermínio.
No Pará, por exemplo, os deputados Paulo Fontenelles e João Carlos andavam sempre com escoltas por causa de seus trabalhos em favor de pequenos agricultores. Os fazendeiros da região os perseguiam abertamente e sequer falava-se em reprimir tais atividades. No Maranhão, por sua vez, a situação era mais crítica.
Em maio de 1986 em pleno centro da cidade de Imperatriz o padre Jaime Moraes foi morto com tiros a queima roupa por Geraldo Rodrigues. Padre Jaime trabalhava na coordenação da Pastoral da Terra no Maranhão e denunciava há anos assassinatos, grilagem de terras e outros crimes de fazendeiros no estado. Em todos esses casos nenhum dos mandantes dos crimes foi preso, somente um ou outro pistoleiro[12].
O alcance dessas organizações criminosas era muito grande, incluindo atividades que não se voltavam apenas para o assassinato de lideranças. A intimidação dessas eram práticas correntes. Muitas resolveram mudar-se de suas colocações ou colônias para não serem perseguidas.
Um exemplo disso aconteceu com o líder comunitário do bairro Triângulo Novo em Rio Branco, o cantor Francisco Monteiro ou Monteirinho. Nascido e criado no seringal Cachoeira, Monteirinho chegou a trabalhar em uma colocação que margeava com a de Chico Mendes.
Por volta de 1971 o proprietário do Cachoeira, o seringalista Gaston Mota, começou a enviar para as colocações seringal adentro peões exigindo que os seringueiros e suas famílias saíssem de suas casas. Em determinado momento chegou mesmo a indenizar as benfeitorias de algumas colocações com preços irrisórios e uma delas foi a de Monteirinho, que negociou a sua porque sentia-se ameaçado[13].
Anos mais tarde Gaston Mota ingressou no Sindicato do Crime junto com a família Alves e os Pereira, freqüentando assiduamente a fazenda Paraná de Darli[14]. Para selar esse pacto cometeu um crime grave e foi acusado, pelo delegado da Polícia Federal Romeu Tuma, de ter assassinado em conjunto com Oloci o sindicalista Jesus André na cidade de Brasília em 1983[15].
Todo e qualquer assassinato cometido por essas pessoas ligadas ao sindicato era amplamente discutido com amigos, a ponto do senhor João Branco visitar a fazenda Paraná cinco vezes para arquitetar com Darli o assassinato de Chico Mendes.
Senhores como Benedito Rosas, Enock Pessoa e Jonas Daguabi faziam visitas freqüentes a fazenda, todos eles figurões ocupando cargos de delegados, na política ou proprietários de grandes empresas em Rio Branco. Passavam de semanas com o núcleo do sindicato bebendo uísque e tramando estratégias[16].
Apesar de existirem conexões entre o Sindicato do Crime de Xapuri e Brasiléia com organizações congêneres ou indivíduos na região, a folha corrida de suas atividades basta para exemplificarmos como atuavam. Por si ela representa como agiam essas pessoas no embate contra o movimento de resistência dos seringueiros e demais povos da floresta.
Pode-se dizer que a coordenação do sindicato cabia a família Alves como um todo, porque partia deles as indicações de como os assassinatos contra as lideranças deveriam ocorrer. Adeptos do uso de práticas envolvendo assassinatos desde os tempos em que moravam em Minas Gerais, os Alves começaram a matar pessoas em 1955.
Seu Sebastião e seus filhos, Darli e Alvarino, mataram nesse ano duas pessoas na cidade de Conselheiro Pena e outras três entre as vilas de Pocrane e Mutum. Por conta desses crimes fugiram para Ipanema por volta de 1958. Lá os três mataram em um ramal com mais de descêsseis tiros o tropeiro Manoel Alves Pinto, conhecido por Nequinha da Doca, seu filho Pedro Alves de seis anos e o cavalo que os transportava.
Por causa da denúncia do promotor Reynaldo Lopes em 1963, os Alves resolvem fugir para o Paraná. Seu Sebastião, porém, foi preso e cumpriu quatro anos de pena por ter assassinado um homem em Governador Valadares. Anos mais tarde, ao tentar justificar esse crime e outros de sua família seu Sebastião diria que: “Matei um bandido assim como meus filhos fizeram também em Minas e no Paraná”[17].
No Paraná os Alves estabelecem-se no município de Umuarama, onde o senhor Sebastião funda um lugar chamado Nova Jerusalém e começa a pregar um culto cristão pentecostal. No Acre daria continuidade a sua pregação e ficaria conhecido em Xapuri como o pastor evangélico que chegou divulgando a inusitada idéia de que “matar gente não é pecado não. Tudo que a gente faz é com o consentimento de Deus”[18].
De imediato, ainda no Paraná, arrumaram confusão com um vizinho, Dirceu Lopes, que foi morto por causa de querelas envolvendo limites de fazendas. Por motivos parecidos mataram também seu Acir Urizzi. Ambos os crimes estavam sendo investigados naqueles dias pelo detetive da Polícia Civil do Paraná, senhor Antônio Colombo.
Um dos delegados da cidade durante os anos 70, seu Francisco Lima, declarou certa vez que os Alves eram investigados ainda por mais dois crimes e que haviam fortes indícios que os ligavam a muitos outros. Por conta de todas essas investigações foram obrigados a fugirem aos poucos para o Acre no início dos anos 70[19].
O primeiro a chegar foi seu Sebastião, que aparentemente não tinha poses, mas adquiriu a fazenda Paraná, nas margens da BR-317, poucos quilômetros antes do entrocamento que liga esta a cidade de Xapuri.
Motivado por um senso de reprodução incansável da espécie humana, seu Sebastião teve dezenove filhos com sua primeira esposa, que morreu de hemorragia no vigésimo parto. Em Xapuri casou-se com Maria Luiza com quem teve mais dois, Odilon, o escrivão, e Aleci, agente de saúde. Maria Luiza já tinha quatro filhos do primeiro casamento, mas logo seu Sebastião se separou dela e casou-se com sua enteada, Ione Gomes, com quem teve mais outros sete filhos[20].
Darli e Alvarino chegaram ao Acre depois de seu pai, que precisava de ajuda para conter a resistência seringueira. Assim como seu Sebastião, Darli era adepto da poligamia. Havia deixado no Paraná duas esposas, que sempre o atenderam quando viajava para lá, trazendo para o Acre Natalina, Maria Zilda e Margareth. Amancebando-se ainda em Xapuri com a acreana Francisca[21].
Logo após o estabelecimento dos Alves em Xapuri os assassinatos começaram. Por volta de 1977 uma família de seringueiros residente nas proximidades das terras dos Alves foi assassinada por motivos ignorados, mas todos os corpos foram jogados no meio do açude da fazenda Paraná e depois de um tempo parte deles foram recolhidos quando alguns peões faziam pesca com rede no local[22].
A associação macabra com os Pereira logo deu resultados, quando os bolivianos Victor Benito e Fernando Rosas foram mortos por Darci, Oloci, Amadeus e o Mineirinho. Seus corpos foram deixados um por cima do outro em forma de cruz para apodrecerem no pasto da fazenda.
A lista segue com Nilson Alves, que foi morto após supostamente roubar gado da fazenda e Raimundo Pereira por ter paquerado uma das filhas de Darli, Vera Lucia. Em um de seus depoimentos Oloci disse que Raimundo só poderia estar de gozação por querer namorar uma de suas irmãs, por isso foi assassinado. Depois morreram seu Valdizão e seu Tudra por terem brigado com Darlizinho, que ao que tudo indica apanhou em Xapuri desses dois.
Outros a morrerem: o peão Paraguay, assassinado por Darci e Darlizinho, e o Celsão, que foi morto em Brasiléia por Tilin. Há ainda o caso de Edilsão que apareceu morto depois de uma briga de seu irmão com um dos Alves. Edilsão disse a toda Xapuri que se vingaria, mas os Alves o mataram antes que realizasse seu intento.
Seguindo com essa tétrica narrativa temos ainda os casos de Osvaldo Braga e Ademir, mortos pelos patriarcas Darli e Alvarino após também terem roubado a fazenda da família. Seu Valcir, que foi espancado por Oloci e teve seu corpo amarrado em folhas de bananeira, sendo logo depois queimado e um peão desconhecido, que após ter supostamente ofendido a senhora Natalina com palavras sumiu no trecho.
Em associação com o sempre presente Gaston Mota, Darli e Alvarino mataram seu Antonio Gomes, conhecido como Antonio Porco, em 1987, e contrataram em Xapuri o pistoleiro profissional José Campeiro para matar seu Manoel Bala, que teve seu cadáver jogado no rio Acre[23].
Na madrugada do dia 18 de junho de 1988 o Sindicato do Crime começa de fato um plano de eliminação frontal de lideranças regionais, quando assassinam o jovem de vinte e seis anos Ivair Higino, que foi morto nas proximidades de sua casa distante a pouco mais de vinte quilômetros de Brasiléia.
Morto com quase trinta tiros a queima roupa, Ivair havia sido escolhido em plenária do Partido dos Trabalhadores como candidato a vereador pela agremiação para as eleições de 1988 em Brasiléia. No velório de Ivair, Darci compareceu ao local com mais dois pistoleiros para intimidar os presentes.
Passados mais de vinte anos os acusados pela morte de Ivair foram a julgamento em maio de 2008 na cidade de Xapuri, mas esse júri tornou-se uma farsa porque todos foram absolvidos, com exceção de Oloci que deverá cumprir poucos anos em regime semi-aberto. Cícero Tenório, Tilinho e Alvarino jamais pagarão por esse crime[24].
Outro participante de STR a morrer, mas de Xapuri, foi seu José Ribeiro, morto na madrugada do dia 11 de setembro de 1988, quando perambulava de madrugada por Xapuri na rua Coronel Brandão. Ali foi surpreendido por Mineirinho e Oloci, que o mataram com tiros a queima roupa. Aproximadamente um mês antes José Ribeiro havia brigado com Oloci em um bar da cidade[25].
Podemos contabilizar, portanto, mais de vinte e cinco assassinatos cometidos pelos Alves e seu grupo de amigos do Sindicato do Crime, isso sem contar com o cavalo de seu Manoel, que é uma vítima de outra espécie. Além do mais há crimes de todo esse grupo que nunca serão elucidados ou contados por ninguém. Exemplo de um desses pode estar em uma insólita caveira queimada encontrada certa vez por Genésio Ferreira nos pastos da fazenda Paraná[26].
Chega a ser intrigante como um grupo tão grande de pessoas matava impunemente pessoas em vários estados da federação. Não é de se estranhar a sugestão de que esse grupo armado atuava dessa maneira por servir a interesses maiores, tão grandes que escapam da demonstração histórica e adentram nos meandros dos conchavos políticos e econômicos, que talvez jamais saberemos e que escondem propositalmente nomes significativos.
O assassinato.
A partir do auxílio da igreja Católica a Confederação dos Trabalhadores da Agricultura, CONTAG, estabeleceu-se no Acre em 1975, sendo presidida então pelo economista João Maia, que tinha o objetivo de ajudar a organizar os seringueiros e trabalhadores rurais do Acre em torno de sindicatos.
O primeiro a ser fundado nesse sentido foi o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Sena Madureira no dia 20 de setembro de 1975, em uma assembléia no colégio Santa Juliana. Estavam presentes mais de quinhentas pessoas, incluindo o padre Paulino Baldassari, e sendo eleito para presidir a diretoria provisória seu Adelí Bento.
Em 21 de dezembro de 1975 foi a vez do STR de Brasiléia, fundado em uma assembléia reunindo quase mil pessoas e sendo eleito como presidente o poeta e seringueiro Elias Rosendo, tendo como secretário Chico Mendes e noutro cargo o senhor Wilson Pinheiro.
No dia 23 de maio de 1976 foi a vez do STR de Rio Branco e dia 11 de setembro o de Cruzeiro do Sul. Ainda em 1976, mas no dia 19 de dezembro, funda-se o de Tarauacá, no 09 de abril de 1977 o de Xapuri e dia 04 de setembro o de Feijó. Registra-se que quase todas as assembléias de fundação desses sindicatos foram feitas ou em salões paroquiais ou dentro de templos da igreja católica[27].
Essa rápida institucionalização da resistência seringueira foi seguida de uma forte mobilização desses trabalhadores, que passaram a confrontar pecuaristas e grileiros de formas mais organizadas. O primeiro grande teste, por assim dizer, dessa institucionalização deu-se no seringal Carmem próximo a Brasiléia em 1976.
Ameaçado que estava de ser todo derrubado por pecuaristas da região, o seringal Carmem era habitado por algumas dezenas de famílias de seringueiros que exigiam ao menos uma indenização justa por suas posses. Como não eram donos legais das terras, que pertenciam a antigos seringalistas que as retalharam e venderam a pecuaristas, os seringueiros achavam que não tinham direito de ficar com elas, apesar de morarem há décadas naquelas terras.
Negociaram, portanto, de uma maneira diferente sua indenização. Resolveram empatar a derrubada de todo o seringal colocando crianças, homens, mulheres e idosos em acampamentos nas frentes de derrubada para impedir o avanço do desmatamento. Passaram-se alguns meses até que essa briga concluiu-se com um acordo: as famílias dos seringueiros receberiam noutros locais lotes de pequenas fazendas.
Todas saíram do seringal Carmem, que foi derrubado e pouco tempo depois passaram a vender suas pequenas colônias. Na avaliação de Chico Mendes, Wilson Pinheiro e demais lideranças do STR de Brasiléia esse primeiro empate foi um fracasso, porque todas aquelas famílias que receberam a indenização acabaram ficando sem terras e o seringal foi todo para o chão[28].
Mas houve uma mudança sensível no modo de resistir com os empates entre os anos de 1979 e 1980, quando é realizado um no seringal Filipinas em Xapuri, que estava ardendo em chamas. No Filipinas começou-se a exigir a permanência dos seringueiros em suas colocações, que deveriam ser desapropriadas e transformarem-se em reservas públicas da união.
Para o geógrafo e professor da Universidade Federal Fluminense, Carlos Walter, os empates a partir do que aconteceu no Filipinas eram sensivelmente diferentes daquele do seringal Carmem, e desde então visavam não só impedir o desmatamento, mas garantir uma forma organizada de proteção dos modos de vida dos seringueiros dentro dos seringais preservados[29].
Até 1988, nas contas de Chico Mendes, haviam sido realizados quarenta e cinco empates no vale do alto rio Acre, entre os municípios de Brasiléia e Xapuri, sendo que desses o movimento seringueiro perdeu trinta e ganhou quinze. A deflagração de um empate era, então, um fato político com um objetivo claro depois de 1980, motivar a criação de reservas extrativistas[30].
Essa mudança nas ações de resistência operada pelos empates foi responsável pelo assentamento de uma proposta concisa de preservação sócio-ambiental. Essa salvaguarda propiciada pelas reservas extrativistas surgiu nesse contexto de lutas e foi sendo gestada aos poucos, experimentada e testada contra um modelo diferente, o moderno cenário do agronegócio brasileiro centrado na pecuária extensiva.
Do outro lado do front, usando uma analogia reducionista, mas de fácil compreensão, pecuaristas que financiavam a mídia local divulgavam a idéia de que os empates eram apenas movimentos de massas inconscientes doutrinadas por catequistas políticos treinados e que levavam as comunidades a entrar em guerras familiares, opondo pecuaristas e seringueiros.
Os crimes envolvendo lideranças sindicais, como o do Wilson Pinheiro, por exemplo, não envolviam, portanto, problemas de terra, mas essas brigas comenzinhas de vizinhos e entre famílias. Na época dizia-se:
“E se por ventura o crime que foi vítima Wilson de Souza Pinheiro, presidente do Sindicatio do Trabalhadores Rurais não tiver nenhuma ligação com problemas de terra, o que achamos sinceramente, como ficariam os conclamadores da vingança?”[31].
Esse jogo na mídia tinha metas obvias de desviar as investigações sobre os crimes em volta dos assassinatos das lideranças seringueiras e seus pares, bem como esvaziar completamente o sentido político dos empates.
A implantação das fazendas agropecuárias no Acre como parte do processo de expansão do agronegócio se deu a partir da falência da arcaica e falida economia dos seringais, que não poderiam mais ser mantidos devido a concorrência da borracha sintética e da produção em massa do sudeste asiático.
Durante certo período o governo federal financiou os seringalistas da Amazônia brasileira, que não souberam sustentar seus negócios e não pagavam suas dívidas. Para saldá-las ou simplesmente se desfazer de seus empreendimentos, os seringalistas passaram a vender suas propriedades a preços irrisórios.
Em 1972, por exemplo, o senhor Andrelino Freitas chegou a Sena Madureira com parcos cem mil cruzeiros e saiu comprando terras. Assinou diversos contratos de compra e venda, pagando apenas um pequeno sinal e voltou para São Paulo, onde revendeu essas terras, que legalmente nem eram suas[32].
Esse caso específico exemplifica como eram vendidos os seringais no Acre e como a partir dessas vendas iniciais foram sendo montadas cadeias sem fim de grilagem, que se concluíam quando um fazendeiro resolvia instalar-se definitivamente em algum seringal.
Os Alves estão inseridos nessa segunda leva de fazendeiros que já tinham comprado terras griladas. Seu Sebastião chegou ao Acre em 1973. Junto com ele vieram primeiramente Darli e Alvarino para ajudar no estabelecimento da família e, logicamente, fugindo[33].
Compraram primeiramente uma pequena parte do seringal Perseverança para montarem as primeiras instalações da fazenda Paraná, que foi sendo alargada até chegar aos seus mais de dois mil hectares, que abriga uma média de mil e quinhentos bois[34].
A expansão de terras dos Alves não se limitou a essa fazenda, porque logo eles começaram a investir em outros seringais, comprando terras de seringalistas falidos, adquirindo novamente áreas de grileiros ou fazendo eles próprios grilagem.
Uma dessas áreas griladas foram os mais de seis mil hectares que Darli comprou de quatro investidores de São Paulo no seringal Cachoeira, que começaram a ser queimadas no finalzinho de 1987. A estratégia de Darli era expulsar os seringueiros com o poder do fogo. Na colocação Fazendinha, localizada no centro desse seringal, reuniam-se pessoas para organizar o maior foco de resistência, por parte dos seringueiros e seus aliados, contra esse desmatamento.
No dia 17 de março de 1988 mais de cem pessoas acamparam nas bordas do desmate, permanecendo no local até a metade de abril, quando conseguiram paralisar a derrubada com uma ordem judicial.
Concomitantemente em um seringal vizinho, no Equador, começava um outro grande desmate. A colocação Recanto com mais de dois mil hectares estava vindo ao chão. Por volta de cento e cinqüenta pessoas reuniram-se novamente na Fazendinha dia 26 de maio, para rumarem ao local com o intuito de empatar toda a derrubada.
Nas proximidades da colocação Recanto o grupo que seguia a pé encontrou aproximadamente trinta policiais, que estavam ali para proteger o desmate autorizado pela justiça da comarca de Xapuri. Para evitar confrontos maiores, Chico Mendes e o tenente que comandava os policiais chegaram a um acordo. Os seringueiros e seus aliados saiam da região e a polícia garantia que o desmate seria paralisado por uma semana. Ambos os grupos deixaram a área do desmate[35].
Mas os seringueiros não voltariam para a Fazendinha. Reuniram mais de quatrocentas pessoas e foram acampar na sede do Instituto Brasileiro de Defesa Florestal, IBDF, em Xapuri, ficando aí até o dia 30.
Oloci e Darci passam, então, a intimidar os ocupantes. Desfilavam em cima de um moto todos os dias perante o IBDF, armados e sem serem abordados por policiais da delegacia da cidade, que ficava a uns cinqüenta metros nas proximidades. Em uma determinada noite entram atirando no acampamento, acertando dois seringueiros e provocando uma correria sem fim.
Balearam a esmo os rapazes Manoel Custodio, de quinze anos, e Raimundo Pereira, então com dezessete. Ambos ficaram com ferimentos graves, tendo que vir a se tratar em Rio Branco inclusive. Carlos Sassai, o proprietário do Equador, foi obrigado a negociar a desapropriação de sua área após esses incidentes[36].
Pouco tempo depois foi a vez de o seringal Cachoeira ser desapropriado e Darli receber a quantia de 282 mil cruzeiros por isso. Toda a área de mais de vinte e mil hectares é declarada reserva extrativista e Darci e Oloci são condenados a doze anos de prisão pelo tiroteio, cumprindo uma pequena parte da pena[37].
Ao invés de virar pasto estéril para algumas cabeças de gado, o Cachoeira permaneceu em pé. Suas mais de cinqüenta mil seringueiras rendiam uma produção de borracha de seis mil quilos por mês, gerando renda para oitenta e duas famílias em mais de sessenta colocações. Não há uma contabilidade da quantidade de pés de castanheira nesse seringal, mas a produção desse fruto chega a mais de duzentas toneladas ao ano[38].
A desapropriação do Cachoeira foi o ápice de uma série de empates que vinham sendo realizados entre 1984 e 1986, principalmente nas fazendas do frigorífico Bordon. Esse ato jurídico resultante de grande mobilização popular foi o estopim, por sua vez, de uma reação ainda mais violenta por parte do Sindicato do Crime, que resolveu dali para frente assassinar de vez Chico Mendes.
Intermediado pelo bispo Moacyr, Chico Mendes entra em contato com a Comissão Pastoral da Terra, CPT, de Umuarama, onde solicita que advogados da instituição façam buscas na comarca da cidade sobre os crimes de Darli e Alvarino naquele município.
A CPT por sua vez consegue uma carta precatória do juiz de direito Abel Antonio, que manda prender os foragidos da justiça paranaense Darli e Alvarino, para que sejam julgados pelo tribunal do júri. Assinada dia 19 de setembro de 1988, ela foi entregue pela própria CPT via oficio do dia 27 de setembro ao superintendente da Polícia Federal no Acre, o delegado Mauro Spósito[39].
Endereçada ao juiz de direito de Xapuri, a carta foi entregue a Polícia Federal no Acre porque as lideranças seringueiras tinham receio de que algo pudesse dar errado. O problema é que Mauro Spósito somente re-enviou a carta a Xapuri depois que o juiz Adair Longuini assumiu a comarca dessa cidade na primeira quinzena de dezembro de 1988.
Nesse ínterim a informação de que esse mandato de prisão chegou ao Acre através dessa rede vazou. Chico Mendes para se resguardar resolveu informar todos os meios de comunicação possíveis de que suas acusações com relação a Darli e Alvarino procediam e que era ameaçado por isso. Chegou mesmo a dizer certa vez que nada era feito com relação a eles:
“Apesar de existir uma ordem de prisão contra esses assassinos frios e perversos, responsáveis pelo derramamento de sangue em Xapuri. Temos informações seguras que esses membros da UDR (a União Democrática Ruralista, grifos nossos) estão escondidos nos fundos da fazenda Paraná e estão tramando a morte minha e de Osmarino Amâncio em Brasiléia”[40].
Prontamente os fazendeiros de Xapuri resolveram reunir-se na madrugada do dia 17 dezembro de 1988, em um cassino clandestino no centro da cidade de Rio Branco, para discutirem o caso Chico Mendes. Chegaram a um acordo de que ele deveria ser assassinado, logo. Da reunião participavam alguns políticos, comerciantes e o membro do Sindicato do Crime, Gaston Mota, que estava acompanhado de duas pessoas ligadas ao ex-prefeito de Rio Branco, Adalberto Aragão[41].
Mota responsabilizou-se de fazer a ponte entre os presentes e a cúpula do sindicato, transmitindo o que havia sido decidido. Darci foi designado, em conjunto com Mineirinho, de fazer o serviço, que foi apoiado por Odilon Alves.
Odilon que era escrivão de polícia aproveitou-se de sua posição para juntar informações sobre como seria possível chegar e sair dos fundos da casa de Chico Mendes, onde seria montado um acampamento, bem como garantir que a própria polícia não chegasse a esse local.
Por mais de uma semana até o dia 22 de dezembro, quando o crime é cometido, Darci e Mineirinho faziam tocaia todas as noites nesse acampamento, esperando o momento propício[42]. Por volta das dezoito horas da noite Chico Mendes é atingido por um tiro, que o mata com vinte e seis “perfurações de chumbo de grosso tamanho, que lhe dilaceram o lado direito do peito”[43].
Os dois policiais que o protegiam saem correndo da casa fugindo e Chico é socorrido por sua esposa Ilzamar e um amigo, Pedro Rocha, que o leva, sem vida, ao hospital Epaminondas Jácome. Darci e Mineirinho fogem imediatamente.
Da fazenda Paraná seguem para as florestas do entorno ainda no dia 22 Darli, Darlizinho, Alvarino e os irmãos Pereira. Com um grupo tarefa de sessenta homens as policias civil, militar e federal adentram nas florestas perseguindo os fugitivos. A perseguição é complicada, pois acontece no meio da mata fechada. Darli se fere gravemente no joelho, mas a polícia perde a pista do grupo nas primeiras semanas de janeiro de 1989. Nisso os policiais tiveram um jipe capotado, um outro ficou com braço quebrado e dois com graves infecções intestinais.
Nesse tempo os policiais colocam o filho de Darli, Agnaldo de quatorze anos, e o de Alvarino, Vantil de vinte e um anos, para chamarem seus pais aos berros nas bordas das florestas. Em vão a gritaria psicológica não surte efeitos. Após quatro dias do assassinato Darci se entrega e seu irmão Oloci é preso[44].
A fazenda Paraná permaneceu cercada sob forte vigilância e as mulheres de Darli que ali viviam em casas separadas foram obrigadas a ficar em uma casa, onde conviviam as turras. Nos interrogatórios para darem pistas Francisca foi retirada de casa só de calcinha e sutiã, sendo levada para um ramal e ameaçada de ‘ser jogada aos seringueiros’.
Ali foi estuprada por mais de onze policiais e segundo Margareth ela passou os dias posteriores chorando, com medo e vindo a cortar sua jugular profundamente com uma faca de cozinha no dia 08[45].
Darli fragilizado e com graves ferimentos no corpo entregou-se a polícia horas depois desse suicídio, mas seus pares continuaram foragidos até Alvarino se entregar mais de um mês depois. Como os Pereira jamais foram vistos levantou-se a suspeita de que foram assassinados no meio da floresta, pois sabiam demais e poderiam entregar algo mais sobre os Alves para a polícia.
Levado para Rio Branco, Darli recebe a visita de seu pai dia 17. Após a visita e indagado por um repórter sobre o que achava do envolvimento de seus filhos com a morte de Chico Mendes, seu Sebastião com muita sinceridade disse: “Meus filhos mataram um bandido. Não sei por que estão fazendo tanto barulho. Acho que querem ressuscitá-lo e transformá-lo num Deus”[46].
Com essa tônica de rixa familiar o caso foi levado adiante, não sendo feita nenhuma investigação sobre o contexto que envolvia o Sindicato do Crime. A polícia aceitou logo a insistente afirmação de Darci ao assumir a culpa por ter cometido o assassinato, juntando ao processo apenas seu pai Darli.
Antes do fim das investigações, pelo dia 10 de janeiro, o chefe geral da Polícia Federal, Romeu Tuma, já adiantava a imprensa que o crime era uma rixa familiar. Para ele Darci agiu a mando de seus familiares, tendo certeza disso já que o processo não apontava outros agentes[47].
Dom Moacyr foi dos primeiros a discordar dos rumos das investigações e do tom da mídia em divulgar o crime como sendo uma rixa familiar, lembrando em nota aberta que a morte de Chico Mendes era muito mais do que uma simples vingança pessoal e envolvia políticos e a UDR.
Ronaldo Caiado, então presidente da UDR, respondeu a Moacyr intimidando-o publicamente com uma ameaça de processo, afirmando que assim como a morte do padre Jaime a de Chico também era motivada por rixas familiares. Segundo ele a própria UDR havia feito dossiês sobre os dois casos expondo e comprovando essa tese, que difere da tática esquerdista que ‘precisa de cadáveres porque não tem mensagem’[48].
No dia 12 de dezembro de 1990, em Xapuri, teve inicio o julgamento de Darli e seu filho Darci. O inquérito, as testemunhas e a condenação foram no sentido de apontar para uma vingança familiar. Somente os dois foram condenados e toda a teia de relações da qual fizeram parte foi esquecida exemplarmente.
Bibliografia.
COSTA SOBRINHO, Pedro Vicente. Capital e trabalho na Amazônia ocidental. São Pualo: Cortez, 1992.
DUARTE, Élio Garcia. Conflitos pela terá no Acre: a resistência dos seringueiros de Xapuri. Rio Branco: Casa da Amazônia, 1987.
GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Geografando nos varadouros do mundo: da territorialidade seringalista (o seringal) à territorialidade seringueira (Reserva Extrativista). Brasília: Ibama, 2003.
KLEIN, Daniel da Silva. A conquista de Rio Branco: movimentos comunitários e direitos humanos na capital acreana de 1970 a 2000. Belém: Paka Tatu, 2009.
NAKASHIMA, Mary. Chico Mendes por ele mesmo. São Paulo: Martin Claret, 2004.
RODRIGUES, Gomercindo. Caminhando na floresta. Rio Branco: Editora Floresta, 2008.
VENTURA, Zuenir. Chico Mendes: crime e castigo. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
[1] Historiador formado pela Universidade Federal do Acre, UFAC, atualmente cursa o Mestrado em Letras dessa mesma instituição. Funcionário público estadual enquadrado como historiador do Departamento de Patrimônio Histórico e Cultural do Acre, DPHC, e professor efetivo da cadeira de Estudos em História da UFAC.
[2] Esse texto é uma ampliação de um outro feito para justificar o tombamento pelo Estado do Acre da casa de Chico Mendes em Xapuri no ano de 2009. Toda a pesquisa foi realizada no DPHC, na sua Divisão de Arquivo, no fundo Chico Mendes, Dossiê Chico Mendes: noticias da imprensa. Jan/fev/mar/89, do Instituto de Estudos Amazônicos, e no Dossiê Comissão Pastoral da Terra: arquivo Chico Mendes. Esses dossiês foram feitos com recortes de reportagens de época, onde foram anotados apenas as datas dos jornais. Raramente os pesquisadores compilaram as páginas, portanto as referências que seguem somente listam essa bibliografia incompleta, mas acessível ao público em geral que pesquisa no DPHC.
[3] Revista Veja, 04 de janeiro de 1989. p. 22.
[4] Jornal Folha de São Paulo, 01 de janeiro de 1989. O senador democrata dos Estados Unidos, Tim Wirth, viajou para Xapuri nos entre os dias 15 e 17 de janeiro de 1989 para acompanhar as investigações sobre o assassinato.
[5] Jornal Folha de São Paulo, 16 de janeiro de 1989.
[6] Jornal do Brasil, 04 de janeiro de 1989.
[7] Jornal Jornal do Brasil, 04 de janeiro de 1989.
[8] A sigla STR será usada para designar posteriormente os sindicatos de trabalhadores rurais, para que assim possamos distinguir esse grupo de sindicatos do Sindicato do Crime de Xapuri e Brasiléia.
[9] Jornal Folha de São Paulo, 15 de fevereiro de 1989, e Jornal do Brasil, 15 de fevereiro de 1989.
[10] COSTA SOBRINHO, Pedro Vicente. Capital e trabalho na Amazônia ocidental. São Pualo: Cortez, 1992. pp.172-173.
[11] Jornal A Gazeta do Acre edições de 23 de julho de 1980, p. 05 e de 24 de julho de 1980, p. 05.
[12] Ibid, Revista Veja, pp. 26 e 27.
[13] KLEIN, Daniel da Silva. A conquista de Rio Branco: movimentos comunitários e direitos humanos na capital acreana de 1970 a 2000. Belém: Paka Tatu, 2009. p. 57.
[14] Ibid, Jornal do Brasil, 15 de fevereiro de 1989.
[15] Jornal A Gazeta do Povo, 22 de dezembro de 1989.
[16] VENTURA, Zuenir. Chico Mendes: crime e castigo. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 28.
[17] Jornal O Globo, 18 de janeiro de 1989.
[18] Ibid, A Gazeta do Povo.
[19] Informações dos jornais O Estado do Paraná, 08 de janeiro de 1989, e Jornal do Brasil, 09 de janeiro de 1989.
[20] Jornal A Gazeta do Povo, 01 de janeiro de 1989.
[21] Jornal O Globo, 18 de janeiro de 1989 e Ibid, Revista Veja, p. 22.
[22] Jornal O Rio Branco, 29 de dezembro de 1988.
[23] Informações dos jornais O Globo, 26 de janeiro de 1989, e Jornal do Brasil, 08 de janeiro de 1989.
[24] Informação colhida dia 04 de fevereiro de 2009, às 17:30 horas, no site: www.agencia.ac.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=4149&itemid=278.
[25] Jornal O Rio Branco, 24 de dezembro de 1988. RODRIGUES, Gomercindo. Caminhando na floresta. Rio Branco: Editora Floresta, 2008. p. 15 e pp. 124-125. NAKASHIMA, Mary. Chico Mendes por ele mesmo. São Paulo: Martin Claret, 2004. p. 105.
[26] Ibid, VENTURA, p.29. Genésio Ferreira é a principal testemunha do caso Chico Mendes. Viveu durante anos com os Alves e depois com o próprio jornalista Zuenir Ventura no Rio de Janeiro para não ser morto pelos fazendeiros do Acre.
[27] Ibid, VICENTE.
[28] Idem, VICENTE, p. 19.
[29] GONÇALVES, Carlos Walter Porto. Geografando nos varadouros do mundo: da territorialidade seringalista (o seringal) à territorialidade seringueira (Reserva Extrativista). Brasília: Ibama, 2003. p. 459.
[30] Ibid, NAKACHIMA, pp. 109-111.
[31] Jornal O Jornal, 10 de agosto de 1980, p. 08.
[32] DUARTE, Elio Garcia. Conflitos pela terá no Acre: a resistência dos seringueiros de Xapuri. Rio Branco: Casa da Amazônia, 1987, p. 57.
[33] Ibid, RODRIGUES, p. 95.
[34] Ibid, Jornal do Brasil, 09 de janeiro de 1989.
[35] Jornal O Rio Branco, 26 de maio de 1988.
[36] Jornal O Rio Branco, 29 de maio de 1988, p. 03.
[37] Jornal Folha de São Paulo, 11 de janeiro de 1989. Ibid, RODRIGUES, p. 96; DUARTE, p. 110; NAKASHIMA, p. 48.
[38] Ibid, Jornal O Rio Branco, 29 de maio de 1988.
[39] Carta Precatória, Comarca de Umuarama, assinada pelo Juiz de Direito da Primeira Vara Criminal e do Júri, Dr. Abel Antonio Rebello, endereçada ao Juiz de Direito da Comarca de Xapuri, Acre. Umuarama, 19 de setembro de 1988. Oficio da Comissão Pastoral da Terra, regional Acre, ao Exmo Sr. Superintendente do Dept. de Polícia Federal do Estado do Acre, 27 de setembro de 1988.
[40] Jornal A Gazeta, 18 de setembro de 1988, p. 01.
[41] Ibid, VENTURA, pp. 74-75. Jornal Folha de São Paulo, 30 de dezembro de 1988.
[42] Ibid, Jornal Jornal do Brasil, 15 de fevereiro de 1989.
[43] Jornal O Rio Branco, 23 de dezembro de 1988, p. 01.
[44] Jornal O Globo, 15 de janeiro de 1989. Jornal Jornal do Brasil, 08 de janeiro de 1989.
[45] Ibid, jornal OGlobo, 18 de janeiro de 1989.
[46] Jornal Folha de São Paulo, 10 de janeiro de 1989. Ibid, Jornal O Globo, 18 de janeiro de 1989. Ibid, VENTURA, pp. 152-159.
[47] Revista IstoÉ Senhor, 04 de janeiro de 1989, p. 29. Idem, 11 de janeiro de 1989, p. 30. Jornal Folha de São Paulo, 04 de janeiro de 1989.
[48] Jornal Gazeta Mercantil, 06 de janeiro de 1989.
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