quarta-feira, 30 de maio de 2012

OS CAFETÕES DO CRISTIANISMO

ACABEI DE RELER O LIVRO DE II CORÍNTIOS escrito pelo Apóstolo Paulo mais ou menos nos idos de 55 d.C. O livro é um "escândalo" para os FALSOS APÓSTOLOS atuais que defendem a TEOLOGIA DA PROSPERIDADE - que prega o sucesso pessoal, profissional e financeiro aos cristãos.

1- É mostrado a existência de FALSOS APÓSTOLOS (cap. 11:13). Também fala de FALSOS IRMÃOS (11:26). Eles "adulteram a palavra de Deus" (4:1) e fazem comércio da fé.

2 - Uma das formas de reconhecer o falso apostolado é o fato dele não ter as "credenciais", ou seja, não realizam "sinais, prodígios e poderes miraculosos" (cap. 12:12). 

3 - O VERDADEIRO APÓSTOLO não objetiva obter BENS da igreja (Cap. 12:14). Dá valor as pessoas e não ao que elas possuem. 

4 - "Não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais, para os filhos" (12:14). Ou seja, os filhos espirituais não tem compromisso algum em enriquecer ou honrar os líderes ou pais espirituais com ofertas ou "primícias". OBS: uma coisa é suprir as necessidades dos líderes, outra é enriquecer e garantir as vaidades desses líderes. OS FALSOS LÍDERES querem ter suas vaidades supridas: conta bancária gorda, carro do ano, casa que mais parece um palacete, viajarem todos os anos para Israel, etc.

5 - DEUS não garante mordomia a todos os que aceitam a Jesus como Salvador, até mesmo aqueles que em sua inocência sacrificam-se doando dízimos, ofertas e primícias. DEUS não garante conforto e segurança aos seus filhos aqui na Terra. 

O próprio Apóstolo Paulo passou fome e sede, teve poucas roupas, apanhou, passou tribulações, teve que trabalhar, sofreu perigo de morte.
(CAP. 1: 5; 4: 7-9).

DÍZIMOS, OFERTAS e PRIMÍCIAS não são garantias de RIQUEZAS AQUI NA TERRA, pois a IGREJA DE JERUSALÉM estava passando necessidades. Por isso, Paulo solicita ajuda financeira da Igreja de Coríntios. (CAP. 9). Isso sem dizer que a maioria da primeira geração de cristãos eram constituídos de pessoas humildes. Paulo fala de "profunda pobreza" (8:1).

6. As OFERTAS deveriam ser VOLUNTÁRIAS e de acordo com as posses dos cristãos (Cap. 8 1-15). Portanto é errado Pastores e Apóstolos estabelecerem "COTAS" de ofertas, muito menos incentivar os fiéis doarem acima do que podem (8:12).

7. O Propósito das ofertas eram ajudar VIDAS necessitadas financeiramente (pobres). Várias vezes o Apóstolo Paulo fala de "Assistência aos Santos" (8:4, 9:1). Esses "santos" eram os irmãos pobres. Ou seja, o propósito, como o próprio Apóstolo Paulo falou era promover a "IGUALDADE" (8:13). 

OBS: não se oferta com o intuito egoísta de ficar exigindo depois de Deus prosperidade. Ela devia ser "expressão de generosidade e não de AVAREZA" (9: 5). Não se ofertava para enriquecer pastores nem apóstolos. Não se ofertava para construir grandes templos, até por que pairava no imaginário social de que a volta de Jesus era eminente. A PREOCUPAÇÃO era com as VIDAS e não com as COISAS. 

OBS: hoje os FALSOS APOSTOLOS investem o dinheiro dos fiéis em Mansões, fazendas, TEMPLOS GRANDES. Dizem que é para o bem dos fiéis, mas quem desfruta de tudo são as lideranças da igreja. 

8 - Havia plena consciência no Apóstolo Paulo que sempre haveria na IGREJA pessoas necessitadas e ricas. Quis ele mostrar aos ricos que deveriam compartilhar seus bens com os pobres, de modo que houvesse IGUALDADE SOCIAL. "O que muito colheu não teve demais, e o que pouco, não teve falta" (8:15).

9 - APROUVE A DEUS agraciar certos irmãos da igreja com bens, como no caso da Igreja de Corinto e outro não como no Caso da Igreja de Jerusalém. 

Ele diz que "aquele que semeia pouco, pouco ceifará" (9:6). Mas não garante que a "ceifa" acontecerá na vida terrena. Deus tem o poder de enriquecer todos os cristãos (v.8), mas isso não quer dizer que ele é obrigado a fazê-lo. Não há garantias alguma para o cristão fiel no dízimo ser rico. 

O APÓSTOLO PAULO disse claramente que passou "privações" (11:9), o alvo dele como apóstolo não era exigir das igrejas CONFORTO. Chegou a dizer que sentia "prazer nas necessidades" (12:10).




Eduardo Carneiro

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Filho de Ex-Governador do Acre lança BLOG - visitem!!!!


Francisco Wanderley Dantas (Porto Acre22 de outubro de 1932 – Brasília24 de maio de 1982) governou o Acre entre os anos de 1971 e 1975.




Há 30 anos - 24/05/1982 - falecia o Professor Francisco Wanderley Dantas, meu pai. Minhas lembranças daquela distante manhã são marcantes. Era véspera do meu aniversário de 9 anos. Meu pai falecia 5 dias antes da comemoração da data natalícia daquele rapazinho que tão pouco o conhecera. Ele viajava muito e minha mãe, Leila Dantas, foi quem assumiu a maior parte da responsabilidade sobre a minha criação. Eu era o único filho e caçula, acompanhado de duas irmãs, Jeanine e Viviane.

Três ou quatro lembranças muito fortes acompanham-me até os dias de hoje: a primeira e mais antiga, eu chegando em casa da escola, ouvindo minha mãe dizer que meu pai já chegara de uma de suas viagens e que estava no quarto. Corri para lá, menino pequenino, mochila nas costas e uma lancheira de lata numa das mãos. Chegando no quarto, meu pai estava sentado na velha poltrona e me coloquei bem na frente dele. Larguei a lancheira e deixei cair a mochila no chão, pulando bem em seus braços que já se encontravam abertos para me receber. A segunda lembrança foi resultado de uma provocação que fiz, desdenhando-o bem na frente dele. Isso o tirou do sério e ele saiu correndo atrás de mim com o cinto já em sua mão. Entrei debaixo da cama, mas de nada adiantou me jogar de um lado para o outro, a surra veio certeira (e merecida!). A terceira foi quando, depois de uma discussão entre meu pai e minha mãe, esta me pediu que fosse até o quarto ficar com papai. Aproximei-me da cama bem devagarzinho, recostei-me sobre seu peito e fui abraçado por ele. Quando ergui a cabeça, vi uma lágrima que descia pelo rosto do meu pai; enfim, outra cena marcante daquela infância foi quando meu pai pediu que o porteiro do prédio enchesse o pneu da minha bicicleta caloi verde. Estava feliz com aquele presente, mas quando vi o porteiro vindo sentado e pedalando na bicicleta, quase que deixo transparecer toda minha ira infantil e egoísta.

Há outras lembranças, contudo nenhuma imagem está tão fortemente marcada como a daquela manhã. Jeanine entrando e saindo do meu quarto, abri os olhos e, pela janela, lembro que me chamou a atenção as nuvens baixas e carregadas que pareciam quase tocar na janela daquele apartamento, sexto andar, no bloco em que morávamos em Brasília. Fechei novamente os olhos e dormi. Mas Jeanine, repentinamente, segurou-me nos braços e deu a notícia: “Fábio, Fábio, acorda... Papai morreu! Papai morreu!”, dizia aos prantos, enquanto me abraçava.

Há 30 anos meu pai faleceu. Hoje, começo um blog que vai trazer algumas histórias sobre ele, o Acre, minha família. Um resgate histórico, uma homenagem ao meu pai, que sempre fora o desejo de Viviane realizar, mas que a morte precoce impediu-lhe o empreendimento. A autoria “Prof. Wanderley Dantas" é também uma homenagem a ele, mas também representa um outro lado meu, uma perspectiva diferente sobre a minha própria vida, os meus pensamentos e a história do meu país.

Enfim, meu pai, sua história, sua trajetória, suas polêmicas e sua vida ocuparão a página deste blog chamada “A terra”. Porque assim vejo meu pai – terra: o imenso latifúndio de uma terra distante – Acre. Um Brasil que não testemunhei, mas que espero resgatar pela pesquisa e pelo testemunho dos sobreviventes daquele tempo. Inauguro, portanto, o Blog "O Seringueiro" prestando a homenagem aos 30 anos de ausência do meu pai. A história começa!

Prof. Wanderley Dantas

quarta-feira, 16 de maio de 2012

CARNEIRO, Eduardo de Araújo. Inserção das mulheres na Polícia Militar do Acre: 20 anos de história. Jornal O Rio Branco, 09 mar. 2005.


Tivesse Plácido de Castro mais mulheres como essa, seria impossível vencer os Acreanos”
(Coronel boliviano Rosendo Rojas, referindo-se a Angelina Gonçalves, considerada heroína da Revolução Acreana).
        


O grande desafio da mulher acreana na década de 1980 foi ingressar na Polícia Militar do Acre. A corporação era o lugar mais masculinizado do Estado, a profissão policial era a mais viril de todas e a cultura militar era fundamentalmente machista-patriarcal. Ser policial militar feminina era sinônimo de discriminação. 

Os muitos obstáculos não foram suficientes para impedir que cinco valorosas jovens se apresentassem no Centro de Formação de Praças da PMAC (CFAP) no dia 7 de outubro de 1985, para o início do curso de Sargentos. As alunas-sargentos Francisca Margarete, Maria Aniceta, Débora, Ozenir e Luíza foram submetidas a treinamentos forçados e a um regime disciplinar rigoroso, em nada diferentes dos realizados com os homens. O “preço” pago pelo pioneirismo na caserna foi muito alto.

As policiais militares foram empregadas na corporação, a princípio, em atividades bem limitadas: no trato com crianças, idosos e mulheres, e no serviço administrativo. Acreditava-se que a condição biológica da mulher era um impedimento ao pleno exercício da profissão militar, marcada pelo uso da força física. Alvo de subestimação, as mulheres provaram aos seus pares, com o passar do tempo, que eram capazes de realizar as mais diversas tarefas, inclusive as consideradas “operações especiais”. 

A admissão feminina nos quadros da corporação fez parte de um conjunto de mudanças sofridas pelas Polícias Militares em todo o Brasil com o fim da Ditadura. A sociedade exigia um novo modelo de policiamento urbano, mais adequado à democracia e aos princípios dos Direitos Humanos. A presença das mulheres assumia uma missão saneadora, tornando o serviço policial mais humano e sociável.

A primeira grande vitória das policiais acreanas foi a legalização da  Companhia de Polícia Militar Feminina (CIA PM FEM) ocorrida em março de 1990, com efeito retroativo a contar de 05 de dezembro de 1986 (Decreto n° 150, 28/03/90). Com a Companhia, as mulheres passaram a ser comandadas diretamente por mulheres, possibilitando a conquista de novos “espaços” na instituição, como por exemplo, o serviço de rádio-patrulha. A primeira comandante da CIA FEM foi a então Sargento Margarete. Que subiu ao posto de 1º Tenente em novembro de 1991, após a conclusão do curso na Brigada Militar do Rio Grande do Sul, tornando-se a primeira mulher Oficial da PMAC.

A segundo vitória das aguerridas mulheres aconteceu em 1996, quando no dia internacional na mulher, 8 de março, foi inaugurado o Quartel da Companhia Feminina, local onde hoje funciona o Pelotão de Cavalaria, próximo ao Batalhão Motorizado. O Quartel foi fruto do empenho pessoal da Comandante da CIA FEM da época, a então TEN PM Lúcia, e das 130 policiais femininas que compunham os quadros da Companhia. Juntas, organizaram rifas, bingos e donativos a fim de angariarem fundos para a construção.

O quartel foi construído em razão dos quadros de oficias e praças da PMAC serem separados em gênero masculino e feminino. A obra veio cumprir um antigo desejo das  policiais femininas: terem um local exclusivo para mulheres, em que pudessem decorá-lo e administrá-lo sem a cautela masculina.

A maior discriminação sofrida pelas policiais femininas, sem dúvida, foi a divisão dos quadros da Polícia Militar em gênero masculino e feminino. Essa divisão imprimia uma assimetria nos ritmos de progressão hierárquica, além de impedir o acesso das mulheres aos mais elevados postos do oficialato (major, tenente-coronel e coronel). A separação, condicionava as mulheres à categoria de praças da PM, “eternizando” a subordinação da mulher ao homem. As poucas que conseguissem chegar ao oficialato, não passariam da patente de capitão.


Treinadas para serem fortes e corajosas em situações adversas, as policiais militares não se intimidaram frente a discriminação sofrida. Não se falava em outra coisa a não ser na unificação dos quadros da PMAC. Corporações de outros  Estados eram tomados como exemplo de luta pela unificação dos Quadros, como o caso da Polícia Militar do Amazonas que já em 1982, concedia oportunidades iguais de progressão hierárquica entre homens e mulheres. 

Muitas resistências foram feitas até que o projeto de unificação fosse à Assembléia Legislativa. Chegando lá, por motivos “inexplicáveis”, o projeto ficou engavetado por quase dois anos. Até que foi aprovado em julho de 1998 (Lei 1267 de 29/06/98), com a condição de que as oficiais femininas existentes na época perdessem a antiguidade sobre os seus pares masculinos.

A aprovação da Lei na Assembléia Legislativa demonstrou o espírito de união entre as mulheres na corporação, constituindo na maior vitória até então. Após a lei, a Companhia Feminina foi extinta, o Quartel da Companhia passou a pertencer ao Pelotão de Cavalaria e as policiais militares femininas foram transferidas para os mais diversos setores da PMAC.  Em 2000, houve o primeiro curso de formação de soldados unificado.  Em 2005, através de muita articulação, as policiais militares conquistam o direito de se aposentarem cinco anos mais cedo que os homens.  

Atualmente, a Polícia Militar do Acre possui em seus quadros cerca de 210 policiais feminina na ativa (obs: dados de 2005), o que representa um percentual de 8,5% do efetivo total. Estima-se que 70% delas estão desempenhando atividades consideradas de caráter ostensivo; 4,2% das policiais  estão lotadas na Companhia de Operações Especiais (COE); apenas 0,9% são oficiais superiores. As cinco oficiais mulheres pertencentes à PMAC são: TC PM Margarete, MJ PM Lúcia, CAP PM Aniceta, CAP PM Socorro, TEN PM Ozenir e TEN PM Débora; das quais, quatro delas foram aluna-sargento em 1985.   (obs: patentes referentes à 2005)

Vinte e um anos anos se passaram desde o primeiro concurso para admissão de mulheres na Polícia Militar do Acre. O caminho “pedregoso” percorrido pelas policiais femininas inclui muitas vitórias, no entanto, a conquista ainda não está consolidada.  Apenas 2,8% das policiais femininas chegaram ao oficialato, uma média muito abaixo da nacional que é de 10% (Pesquisa realizada pela CESeC/SENASP publicada no Boletim de Segurança e Cidadania em abril de 2004). Além do mais, ainda não se têm mulheres no posto de coronel, o mais alto da corporação. Entretanto, para essas corajosas mulheres, nenhum obstáculo constituí-se intransponível, tais questões são apenas um detalhe que o tempo se encarregará de sanar, lutas maiores já foram vencidas. Viva as Policiais Militares Femininas!!!
  

Nas Fronteiras da “Terra Prometida”: Trajetórias de Trabalhadores Rurais do Alto Acre (dissertação)


Este trabalho apresenta, a partir do estudo de trajetórias e histórias de vida, como se coloca a questão das identidades de seringueiros e outros segmentos de trabalhadores rurais em seu constante deslocamento entre as cidades da região do Alto Acre e a floresta boliviana. Dentre os conceitos discutidos, destaca-se o de Identidade, aqui entendido como algo em construção, móvel, líquido, dinâmico e subjetivo, que, como ponto de partida, realiza-se no “entre-lugares”, ou seja, a fronteira, compreendida como espaço de “nascimento do novo em uma nova condição”; o lugar onde o sujeito histórico está “se fazendo” no tempo presente. Sujeito esse caracterizado como um todo heterogêneo, flexível e ativo.


Carnavalização na obra ILHA DA CONSCIÊNCIA de Silvio Martinello (SILVA, Wheliton)



No presente estudo, concentramo-nos em analisar o livro A Ilha da Consciência (AIC), do escritor Sílvio Martinello, em razão de ser esta uma obra complexa e inovadora no âmbito da literatura de expressão acriana, tendo suscitado diversos debates no meio acadêmico. O texto de AIC, constitui-se em capítulos que podem ser lidos autonomamente e recontam a história do Acre por meio de um viés irônico, crítico, às vezes paródico e carnavalizado, permitindo o debate sobre temas fundamentais dessa história e opondo-se à visão oficial dessa mesma história. A filiação à história demonstra uma preocupação com o sentido da terra, a defesa dos excluídos e a busca de identidade(s), engendrando um discurso identitário que se opõe ao discurso identitário divulgado pelo Governo do Estado do Acre. Além disso, os procedimentos utilizados na escrita de AIC são uma inovação no âmbito da literatura local e são notadamente hauridos de Márcio Souza, especialmente do livro Galvez, Imperador do Acre. Devido a isso, no trabalho, utilizamos como à metodologia capaz de encontrar as chaves de leitura de AIC os estudos de Bakhtin (1981; 1987) sobre a paródia e a carnavalização, bem como estudos de Linda Hutcheon, Beth Brait, Bergson, Afonso Romano de Sant'Anna, aos quais foram acrescidas algumas poucas outras contribuições. A pesquisa foi bibliográfica, partindo sempre de premissas gerais para chegar a conclusões particulares. Com esse arcabouço metodológico e teórico, o primeiro passo da pesquisa para acessar à escrita de A Ilha da Consciência, foi buscar o significado de uma ilha como metáfora, para, depois, buscar seu simbolismo e diagnosticar uma trajetória discursiva sobre o tema da Ilha da Consciência na literatura de expressão amazônica e acriana. Em seguida, procuramos debater um dos aspectos mais complexos da obra, qual seja, sua classificação quanto ao gênero, utilizando as lições de estudiosos e críticos da literatura como Antoine Compagnon (2001; 2009), Eagleteon (2001), Iser (1996), etc, procurando identificar os elos de ligação da tecitura textual. Dessa forma, após um longo percurso, chegamos a algumas conclusões a respeito de A Ilha da Consciência, entre as quais, que o viés irônico permite tanto dizer que o próprio Acre é a Ilha da Consciência quanto permite a urdidura textual e a utilização da mistura de tempos, a existência de vários narradores, a atualização dos fatos históricos, etc

segunda-feira, 14 de maio de 2012

CALIXTO, Valdir de Oliveira. AQUIRI (1898-1909): Os patrões e a construção da ordem.

CALIXTO, Valdir de Oliveira. AQUIRI (1898-1909): Os patrões e a construção da ordem. São Paulo: USP, 1993. (tese de doutorado)
DT
010

INTRODUÇÃO (p. 6)
“O espaço acreano configura-se como ocupação recente e desordenada, em função de uma economia extrativista predatória” p. 6.

CAP. 1 – A Invenção da Nova Ordem Republicana: valores e procedimentos (p. 11)
- A república era um espelho dos interesses das elites cafeeiras.

CAP. 2 – O Capital e as Tierras Non Descobiertas (p. 57).
“O papel do capital como promotor da inserção da região na divisão internacional do trabalho, à medida que a borracha torna-se, cada vez mais, mercadoria indispensável à modernidade” p. 8.
- La Condamine redescobre a havea. Descreve como os nativos obtinham e a utilidade dela.
- Desenvolvimento científico proporcionou o aproveitamento industrial da borracha.
- Várias industrias na europa – TOCANTINS, p. 112.
“A borracha inseria-se, assim, nos planos dos fomentadores da modernidade” p. 64.
“subordinação do capital comercial – das casas aviadoras – ao capital da haute-finance, representado na Amazonia pelas casas exportadoras e bancos estrangeiros” p. 70.
“... expansão do capital mercantil rumo aos altos rios tendo à frente as casas aviadoras” p. 70.
“A década de 1880 marcou a gradativa subjunção do capital mercantil, representado pelas casas aviadoras, ao capital financeiro representado pelos bancos nacionais e estrangeiros, mas sobretudo, pelas casas exportadoras” p. 71.
“A partir dos anos 1880, os estoques de borracha para exportação concentrar-se-iam a cada ano, em mãos das casas exportadoras” p. 71.
“A crescente interferência do capital monopolista na tradicional economia extrativista, impondo nova lógica à acumulação mercantil, ocorreu em resposta à crescente demanda de matéria-prima por parte da indústria europeia e norte-americana” p. 73.
- A expassão do sistema de crédito é do final dos anos 1870.
 “poder para impor preços e impedir que as casas aviadoras exportassem, elas próprias, a borracha enviada pelos patrões dos confins da floresta” p. 73. calixto
 “Como parte periférica da economia mundial, a amazonia, sobretudo seu lado ocidental, tornou-se, então, peça importante na engrenagem imperialista” p. 75.
- Evolução das receitas de Manaus e Belém. Roberto Santos. P. 193.
“A expansão do capital ultrapassara as fronteiras estabelecidas” p. 76.
- Sobre os vários nomes dados à região ler p. 76.

CAP. 3 – Produção e Trabalho nos altos rios (p. 81)
- Estuda a migração nordestina. Migração para o trabalho e não uma fuga da seca.

CAP. 4 – A Dança das Linhas: nascimento da questão acreana (p. 121)

CAP. 5 – Território Nacional de Colônias: farsa e tragédia da Ordem nos altos rios (p. 154).
Trata da ocupação boliviana no Aquiri.

CAP. 6 – Liberdade, Ordem e Progresso: Estado e Dominação no Aquiri (p. 199).
- Galvez e Plácido é estudo.
“Aqui pretende demonstrar quais os limites do espírito revolucionário dos agentes” p. 9.

CONCLUSÃO (p. 268).
1898 – Dionísio Cerqueira declara ser o Acre incontestavelmente boliviano.
- Nesse período o Acre era administrado pelo município amazonenese Floriano Peixoto.

Para refletir