quinta-feira, 27 de outubro de 2011

TESE - Um olhar sobre a Universidade da Floresta, por Adaiton Salgado.

TESE - KIMPARA, Minoru. Motivação Humana: motivos envolvidos no processo educacional na UFAC.

TESE: MELO, Lúcia. REFORMAS EDUCACIONAIS E GESTÃO DEMOCRÁTICA NO ESTADO DO ACRE: REPERCUSSÕES NO TRABALHO DO NÚCLEO GESTOR DA ESCOLA

TESE. CABRAL, Grace. FORMAÇÃO SUPERIOR DE PROFESSORES EM SERVIÇO E PRÁTICAS - Análise da efetividade das políticas da primeira década do século XXI no Estado do Acre

Pecuária Bovina no Acre - de 1970 a 2000

Avaliação Econômica da Produção Familiar na Reserva Extrativista Chico Mendes no Estado do Acre. (Prof. Carlos Estevão)

Alternativas para a pecuária no acre - a SILVIPASTORIS

BUSCA ACADÊMICA - Radar Ciência

TESE: Educação Ambiental no Acre

ORDENAMENTO TERRITORIAL DO ALTO ACRE

Notas sobre o livro - SILVA, Laélia Maria Rodrigues. Procura-se uma pátria: a literatura no Acre (1900-1990). Tese de doutorado, 1996. PUC do Rio Grande do Sul.

SILVA, Laélia Maria Rodrigues. Procura-se uma pátria: a literatura no Acre (1900-1990).  Tese de doutorado, 1996. PUC do Rio Grande do Sul.


“As crônicas de descobrimento ou relatos de viagens científicas apresentam a Amazônia como um cenário grandioso e misterioso onde sobressai uma floresta exuberante cortada por caudalosos rios, habitada por índios arredios...”  (p. 01).
                       
“A cultura Amazônia tem sido determinante por dois elementos significativos: o isolamento e a busca de identidade” (p. 01).

“As margens, os símbolos e os mitos não são criações irresponsáveis da psique; elas respondem a uma necessidade e preenchem a uma função: revela as mais secretas modalidades do ser”. Mircea Eliade. IMAGENS E SÍMBOLOS. 1991.

Pensamento dominante: superioridade do cenário em detrimento das ações humanas. É a herança da cultura extrativista. A pequenez humana em face da exuberância da floresta. (cf.: Euclídes de Cunha).

A linguagem denuncia que qualquer olhar sobre essa terra está contaminado pelos mitos e lendas que se incorporam à invenção do paraíso e do inferno verde. (p. 8).

A invenção é a tradução da Amazônia em discurso. Há um distanciamento da realidade. As representações também são constituídas do real. A realidade empírica é diferente da realidade instituída.

O imaginário social que diz o que é a Amazônia refere-se simultaneamente à realidade concreta e às imagens e discursos que lhe dão significação e identidade (p. 8).

O estudo das elaborações culturais pode levar à busca das relações entre o concreto da realidade social e sua representação simbólica.

As características culturais podem levar à busca das relações entre o concreto da realidade social e sua representação simbólica.
           
A significação dos aspectos da realidade acreana, que pode ser revelada pelos símbolos que a representam (p. 10). OBS: utiliza o conceito de linguagem como discurso.

Literatura como  atividade, um modo pelo qual autores conseguem tornar seus textos objetos que circulam na comunidade e um modo pelo qual leitores extraem sentido de símbolos impressos sobre páginas (p. 11).

Os escritores não produzem livros e sim textos (p. 11).

A compreensão da realidade revelada pelas imagens que representam a região pode levar ao desvelamento das construções simbólicas na literatura produzida. O estudo procura estabelecer as conexões entre os eventos históricos e as manifestações literárias no Acre.

A literatura no Acre modifica-se conforme as condições sócio-econômicas, caracterizando-se diferentemente nos períodos que coincidem com as organizações políticas administrativas do espaço como território e como Estado. A INTEÇÃO AUTORAL orienta-se por uma busca identitária.
 
 O HINO ACREANO é a primeira representação poética do Acre.


CAP.2 – A invenção da realidade: a riqueza, os rios e a floresta (p. 34).

As imagens construídas desde os primeiros textos permitem a compreensão da experiência humana nesse espaço geográfico.

A comercialização de produtos da floresta teve início com a exploração das chamadas drogas do sertão.

O Acre emergiu no cenário histórico e cultural brasileiro a partir do momento em que a Amazônia ganhou importância econômica (p. 26).

O PURUS foi o primeiro rio acreano a ser percorrido, buscava-se as DROGAS DO SERTÃO.

Milhares de nordestinos, principalmente cearenses, foram encaminhados a regiões insalubres dos Vales do Juruá, Purus e Acre que, para garantir a exploração do látex, mataram em correrias, os índios e expulsaram os que conseguiram fugir e sobreviver aos massacres, aos confrontos desiguais de arco e flecha contra rifles de repetição de milhares de bala, para outras regiões mais distantes e mais inóspitas (RODRIGUES, 1996, p. 27).

A violência do contato dos imigrantes com os nativos levou quase ao extermínio os grupos indígenas dos Vales do Juruá, Purus e Acre (RODRIGUES, 1996, p. 27).

Não podendo contar com a mão-de-obra indígena e tendo em vista a necessidade cada vez maior da produção de borracha para suprir a demanda do mercado internacional... os seringalistas associados às casas aviadoras contrataram agenciadores de braços para o trabalho de extração do látex na Amazônia (p. 27).

As primeiras cidades acreanas deram-se origem a partir dos núcleos de atividade extrativa.

“A mais imperfeita organização de trabalho engendrou o egoísmo humano, O sertanejo emigrante realiza, ali, uma anomalia sobre a qual nunca é demasiado insistir, é o homem que trabalhou para escravizar-se” (Euclides da Cunha).

A existência do território se firma como produtor da mesma matéria-prima que dá importância econômica à região durante os quase  quarenta anos de vigência do 1° Surto da Borracha.
Por oferecer borracha de melhor qualidade, a fina, os Vales do Acre e Purus foram aceleradamente invadidos por seringalistas e seringueiros, dando início à ocupação... (RODRIGUES, 1996, p. 28).

Nada parecia abalar a idéia de que a riqueza líquida que jorrava das árvores sustentaria para sempre o sistema desumano da exploração vigente na economia do látex da Amazônia (RODRIGUES, 1996, p. 29).

O governo brasileiro era evidentemente desinteressado pelo Acre. Os brasileiros do Acre não faziam parte das preocupações governamentais. Estava alheio ao que ocorria além das ‘margens plácida do Ipiranga’.

O ACRE era sinônimo de borracha e nada mais. Expatriados nordestinos, habitantes dessa nova terra, nem sabiam ao certo se estavam sob o mesmo 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

A globalização da revolta

Por Antonio Lassance

O que há de comum entre as mobilizações da Tunísia, Egito, Iêmen e Síria, com as do Reino Unido, Itália e Chile; Portugal e Grécia; as da Espanha com as dos Estados Unidos?

Muita coisa, mas vamos com calma. A lista de diferenças é ainda maior. Mesmo na Primavera Árabe, a Revolução Jasmim, da Tunísia, e a Revolução de Lótus, do Egito, floresceram em um mesmo terreno, mas são espécimes diversos.

Respeitadas essas diferenças, o que há de semelhante pode e deve ser considerado global. Há questões econômicas, sociais, políticas e culturais comuns.

A mais evidente é a indignação contra as desigualdades econômicas e sociais e a dominação política que as mantém e as faz aumentar. O slogan novaiorquino “somos os 99%” estampou a sensação de que a maioria vive no mundo da carência por se deixar dominar politicamente pelo 1% que vive no mundo da opulência. A mesma ideia ganhou diferentes expressões em todo os cantos. É um sentimento global compartilhado.

A crise internacional é um fator comum. Ela tem gerado a revolta contra o mundo das finanças, que mandou as pessoas desocuparem suas casas hipotecadas, nos Estados Unidos, que demitiu servidores públicos na Grécia, que desempregou em massa na Espanha. A inflação mundial, com tendência de crescimento, tem como uma de suas vertentes o encarecimento dos alimentos, que afeta mais diretamente a população pobre. Este foi um problema de fundo na Tunísia, no Egito e no Oriente Médio.

A estagnação econômica elevou o desemprego e todos se perguntam por que os governos ajudam os bancos, mas não ajudam as pessoas em pior situação.

A maneira como os manifestantes foram tratados também tem traços em comum. Primeiro eles foram tidos por vozes isoladas; depois, provocadores, baderneiros, criadores de confusão. O governo sírio chamou os revoltosos de gangues. As autoridades britânicas também. O Partido Conservador cogitou criar um esquadrão especial antiprotestos e restringir o uso da internet, o que, convenhamos, são propostas para ditador algum botar defeito.

O ativista Kevin Young, da Organização por uma Sociedade Livre, dos EUA, uma das organizadoras da marcha “Ocuppy Wall Street”, relembrou o ensinamento de antigos militantes, segundo os quais "primeiro, eles ignoram você. Depois, eles riem de você. Em seguida, eles atacam você, e então você os vence".

Há uma revolta global contra a esclerose das referências políticas tradicionais. Isso vale para a Tunísia, o Egito, a Líbia, o Iêmen, mas também para a Europa, os Estados Unidos e o Chile. No caso das ditaduras, a esclerose estava associada à figura dos próprios ditadores. Ocorre o mesmo com Berlusconi, na Itália. Nos demais países, a esclerose é dos partidos, que não se renovam ou não empunham projetos alternativos, menos capazes ainda de encampar a defesa da igualdade.

As manifestações tiveram referências espontâneas, mas contaram com o apoio e o ativismo de várias organizações, algumas mais, outras menos consolidadas, mas todas essenciais para que a indignação tomasse as ruas. O desafio é justamente conseguir canalizar a energia de sua espontaneidade para referências políticas capazes de montar coalizões governantes e disputar projetos de poder em seus países.

Há mudanças demográficas globais em curso afetando principalmente jovens, mulheres e idosos. Surgiram novas formas de expressão cultural e novos hábitos de consumo de informação. Há uma revolta contra a velha mídia por conta da deturpação ou omissão de informações, do sarcasmo contra os pobres e da celebrização dos opressores.

As marchas desmentiram aqueles que por aí diziam que havia acabado a época das grandes mobilizações populares, e que as novas maneiras de protestar eram cada vez mais individuais e virtuais. A comunicação eletrônica, ou autocomunicação de massa (como diz Manuel Castells), deu fôlego às manifestações, facilitou a mobilização, protegeu ativistas, disseminou a revolta.

O feitiço virou-se contra o feiticeiro, e a tão propalada globalização agora ganha a forma de protesto, com cores muito diferentes, mas com um leve toque de jasmim.

*Antonio Lassance é pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e professor de Ciência Política. As opiniões expressas neste artigo não refletem necessariamente opiniões do Instituto.

sábado, 22 de outubro de 2011

A RELIGIÃO ISLÂMICA MERECE MAIS RESPEITO E DEVEMOS PROCURAR COMPREENDER MELHOR O QUE CHAMAMOS DE “CULTURA ORIENTAL”.



"Só o termo Oriente Médio já define um olhar ocidental". José Arbex


Por que a mídia ocidental tem tanto interesse em estigmatizar o Oriente como uma região violenta?
Por que os orientais são genericamente taxados de fundamentalistas?
Por que o Oriente deve sempre estar associado ao pólo negativo do mundo, e o Ocidente com o positivo? Seria este sempre o "mocinho", enquanto aquele o "bandido"?

Por que o Oriente sempre tem que aparecer em oposição ao Ocidente? Seria o Oriente tão simplesmente o não-Ocidental?

Por que é que temos que pensar a pluralidade cultural em termos de ocidente e oriente?
Vale lembrar que  visão bipolar do mundo não vem de hoje. Desde a antiguidade, as pessoas já  eram ensinadas a pensar o mundo de forma maniqueísta. O universo estaria dividido em duas partes completamente distintas: o bem e o mal. O estrangeiro era visto como inimigo.

Quem pertencia, por exemplo, à civilização romana, via uma outra civilização como a representação do não-romano. Se os romanos representavam a modernidade, todas as outras civilizações, por mais distintas que fossem entre si, representavam a barbárie.

Entre 1945 e 1990 durante a  Guerra Fria, essa visão maniqueísta poderia ser percebida facilmente: Para nós que estávamos no “mundo ocidental” pertencíamos  bloco capitalista, éramos, portanto considerados "bons" mas aqueles que  pertenciam ou simpatizavam com o bloco socialista, eram considerados "maus".

Após o fim do socialismo real, o mundo capitalista perdeu o seu lado antagônico. Isso representou um potencial prejuízo para as indústrias bélicas, pois teoricamente não haveria mais justificativa para os enormes "investimentos" em artefatos de guerra.
O governo norte-americano foi obrigado a criar uma nova ameaça mundial, um novo inimigo a ser combatido.

A invasão do Iraque ao Kuwait em 1990 se encaixou, com diz o adágio popular, como uma verdadeira "luva", a essa situação.

A Guerra do Golfo em 1991 foi encarada como uma guerra da luz contra as trevas. O mundo ocidental ia ao encontro do oriental para salvaguardar os ideais democráticos.
Dez anos mais tarde, o  “11 de setembro" serviu para delinear melhor a face do inimigo ocidental: não estaria mais personificado na pessoa de Saddam Hussein, mas representado no multifacetado "terror" do Oriente, ou no atraso dos “novos bárbaros”de ocasião: os fundamentalistas islâmicos.

Afinal, o que é o Oriente? Quando estudamos coordenadas geográficas no Ensino Médio, somos ensinados que a área que está ao leste do meridiano de Greenwich é o oriente e tudo o que está ao oeste é o Ocidente. No entanto, não devemos nos esquecer que o centro geodésico é uma construção humana.

A terra é esférica, não dá para definir o seu início, nem o ser fim, quanto mais o seu meio.

A longitude de 0° é uma arbitrariedade. Foi fruto de uma convenção para tornar a Inglaterra, a maior potência Européia dos séculos XVIII e XIX, no centro do mundo. Convencionou-se iniciar o 0° longitudinal tendo como referência o observatório astronômico de Greenwich na Inglaterra. Portanto, os mapas cartográficos são ideológicos, são referências de interesses geopolíticos. Poder-se-ia representar o mapa mundi tendo como centro o continente asiático, ou, como é a tendência do século XXI, a América do Norte.

Queremos dizer com isso que os termos Oriente e Ocidente não são espaços geográficos definidos, mas construções ideológicas.


Heródoto, o "pai da História", foi o primeiro a empregar o termo Oriente na antiguidade "clássica". Ele referia-se ao sul da Síria.
O Oriente bíblico (Mt 2:1-2; Gn 19:9, 11; 29:1; Jz 6: 3, etc) certamente não tinha como referência o meridiano de Greenwich, mas a terra de Canaã (todas as terras da palestina ao ocidente do Jordão).
Outro exemplo é o caso do Tratado de Tordesilhas que em 1494 dividiu o mundo ao meio tendo por base ilhas de Cabo Verde.

Para ilustrar ainda mais esse caráter ideológico, observemos que a Austrália, mesmo estando localizada no extremo oriente do mapa mundi atual, para muitos, pertence ao mundo ocidental.

Na primeira metade do século XX, estudiosos Ingleses dividiram o Oriente em três grandes partes, de acordo com a aproximação geográfica com a Europa:

a) O Oriente Próximo, parte do oriente mais perto da Europa, englobava toda a região dominada pela cultura árabe-mulçumana.

b) O Oriente Médio, constituído pelo universo cultural hindu.

c) O Extremo Oriente, que compreendia o universo cultural chinês. No entanto, a Independência da Índia e a criação do Paquistão em 1947, além da criação do Estado de Israel em 1949, tornaram essa divisão antiquada.

Na época da Guerra Fria, com a Rússia "engolindo" praticamente todo o leste Europeu e a China Comunista dominando o sudeste da Ásia, resolveu-se demarcar bem as "fronteiras" entre o Ocidente e o Oriente. A mídia norte-americana baniu a idéia de Oriente "Próximo", pois, a aproximação tinha como referência a Europa comunista e ela não pagaria esse "mico", é claro. Como essa área estava sendo disputada por Capitalistas e Socialistas, ficou mais adequado chamá-la de "Oriente Médio".


Mulheres muçulmanas.
Na visão predominante no mundo
ocidental, seriam todas infelizes e
oprimidas. Precisamos entender e respeitar
a cultura de todos os povos e religiões.
Assim sendo, para muitos estudiosos e para a imprensa ocidental, Chipre, Egito, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Arábia Saudita, Síria, Turquia, Iêmen, Bahrein, Omã, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Afeganistão, Paquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Tajiquistão e Quirguistão passaram a constituir o "crescido" Oriente Médio.

A região situa-se no sudoeste da Ásia e no nordeste da África e é a região mais islamizada do mundo, com exceção de Israel. Também é a região mais rica em petróleo do mundo.
A questão religiosa e econômica do Oriente Médio é fundamental para compreendermos o processo de construção do novo inimigo ocidental e a nova concepção de oriente na atualidade. A visão maniqueísta continua, apesar do fim da dicotomia capitalismo e socialismo.

Hoje, a grande dicotomia é: mundo cristão versus mundo islâmico; quem tem petróleo versus quem não tem. Por isso que agora a concepção de Oriente restringiu-se às fronteiras do Oriente Médio.

Os islâmicos passaram a representar melhor o estrangeiro, o "bárbaro", o terrorista, o "outro que é diferente de nós". E quem é diferente de "nós", necessariamente é inferior a "nós".

Por isso, o que conhecemos sobre o Oriente não é o Oriente, mas uma representação criada do Oriente pelo Ocidente. É uma versão inferiorizada do Oriente.

Quando se é mostrado o tratamento dispensado à mulher oriental como o símbolo da opressão e do atraso da cultura mulçumana, esquecem de que os países ocidentais são os campeões mundiais de violência contra a mulher. Se alguém quiser saber o quanto a sociedade cristã ocidental trata bem suas mulheres experimente acompanhar um único dia de ocorrência em uma Delegacia da Mulher em qualquer cidade brasileira que a possua. Apenas para ficarmos em um exemplo “básico”, pois estima-se que as queixas registradas não refletem nem 30% da realidade da violência contra a mulher no Brasil.

Os fundamentalistas islâmicos são acusados de serem  foram os responsáveis pelo "11 de setembro" o maior atentado da história (3 mil  mortos).

Mas, alguém já parou para avaliar as tragédias, genocídios e extermínios em massa, provocados pelo fundamentalismo cristão?


Foto de Hiroshima após
a bomba atômica.
Não teria sido um atentado as bombas atômicas jogadas em Hiroxima e Nagasáqui que provocaram de imediato cerca de 70 mil mortos?


Na Guerra do Vietnã foram mortos cerca de 3 milhões de vietnamitas e 58 mil norte-americanos. Ou será ainda que  os 600 mil civis mortos no Camboja na década de 70, por soldados norte-americanos se apagaram da história?


Foto de família na Índia no
final do século XIX.
No século XIX a Índia era colônia da Inglaterra, país governado por  brancos protestantes ingleses. Esta situação foi o resultado da política Britânica de exportar comida da Índia e recolher pesados impostos no país em uma época de grande seca.

Os cristãos foram os responsáveis pelo odioso apartheid que vigorou na República Sul Africana até 1993, onde durante quase meio séculos a população negra foi explorada em condições sub-humanas por governos brancos cristãos, porém racistas.


O resultado foi trágico
– cerca de 7 milhões de
pessoas morreram de
fome na Índia entre 1876 e 1878. Você ainda acha que o mundo ocidental é civilizado?
Foi necessário o fim da Guerra Fria, para que a África do Sul perdesse a sua importância geopolítica na África Meridional para os EUA e o apartheid pudesse então ser eliminado.

A mídia ocidental solidificou  a idéia de que todos os muçulmanos são violentos. Certamente não foram eles que fabricaram as duas Guerras Mundiais do século XX.

Tenho certeza também  que Hitler, Stálin, Mussolini, Mao-Tsé-Tung, Augusto Pinochet, Papa Doc Duvalier, etc, nunca foram fundamentalistas islâmicos, mas  foram eles os responsáveis por milhões de assassinatos de forma sumária, perseguições e genocídios no século XX. Também é certo que o “Imperador”  George Bush, nunca freqüentou uma mesquita e mesmo assim comanda a maior e mais mortífera máquina de guerra do planeta, passando por cima de todas as resoluções da ONU.


A imprensa da Dinamarca chegou ao descaso de satirizar em charges o profeta Muhamed (ou Maomé como é conhecido no Ocidente). Mas será que acharíamos graça se os países islâmicos publicassem na Internet charges com padres homossexuais ou pedófilos?Transformando  maus comportamentos individuais em condutas generalizadas de todos os padres?

Certamente que não, até porque os que cometem desatinos de conduta são uma minoria dentro da Igreja Católica, que também merece respeito por tudo o que representa. Mas da mesma forma, os muçulmanos radicais que cometem desatinos ou atos de terror, também são ínfima minoria no enorme universo islâmico com mais de 1,2 bilhões de fiéis.


 







Será que os católicos acham graça
nas caricaturas do Papa?
A Igreja Católica errou feio em 2006, quando o atual Papa Bento XVI, resolveu criticar o mundo Islâmico, esquecendo-se que a história da Igreja Católica Romana também é tingida pelo sangue da Inquisição, da intolerância, pelas Cruzadas, pelos assassinatos de Papas, pelos Papas guerreiros, etc. Os muçulmanos dominaram a Península Ibérica (Portugal e Espanha) por sete séculos e nenhuma Igreja Católica sequer foi destruída. O mesmo não se pode dizer da passagem dos cruzados pela Turquia e Israel.

Na verdade, os grandes causadores da maioria dos conflitos no Oriente Médio são os próprios países ocidentais. Foram eles que desenharam a atual divisão política do Oriente Médio, são eles os maiores exportadores de armas para essa região. Assim como na África, as grandes potências ocidentais, impuseram aos povos da região fronteira artificiais, que não retratam a realidade étnica e religiosa existente.

A formação de fronteiras dos Estados no Oriente Médio, foi estabelecida com o objetivo de facilitar o controle externo das grandes reservas de petróleo.Recurso energético vital para o ocidente, não renovável e finito.

A grande problemática da atual visão maniqueísta de mundo é que o Islã não está confinado no Oriente Médio.

O mundo islâmico não se limita aos Árabes. O islamismo foi a religião que mais cresceu no último século, estando presente em todas as parte do mundo. Existem mais muçulmanos  não-árabes do que propriamente árabes. Os árabes correspondem a apenas 20% dos 1,2 bilhões de muçulmanos em todo o mundo.



População de Muçulmanos
100% da População
de 50% à 70% da População
20% da População
de 2,5% à 10% da População
menos de 1% da População
Islamismo é a religião que mais cresce no mundo

E o interessante é que em outras regiões alheias ao Oriente Médio, são reduzidas as  notícias  de conflito. Eles ocorrem, mas em número e intensidade bem menor do que no “mundo civilizado cristão ocidental”. E na maioria das vezes são conflitos onde as causas principais estão ligadas a interesses externos e não propriamente a questões religiosas.Tudo esconde o fato de que o Oriente é uma região permeada pelos interesses das potências ocidentais.

Será que todas as culturas da terra estariam bem condicionadas às generalizações Ocidente e Oriente?

No dia em que soubermos conviver com o diferente sem ter que classificá-lo como inferior, não precisaremos mais esconder o turbilhão de culturas que existem por trás dessa visão bipolar de mundo.

Quando isso acontecer, seguramente não estaremos mais vivendo sob o jugo do "capetalismo".

Obs: Este artigo foi adaptado e atualizado pelo Professor Paulinho Franco a partir de um artigo originalmente escrito por dois mestres de grande competência: Eduardo Carneiro acadêmico do Mestrado em Letras da UFAC  e por  Egina Carli,  professora de História do CIEB

Bons estudos! Prof. Paulinho Franco / 2007

Calouros nas universidades públicas: Trote de batismo ou Violência Explícita?

Raimundo Muniz Penha, Acadêmico de Direito – FAAO, 3º Ano Noturno




A história dos “trotes” de estudantes é muito antiga e inicia-se com as primeiras universidades medievais na Europa. Nestas instituições, Segundo Vasconcelos (1993), “costumavam separar os veteranos dos calouros. Os veteranos assistiam a aulas, no interior das salas e os calouros, de cabeça raspada, do lado de fora, no vestíbulo”. Desse vocábulo, origina-se a denominação vestibular para o concurso de acesso dos calouros nas universidades.

No século XIV e século seguinte, nas universidades de Bolonha, Paris em 1342, e na Universidade de Heidelberg na Alemanha em 1491, respectivamente, os calouros, reclassificados como “bixos e bixas” para ambos os sexos e ainda de “feras” pelos veteranos, tinham pelos e cabelos arrancados, e eram obrigados a beber urina e a comer excrementos antes de serem declarados “domesticados”.

Em Portugal, esses trotes de características “sadomasoquistas” foram introduzidos na Universidade de Coimbra, a partir do século XVIII. De acordo com Zuin (2002), “essas práticas chegam ao Brasil através de estudantes brasileiros oriundos de Portugal”.

Em decorrência do emprego dessa idéia de separatismo criam-se litígios entre veteranos e calouros que culminaram com a morte de um estudante da faculdade de Direito de Olinda, Pernambuco, em 1831, – seria a primeira, de várias vítimas de trotes violentos, no Brasil.

Mas, é a partir de 1980 que se acentua o histórico de práticas de trotes de características depreciativas que deixam marcas, muitas delas fatais, e que hoje devem ser repensados, a partir de seus efeitos de violência explícitos, e sem justificativas socialmente aceitáveis.

Em 1980, Carlos Alberto de Souza, 20 anos, calouro do curso de Jornalismo da Universidade de Mogi das Cruzes (SP), morreu de traumatismo cranioencefálico, resultante das agressões praticadas por estudantes veteranos.

1990, marca a morte de George Mattos, 23 anos, calouro do curso de Direito da Fundação de Ensino Superior de Rio Verde (GO), em função de uma parada cardíaca quando tentava fugir de veteranos que iam lhe aplicar um trote.

Em 22 de fevereiro de 1999, Edison Tsung Chi Hsueh, chinês de Taiwan, calouro da Faculdade de Medicina da USP, foi vítima fatal de afogamento em uma piscina da faculdade durante um trote de calouros.

10 de fevereiro de 2009, Bruno César Ferreira, 21 anos, calouro do curso de veterinária da Faculdade Anhanguera, em Leme, São Paulo. Foi forçado a ingerir bebidas até o estado de coma alcoólico, além de ser obrigado a rolar em uma lona com animais mortos e fezes em decomposição.

Em 2009, o aluno Vitor Vicente de Macedo Silva, 22 anos, do Curso de Física da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro morreu afogado numa piscina de saltos ornamentais (9 m de profundidade). Acredita-se que ele teria sido forçado a saltar na piscina, mesmo sem saber nadar.

Em 2010, estudantes da Unicastelo, em Fernandópolis, foram obrigados a fumar, tirar as roupas íntimas, pedir dinheiro em semáforos e até beber álcool combustível. Nesse mesmo período, na Escola Superior de Propaganda e Marketing, também em São Paulo, um estudante foi agredido, e teve ossos do nariz e do rosto quebrados.

No Acre, até fins da década de 1990, a aprovação em vestibulares da universidade pública significava encher de orgulho e alegrias a familiares e amigos do calouro, que comemoravam com festas, incluindo parabéns, abraços e votos de sucessos, o mais extremos seria apenas o ato de iniciar o curso com a cabeça raspada, até então, por iniciativa do próprio calouro.

Com a evolução dessa prática de “batismo”, algumas novas “brincadeiras” foram sendo somadas àquelas que já se praticavam, mas, ainda em rituais em tom de ordem e de diversão. Mas, é a partir dos anos de 2000, que alguns veteranos começaram a ritualizar esses momentos com atos mais extremos, como se fosse uma espécie de vingança por atos sofridos no ano de seu acesso à universidade, como forma de repasse.

Desta maneira, a soma desses atos passou a fazer parte da rotina anual da universidade pública e, de forma preocupante, já observamos alguns excessos que ocorrem durante as “brincadeiras”, ainda sem muita gravidade. Isto porque, partimos do princípio que ninguém vai a um trote predeterminado a praticar violências, mas estas, quando ocorrem, surgem e evoluem de forma impensada e imensurada durante a realização de um trote.

Com esse ponto de vista não queremos inibir aos veteranos e calouros de comemorarem esse início de uma nova etapa vitoriosa de estudos, pois sabemos que em um contingente de um trote, cerca de 60% dos calouros estão ali, voluntariamente porque querem participar e estão se divertindo; outros 30% são motivados por colegas e querem “inocentemente” apenas matar a curiosidade de vivenciar um trote; e outros 10% são coagidos a essa participação pelos veteranos, mas, incomodam e arrependem-se de estarem envolvidos e, muitas vezes, já não conseguem mais fugir do trote.

O perigo dos trotes é que eles não seguem a nenhuma cartilha de regras ou normas para conduzir atitudes e comportamentos do grupo, mas, estas são colocadas em prática, de forma extemporânea, segundo a iniciativa de cada um dos veteranos participantes, e estes estão ali gozando da condição de mandante.

Mas, o que se espera a partir dessa visão externa do conteúdo de um trote? É importante que a universidade pública reconheça sua parcela de co-existência com esses trotes e mostre aos acadêmicos veteranos, através do DCE e CA’s, possíveis males que podem ser ocasionados por excessos que surgem e evoluem durante esses trotes através de algumas atitudes extremas, de cunhos “sadomasoquistas”, que podem atingir a honra, a integridade e até a dignidade dos calouros, pois algumas atitudes impensadas podem até redundar em atos ilícitos, passíveis de responsabilidades civis e penais, enquadrados como crimes contra a honra e contra a liberdade pessoal. Isto porque, segundo a Constituição Federal, em seu art. 5º estabelece que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se (…) a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (…), assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.

Desta forma, é através da informação e da boa condução dos trotes, que poderemos ver esses eventos num futuro próximo, não como uma forma “depreciativa” da individualidade do calouro e ao mesmo tempo uma afronta a dignidade e a liberdade do ser humano, mas o trote, como uma forma de inclusão, integração e aceitação dos novos colegas.

Aprovado na Câmara Federal e ainda tramita no Senado, projeto de lei que pretende disciplinar e proibir o constrangimento dos calouros, a exposição deles à situações vexatórias e ofensas graves, além de garantir a integridade física dos novatos, recomenda às universidades à abertura de processos disciplinares contra os veteranos violentos e que apliquem multas (de 1.000 a 20.000 reais), suspensão de um a seis meses e até expulsão.

Até a presente data dois estados brasileiros saíram na frente e dão o exemplo de preocupação e zelo pelo ingresso de calouros nas suas universidades públicas, dinamizando esse acesso e coibindo, com leis próprias, os chamados trotes violentos, são os Estados de São Paulo e de Santa Catarina, atitudes essas que deveriam ser seguidas pelos demais estados brasileiros.

Referências Bibliográficas
MATTOSO, G. O calvário dos carecas: a história do trote estudantil. São Paulo, EMW, 1985.
VAN GENNEP, A. Os ritos de passagem. Petrópolis, Vozes, 1978.
VASCONCELOS, Paulo Denisar. A violência no escárnio do trote tradicional. Santa Maria, UFSM, 1993.
ZUIN, Antônio Álvaro Soares. O trote na universidade-Passagens de um rito de iniciação. Cortez, São Paulo, 2002)
ZUIN, Antônio Álvaro Soares. O Trote no Curso de Pedagogia e a Prazerosa Integração Sadomasoquista. Educ. Soc. [online]. Ago. 2002, vol.23, no.79, p.243-254. Disponível na World Wide Web: Scielo. ISSN 01017330.


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Analisando o Neoliberalismo



Por: Maykon Santos da Silva - Acadêmico do Curso de História - Uniamerica.

Na tentativa de compreender o Neoliberalismo em seu conceito e momento histórico primeiramente devemos fazer uma analise econômica do mundo pós-guerra, e sua “versão” anterior o Liberalismo Clássico, que pode ser definido como um conjunto de idéias e teorias políticas, que tem como objetivo principal a defesa da liberdade econômica e política, neste sentido os liberais são opostos a autoridade do Estado na economia e na vida dos indivíduos. 

      
      O pensamento liberal surge na Europa no século XVII, com os trabalhos sobre política do filósofo inglês John Locke. E com o filósofo Adam Smith, o liberalismo econômico ganha força.
      Os princípios básicos do liberalismo é a propriedade privada, liberdade econômica com o livre mercado, mínima participação do Estado nos assuntos econômicos da nação e igualdade perante a lei. É importante enfatizar que o Estado Liberal só consegue sobreviver com o Capitalismo e por decorrente a Globalização nos países ditos socialista não temos um Estado Liberal embasado na democracia, mais sim um Estado Autoritário aonde o poder é centralizado no Estado e ele rege todas as atividades econômicas e políticas. Está Globalização vem surgindo como um novo modelo de organização econômica no qual todos os países têm suas barreiras territórios e sócias atingidas, modificando o Estado, sua História, sua Geografia coloca os indivíduos na aldeia global, constitui um mercado único, porém é pertinente lembra que o capitalismo sempre teve em sua essência a expansão. Tanto que Marx e Engles já disseram do capitalismo em 1848:

 Essa revolução contínua da produção, esse abalo constante de todo o sistema social, essa agitação permanente e essa falta de segurança distinguem a época burguesa de todas as precedentes. Dissolvem-se todas as relações sociais antigas e cristalizadas, com seu cortejo de concepções e de idéias secularmente veneradas; as relações que as substituem tornam-se antiquadas antes de se ossificar. Tudo que era sólido e estável se esfuma, tudo o que era sagrado é profanado, e os homens são obrigados finalmente a encarar com seriedade suas condições de existência e suas relações recíprocas. (Marx e Engles, Manifesto Comunista)

            Podemos dizer que o “atual” momento do capitalismo está ligado às idéias neoliberais, pois uma vez que o Estado não intervém nas relações sociais e econômicas, o capitalismo pode se expandir, e realizar o “sonho” Iluminista de uma sociedade harmônica e racional.  O plano Neoliberal nasce com a crise teórica, política e econômica do capitalismo internacional e do socialismo. O modelo Neoliberal se funde nos países capitalista e logo é visto em todos os países cujo sistema econômico é o capitalismo, desta forma Anderson enfatiza que:



Neste sentido, qualquer balanço atual do neoliberalismo só pode ser provisório. Este é um movimento ainda inacabado. Por enquanto, porém, é possível dar um veredicto acerca de sua atuação durante quase 15 anos nos países mais ricos do mundo, a única área onde seus frutos parecem, podemos dizer assim, maduros. Economicamente, o neoliberalismo fracassou, não conseguiu nenhuma revitalização básica do capitalismo avançado. Socialmente, ao contrário, o neoliberalismo conseguiu muito dos seus objetivos, criando sociedades marcadamente mais desiguais, embora não tão desestatizadas como queria. Política e ideologicamente, todavia, o neoliberalismo alcançou êxito num grau com o qual seus fundadores originalmente jamais sonharam, disseminando a simples idéia de que não há alternativas para os seus princípios, que todos, seja confessando ou negando, têm de adaptar-se a suas normas (Anderson, 1995.)


O emprego do “Neo” se trata uma corrente do Liberalismo, aonde temos a aplicação e utilização das idéias liberais, visto em um novo momento histórico, logo podemos perceber que não é uma nova versão do Liberalismo, mas trata-se de sua aplicação mais contemporânea principalmente a partir da segunda metade do século XX. Que se instalou em alguns países pós guerra, também influenciado pela Revolução Soviética de 1917. O principal pensador foi Friedrich Hayek em seu trabalho Caminha da Servidão de 1944, Hayek se coloca contra o Estado Previdenciário, pois dizia que o “neoliberalismo” iria organizar a sociedade, produzir riquezas na quais todos poderiam ser beneficiados a médio e em longo prazo, e que a desigualdade social gerada seria um mal necessário, pois assim haverá prosperidade econômica e acumulação de riqueza nas mãos de poucos.

O Neoliberalismo é um principio econômico que defende a intervenção ou influência mínima do Estado na economia, pois o mercado deve se auto-regular. Um Estado mínimo não quer dizer um Estado fraco, mais sim um Estado “desobrigado” das assistências sociais. Propõe que o individuo seja mais importante que o Estado, pois a teoria Liberal diz que quanto menor a intervenção do Estado na economia, mais poder os indivíduos tem, e assim a sociedade pode se desenvolver mais rapidamente por que somente os mais apitos conseguiram se mantiver no poder econômico, e a livre concorrência proporcionara nova avanças em diversas áreas, desta forma proporcionando o “Bem-Estar Social”.

O centrismo liberal e a economia keynesiana ficaram subitamente fora de moda. Margaret Thatcher lançou o chamado neoliberalismo, que era na realidade um conservadorismo agressivo de um tipo que não era visto desde 1848, e que envolveu uma tentativa de reverter à redistribuição do Estado de Bem-Estar, de modo a beneficiar as classes superiores e não as classes mais baixas. (WALLERSTEIN, 2004.).

A oportunidade de se colocada em pratica as idéias Neoliberais aparece entre as décadas de 1970 e de 1980, impulsionado pelo anticomunismo que atingiu o Ocidente no fim dos anos 70, principalmente pelos efeitos da guerra fria, com a interferência soviética no Afeganistão e também pelas vitórias políticas de candidatos conservadores nos Estados Unidos e na Europa. 

Com a primeira ministra Margareth Thatcher na Inglaterra, em 1979, faz deste país o pioneiro na Europa a concretizar a “receita” Neoliberal, a Inglaterra se torna:

“o primeiro país do centro do capitalismo a se empenhar na concretização do neoliberalismo”.
“As ações de Thatcher foram: contração da emissão de moeda; elevação da taxa de juros; redução considerável dos impostos sobre os rendimentos altos; abolição do controle sobre os fluxos financeiros; criação de níveis de desemprego massivos; imposição de uma legislação anti-sindical; corte de gastos sociais; e lançamento de um amplo programa de privatização que atingiu a habitação pública, a indústria de aço, o setor elétrico, a produção de petróleo, a produção de gás e o fornecimento de água” (Édio João Mariani - http://www.urutagua.uem.br/013/13mariani.htm - pág. 2.)
          
         No plano Neoliberal são as empresas privadas que fazem as regras de produção e organiza os mercados. Os produtos colocados no mercado não são somente para atender a nossa necessidade básica de sobrevivência, mas também atender as necessidades de mercado. Para que isso possa funcionar temos o poder da publicidade para impor o consumo em larga escala, ao longo dos anos a publicidade e as políticas neoliberais caminharam juntas.

            Só que o “Bem-Estar Social” é uma coisa ilusória, pois o excedente da riqueza não é levado às classes mais pobre da sociedade, estas riquezas ficam aglomeradas nas mãos de poucas pessoas.  Podemos pegar o fator alimentação como exemplo, pois enquanto em países ricos seus habitantes têm “excesso”, em paises subdesenvolvidos a alimentação é racionada, isso quando as grandes indústrias alimentícias não deixa estragar alimentos para poder manter o preço alto, fazendo que somente pessoas com uma maior renda tenham acesso aos seus produtos.

            Nas idéias neoliberais, o crescimento econômico passa por estabilizar a moeda, corta os gastos públicos, reforma fiscal que concentra riquezas, uma taxa “natural” de desemprego. Partindo da idéia que somente o capital concentrado gera riquezas, o desemprego faz diminuir os salários, podendo assim garantir maior lucro, ou maior acumulação de riqueza. Visto deste ponto o desemprego é uma consequencia desejada no plano Neoliberal.

Por não apresentar o real custo beneficio para a população mais pobre, houve resistência em boa parte da Europa contra a implantação do neoliberalismo, a resistência se dá por conta de movimentos populares, em especial das organizados pelos sindicatos, pois lutavam para a manutenção dos direitos adquiridos, os movimentos contra o neoliberalismo foi visto na França, Itália, Alemanha e Espanha.

       Já nos Estados Unidos as praticas neoliberais se dão com a vitória de Ronald Reagan. O neoliberalismo é dado como doutrina política e econômica, e continuar a ser em toda a década de 1980. A doutrina de Milton Friedman obteve grande influencia no começa, mas devido a sua rigidez trouxe inúmeros problemas, por este motivo foi substituído formatos menos dogmáticos, mais, todavia as doutrinas econômicas foram originarias da “laissez faire”, na qual ela parte do principio da não-intervenção do Estado na economia. Desta forma as políticas neoliberais de Ronald Reagan estavam embasadas na:

Elevação das taxas de juros e redução dos impostos dos ricos. No entanto, não acatou outra medida da cartilha neoliberal, o controle orçamentário. Gastou muito dinheiro numa corrida armamentista sem precedentes com a URSS, levando os USA ao maior déficit público de sua história. Dessa forma, a maior economia do mundo se transformou de principal credor do planeta em primeiro devedor do universo. (ARANTES, 1999, p.8) em Édio João Mariani - http://www.urutagua.uem.br/013/13mariani.htm - pág. 2.

            O Neoliberalismo chega primeiramente na América Latina por meio do Chile na década de 1970, antes mesmo da Inglaterra, por meio do general Pinochet, que cumpriu a risca o padrão Neoliberal, com Pinochet a frente do Chile o país é marcado pela liberação da economia, desemprego, repressão sindical, desigualdade social e privatizações, a ditadura de Pinochet é uma das mais bárbaras da América Latina.

            Vários outros países da América Latina foram atraídos pelas idéias neoliberais, no México foi implantado por Salinas, na Argentina por Menem, na Venezuela com Carlos Andrés Perez e no Peru com Fujimori.

            Já o Brasil adota o neoliberalismo com Fernando Collor de Melo e permaneceu com Fernando Henrique Cardoso. Os governos de Collor e FHC seguiam o plano Neoliberal, pois abrigam a mercado para o capital privado, mas esbarra em contradições como a necessidade de uma boa educação, mas o “descompromisso” do Estado no setor. Frigotto diz que:

A tese central do neoliberalismo é de que o setor público (o Estado) é responsável pela crise, pelos privilégios e pela ineficiência. O mercado e o setor privado são sinônimos de eficiência, de qualidade e de eqüidade. A solução torna-se, então, o Estado mínimo e a necessidade de questionar todas as conquistas sociais, como a estabilidade de emprego, o direito à saúde, à educação e aos transportes públicos. O Estado deve ser reduzido a uma proporção mínima, apenas necessária para a reprodução do capital. (Frigotto, 1996.)


Muitas das criticas feitas encima do Neoliberalismo, é do monopólio das grandes corporações, pois somente uma marca produz diversos produtos da mesma linha mudando somente o nome da embalagem, desta forma o consumidor tem varias escolhas, mas somente uma marca. Pois com as políticas de mercado Neoliberais somente as grandes empresas conseguiram sobreviver no mercado. Para que estas empresas consigam operar no mercado, colocam suas fabricas em paises subdesenvolvidos onde a mão de obra é barata, com isto gerando desemprego em países desenvolvidos, e grandes diferenças sócias em países subdesenvolvidos devido más distribuição de renda.

Se formos ver por este lado as idéias neoliberais é atraente somente aos burgueses, pois a massa populacional fica a margens dos benefícios, julgo eu que o neoliberalismo é a formada administrativa de Estados que mais gera problemas sociais em todo o planeta.

Deste modo o mercado é alimentado pela especulação, os investidores sempre procuram lugares onde podem obter a maior lucro, mas se importando pelo desenvolvimento econômico e social da região que ira investir. Desta forma países que não são visto com alvo de investimento ficam a mercê, muitas das vezes dependo exclusivamente de investimentos externos como do FMI, este tipo de investimento pode até ser visto como positivo, mas ao mesmo tempo o país fica dependente as regras impostas. 

Quando olhamos para o neoliberalismo, talvez não devemos  trabalhar somente com os nomes dos indivíduos, mais é importante inserimos para que possamos ter uma noção do momento que estamos falando, mas não devemos os focalizar, pois a muito por trás dessas pessoas, “pois os fatos são tolos” quando só olhamos para eles. O neoliberalismo na pratica é também um conjunto de varias escolas do pensamento econômico e em cada país foi o adaptando para sua realidade.


Referências Bibliográficas

ANDERSON, P. Balanço do neoliberalismo. In: SADER, E., GENTILLI, P. (Orgs).
Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democráticoRio de
Janeiro: Paz e Terra, 1995.

WALLERSTEIN, I. O declínio do poder americano. Rio de Janeiro: Contraponto, 2004. 

MARX, K. ENGELS, F. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Editora Escala 2009.

C.; REIS, J. R. T. Globalização, neoliberalismo e universidade: algumas considerações. V.3, n.4, 1999.

FRIGOTTO, G. A produtividade da escola improdutiva. São Paulo: Cortez, 1990.