segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Resumo de livro: Marc Bloch. Introdução à História (Apologia da História).



BLOCH, Marc. Introdução à História. São Paulo: Coleção Saber, Publiicação Europa-América.

O AUTOR
- Foi fuzilado pelos nazistas em 16 de junho de 1944. Se alistou-se no exército com 54 anos.
- A França derrotada, havia se prostrado frente aos nazistas.
- O assassinato tornou inconcluso o presente livro, que teve a primeira publicação datada em 1949.
- A função do historiador é esclarecer a doutos e não-doutos.
- Critica à busca desesperada pela origem dos fatos.
- O livro foi fruto de anotações do filho primogênito do autor.
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CAP. 1 – A História, os Homens e o Tempo.
- O valor da pesquisa se mede pela capacidade que ela tem de servir à ação (p. 16).
- A História não tem o direito de reivindicar o seu lugar entre os conhecimentos verdadeiramente dignos de esforços. Não se pode negar que qualquer ciência parece sempre ter algo incompleto se não for capaz de nos ajudar a viver melhor.  (p. 16).
- O problema da untilidade da História não se confundi com o da sua legitimidade propriamente intelectual.
- História é o produto mais perigoso que a química do cérebro já elaborou  (p. 18).
- Gostaríamos de dizer como e porque o historiador exerce seu ofício. O leitor deverá decidir sobre o merecimento da disciplina.
- A história não é apenas uma ciência em marcha. É também uma ciência na infância. Ela chegou tarde no conhecimento racional. Ela é velha sob a forma embrionária da narrativa e durante muito tempo atravaçada de ficção. Como análise ela é nova, esforça-se para penetrar os fatos de superfície  (p. 19).
- Um conhecimento merce o nome de científico ainda que não seja susceptível de demonstrações ou de imutáveis leis de repetição.
- A ideia de que o passado passa a ser objeto de uma ciência é absurda. O objeto da história é por natureza o homem.
- Os fatos humanos são fenômenos delicadíssimos, por isso é necessário uma linguagem finíssima. “É possível compreender perfeitamente aquilo que não formos capazes de dizer?  (p. 29).
“A História é a ciência do homem no tempo” p. 29.
“O cristianismo é uma religião histórica” p. 32.
“Nunca um fenômeno histórico se explica plenamente fora do estudo do seu momento”.
- O passado não explica todo o presente, será caso de julgar que o passado é inútil para a sua explicação?
“A ignorância do passado não se limita a prejudicar o conhecimento do presente; compromete, no presente, a própria ação” p. 40.
“A incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do passado. É inútil compreendermos o passado se nada soubermos do presente” p. 42.
“É sempre as nossas experiências quotidianas que vamos buscar os elementos que nos servem para a reconstrituição do passado”.
“O conhecimento do presente interessa mais diretamente ainda à inteligência do passado”.
“Não é certo que a luz dos documentos se torne mais viva a medida em que se desce ao longo do tempo” p. 44.
“Procedendo mecanicamente de trás para frente corremos o risco de perder o tempo à procura das causas dos fenômenos que depois se revelarão imaginários” p. 44.
“Isolado ninguém compreende as coisas se não por metade”.
- Uma ciência não é definida tão somente pelo seu objeto de estudo.
“Seus limites podem igulamente ser fixados pela própria natureza dos seus métodos”.

CAP. 2 – A Observação Histórica
“O historiador não pode, por definição, observar os fatos que estuda […] o historiador só chega depois da experiência terminada […] a experiência terá deixado resíduos que lhe serão  possíveis de serem olhados” p.
“O passado é um dado que coisa alguma pode modificar. Mas seu conhecimento, ainda está em progresso” p. 55.
“Os processos de investigação estão evoluindo, aprenderam a penetrar mais fundo na análise dos fatos sociais. A investigação histórica, a medida que foi progredindo, foi levada a confiar cada vez mais nas testemunhas” p. 58.
- O que mais interessa é aquilo que o texto dá a entender sem a inenção de assim fazê-lo.
“Uma boa investigação significa um bom questionário, forçando as testemunhas a falarem”.
“Os documentos só falam se soubermos interrogá-los. Tem que saber lê-los e provocá-los” p. 60.
“A investigação histórica adminite desde os primeiros passos, que o inquérito tenha já uma direção”.
“O historiador é influenciado por sua carga cultural ao fazer as perguntas”.
- Quanto mais a investigação procura alcançar os fatos profundos, menos lhe é permitido esperar outra lus que não seja a dos raios convergentes das testemunhas diversas da pretendida.
“Para dominar a interpretação dos testemunhos requer muita prática e estudo” p. 63.
“É indispensável que o historiador possa pelo menos ter uma noção de todas as principais técnicas do seu ofício” p. 63.
“Uma das tarefas mais difíceis do historiador é reunir os documentos de que pensa ter necessidade” p. 64.
“São as revoluções que abrem as protas dos arquivos e obrigam os ministros a fugir, antes de terem tempo para queimar os papéis secretos” p. 68.
- LANGLOIS: “Onde não há documento, não há história”.
“As fontes só falam se soubermos fazer-lhes as perguntas”.
CAP. 3 – A Crítica  
“Não se deve acreditar naquilo que as testemunhas dizem”.
“Nem todos os relatos são verídicos e os vestígios materiais podem também ser falsificados”.
“Havendo tinta, quem quer que seja pode escrever o que quer”.
- A dúvida examinadora distingue a mentira da verdade.
- MONTAIGNE: “o historiador só tem que narrar tal como as fontes nô-las aprensentam. Que nos dêem a história mais como a recebem do que como a entendem”.
- O historiador deve fazer os documentos falerem a fim de compreendê-los.
- Verificar o embuste não chega, é preciso descobrir-lhe também os motivos.
“Só vemos e ouvimos bem, aquilo que procuramos conhecer.
“O passado é um dado que já não dá lugar ao possível.” p.
-     A história abriu um caminho novo para aquilo que é verdadeiro e justo. p. 120.

CAP. 4 – A Análise Histórica
- RANKE: “O historiaor se propõe a descrever as coisas tal como se passaram”.
- Heródoto: “Contar o que aconteceu”.
- O historiador é convidado a ser apagar perante os fatos.
- DOIS PROBLEMAS: a) a imparcialidade história; b) história como tantativa de reproduzir ou como tentantiva de análise.
“O historiador sempre há de selecionar os fatos de acordo com sua perspecitva”.
“A ciência só decompõe o real para melhorar ou poder observá-lo.
“Toda análise exige uma lingaugem capaz de desenhar com precisão os contornos dos fatos”.
- Foi em vão que o positivismo pretendeu eliminar da ciência a ideia de causa.
“A história não é uma acumulação de comentários. A história não é acumulação de acontecimento de todas as espécies que se verificaram no passado. É a ciência das sociedades humanas”.
- Isso não reduziria a participação individual dos cidadãos?

CONCLUSÃO
- Dar ênfase à critíca dos documentos.
- Defende a “história problema”.
-   Critica a história passiva e conservadora ligada à elite.


BLOCH, Marc. Apologia da História ou o Ofício de Historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

APRESENTAÇÃO
“Método Regressivo: temas do presente condiconam e delimitam o retorno, possível, ao passado” p. 7.
“Fundou nos idos de 1929, a prestigiosa escola dos Annales, que teria papel fundamental na constituição de um novo modelo de historiografia” p. 7.
“A história é filha de seu tempo” Luciem Febvre.
“Demonstrar a intenção do grupo de problematizar o próprio fazer histórico e sua capacidade de observar” p. 7.
“Cada época elenca temas que, no fundo, falam mais de suas próprias inquietações e convicções do que de tempos memoráveis” p. 7.
“Documentos são vestígios” Marc Bloch.
- Era contra a ideia de que o passado era um dado rígido, que ninguém podia alterar.
“O domento só fala se soubermos interrogá-los” Marc Bloch.
- 1924: publicação de OS REIS THAUMATURGOS.Estuda as mentalidades, o imaginário, as representações coletivas.
“Investindo em uma história de longa duração, de períodos históricos mais alargados e estruturas que se modificavam de maneira mais lenta e preguiçosa” p. 9.
- Marc Bloch foi o fundador da Antropologia Histórica, “ao selecionar evenos marados pelo seu contexto, mas acionados por estruturas e permanências sincrônicas, anteriores ao momento mais imediato” p. 9.
- ANNALES: a) combate a uma história narrativa e do acontecimento; b) defesa da história-probleam;  c) históra não só política, mas de todas as ações dos homens; d) interdisciplinaridade.
- 1939: publica o livro A Sociedade Feudal (900-1300). 
“A história serve à ação” Marc Bloch.
“A História se encontra desfavorável às certezas” Marc Bloch.

PREFÁCIO (Le Goff)
- 1929: Anais de História Econômica e Social.
-    O livro trata-se de um trabalho de metodologia histórica;
-    O autor era judeu.
-    LANGLOIS e SEIGNOBOS. Introdução aos estudos históricos (1901);
-    1969, Le Goff se torna co-editor dos Annales.
“Os Annales são, desde sua criação, apresentados como o órgão de um combate contra a conepção da história definida por Langlois e Seignobos”. p. 15.
“Essa obra é em primeiro lugar uma defesa da história. Essa defesa se exerce contra ataques explícitos por ele evocados na ogra, em especial os de PAUL VALERY” p. 16.
“Definir o historiador como um homem de ofício” p. 16.
“Assinalar o que deve ser a história e como deve trabalhar o historiador” p. 16.
- problema epistemológico da história.
- Longa Duração: “a civilização como objeto privilegiado do historiador e a disciplina histórica como testemunha e parte integrante da civilização” p. 17.
“A ciência históriaca é um fenômeno histórico” p. 18.
- Para Marc Bloch, a História é uma Ciência, e não uma literatura ou arte.
“O fato histório não é um fato positovo, mas o produto de uma construção ativa d sua parte para transformar a fonte em documento, e depois em problema” p. 19.
“Bloch recusa uma história que mutilaria o homem e que mutilaria a própria história” p. 20.
“Para permanecer uma ciência, a história deve se mexer, progredir; mas que qualquer outra, não pode parar. O historiador não pode ser sedentário” p. 21.
- A primeira geração dos annales sofreu muita influência de Durkheim.
“A história precisa dessas trocs com outras ciências humanas e sociais” p. 22.
- O ACONTECIMENTO recusado por Bloch é o dos sociólogos.
- BLOCH dava mais atenção ao coletivo do que ao indivíduo.
“AMPLIAR e APROFUNDAR é o essencial do movimento que continua, ainda hoje, a animar os historiadores toados pelo espírito dos Annales” p. 22.
- A historia das mentalidade é fruto dessa ampliação e aprofudamento.
- SLOGAN: “Novos problemas, novas abordagens, novos objetos”.
“A história é busca, portanto escolha” p. 24.
“Essa concepeção do tempo implica a renúncia ao ídolo da origem” p. 24.
- Compreender o presente pelo passado e o passado pelo presente. A história às avessas.
“A História só é feita recorrendo-se a uma multiplicidade de documentos e, por conseguinte, de técnicas” p. 27.
“Marc Bloch estende-se logamente obre um problem caríssimo a ele, o da busca do erro e da mentira” p. 29. Estudou as crenças medievais. “
“Crer não no que se via na realidade, mas naquilo que, em uma certa época, achava-se natural ver”.
- A história como ciencia do real.
“Marc Bloch, que detesta os historiadores que JULGAM em lugar de compreender, não deixa por isso de enraizar mais profundamente a história na VERDADE e na MORAL” p. 29.
“A história deve ser verdade” p. 29.
“A época da história dividida por reinados está pouco a pouco se acabando, mas a da tirania dos séculos – divisões artificiais, em todo caso – continua, e como nos livrar de feudalismo, capitalismo e de idade média?” p. 31.
- CIVILIZAÇÂO: esse conceito pretende agrancer tudo: crenças, economia, política, cultura, etc.
- O positivismo pretendia eliminar da ciência histórica a ideia de causa. Condenava também a causa única. “A vida, portanto, a história, é multipla em suas estruturas, em suas causas” p. 32.
“Este livro não é um ponto de chegada, mas um ponto de partia” p. 33.

INTRODUÇÃO
“O espetáculo das atividades humanas, que forma seu objeto específico é, mais que qualquer outro, feito para seduzir a imaginação dos homens” p. 44.
“Uma ciênca nos parecerá sempre ter algo de incompleto se não nos ajudar, cedo ou tarde, a viver melhor” p. 45.
“Não sentimos mais a obrigação e buscara impor a todos os objetos do conhecimento um modelo intelectual uniforme, inspirado nas ciências da natureza física” p. 49.
“Toda ciência tomada isoladamente não significa senão um fragmento do universal movimento rumo ao conhecimento” p. 50.

CAP. 1 – A História, os Homens e o Tempo (p. 51)
“São os homens que a história quer capturar. Quem não conseguir isso será apenas, no máximo, serviçal da erudição” p. 54.
“O tempo da história, ao contrário, é o próprio plasmsa em que se engastam os fenômenos e como o lugar de sua inteligibilidade” p. 55.
“ […] esse tempo verdadeiro é, por natureza, um continuum. É também perpétua mudança. Da antítese desses dois atributos provém os grandes problemas da pesquisa histórica” p. 55.
“[...] obsessão das origens” p. 56.
“Será que, ao contrário, por origens entende-se as causas?” p. 56.
“Para o vocabulário corrente, as origens são um começo que explica. Pior ainda: que basta para explicar” p. 57.
 “[...] obsessão embriogênica” p. 57.
“Nada sendo mais difícil do que estabelecer entre as diversas ordens de conhecimento uma exata simultaneidade” p. 57.
- O valor do fenômeno parece se encontrar nas origens.
“[...] outro satânico inimigo da verdadeira história: a mania do julgamento” p. 58.
“Por mais intacta que suponhamos uma tradição, faltará sempre apresentar as razões de sua manutenção” p. 58.
“A fidelidade a uma crença é apenas um dos aspectos da vida geral do grupo no qual essa característica se manifesta” p. 58.
“Orignes do regime feudal, onde buscá-las? Alguns responderam em Roma. Outros na Germânia. As razões dessas miragens são evidentes […] Durante certa fase do nosso passado, ele nasceu de todo um clima social” p. 59.
“Em suma, nunca se explica plenamente um fenômeno histórico fora do estudo de seu momento” p. 60.
- Sobre o tempo presente (p. 62-63)
“A cada nova formação do espírito dá-se um passo atrás que, por cima da geração portadora de mudanças, liga os cérebros mais maleáveis aos mais cristalizados” p. 64.
“Não existe conhecimento verdadeiro sem certa escala de comparação” p. 65.
“É preciso que exista na natureza humana e nas sociedades humanas, um fundo permanente, sem o que os próprios nomes de homem e de sociedade nada iriam querer dizer” p. 65.
“Do mesmo modo, essa solidariedade das époas tem tanta força que entre elas os vínculos de inteligibilidade são verdadeiramente de sentido duplo. A incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do passado […] vão esgotar-se em compreender o passado se nada sabe do presente” p. 65.
“As investigações históricas não sofrem de autarquia. Isolado, nenhum deles (especialistas) jamais compreenderá nada senão pela metade, mesmo nem seu próprio campo de estudos; e a única história verdadeira, que só pode ser feita através de ajuda mútua, é a história universal” p. 68.
“Resta nos perguntarmos se seundo nos aproximemos ou afastemos no momento presente, as próprias técnicas da investigação não deveriam ser tidas como essencialmente diferentes” p. 68.

CAP. 2 – A Observação Histórica (p. 69)
“É que os fatos humanos são mais complexos que quaisquer outros […] é indispensável que o historiadorr possua ao menos um vernizz de todas as principais técnicas de seu ofício” p. 81.
“Reunir os documentos que estima necessários é uma das tarefas mais difíceis do historiado” p. 82.
CAP. 3 – A Crítica (p. 89)
“Que a palavra das testenhas não deve ser obrigatoriamente digna de crédito, os mais ingênuos dos policiais sabem bem” p. 89.
“Os testemunhos mais insuspeitos em sua proveniência declarada não são, necessariamente, por isso, testemunhos verídicos” p. 97.
“Seria pueril pretender enumerar, em sua infinita variedade, as razões que podem levar alguém a mentir” p. 98.
“Muitas testemunhas se enganam com toda boa-fé” p. 102.
“A crítica do testemunho, que trabalha sobre realidades  psíquicas, permaecerá sempre uma arte de sensibilidade” p. 109.
“A ideia que orienta a argumentação reza que em uma mesma geração de uma mesma sociedade, reina uma similitude de hábitos e técnicas muito grande para permitir a qualquer indivíduo afastar-se sensivelmente da prática comum” p. 111.
“O passado é um dado que não deixa mais lugar para o possível” p. 117.
“A HISTÒRIA tem o direito de contar entre suas glórias mais seguras ter assim, ao elaborar sua técnica, aberto aos homens um novo caminho rumo à verdade e, por conseguinte, àquilo que é justo” p. 124.

CAP. 4 – A Análise Histórica (p. 125)
- Descrever os fatos; contar o que aconteceu; ofuscar-se diante do ocorrido; imparcialidade; passividade diante do fenômeno. POSITIVISMO.
“Por muito tempo o historiador passou por uma espécie de juiz dos infernos, encarregado de distribuir o elogio ou o vintupério aos heróis mortos” p. 125.
“Quem difere de nós passa, quase necessariamente por mau” p. 128.
“Assim como todo cientista, como todo cérebro que , simplesmente, percebe, o historiador escolhe e tria. Em uma palavra, analisa” p. 128.
“Resulta daí necessariamente que compreenderemos sempre melhor um fato humano, qualquer que seja, se já possuirmos a compreensão de outros fatos do mesmo gênero” p. 129.
“Os fenômenos humanos se orientam, antes de tudo, por cadeias de fenômeno semelhantes. Classificá-los por gênero é, portanto, desvelar linhas de força de uma eficácia capita. Mas, exclamarão alguns, as linhas que você estabelece entre os diversos modos da atividade humana estão apenas em seu espírito; não estão na realidade, onde tudo se confunde. Você usa, portanto, de abstração […] nenhuma ciência seria capaz de prescindir da abstração” p. 130
“Um nome abstrato jamais representa senão um rótulo de classificação. Tudo o que se tem direito de exigir dele é que agrupe os fatos segundo uma ordem útil para seu conhecimento” p. 130.
“A ciencia decompõe o real apenas a fim de melhor observá-lo” p. 131.
“A paisagem como unidade existe apenas em minha consciência” p. 132.
“O único ser de carne e osso é o homem, que reune ao mesmo tempo várias dimensões” p. 132.
“Para resumir, o vocabulário dos documentos não é, a seu modo, nada mais que um testemunho […] portanto, sujeito à crítica” p. 142.
“Um nomenclatura imposta ao passado acarretará sempre uma deformação […] Não há outra atitude razoável a tomar em relação a esses rótulos senão eliminá-los” p. 145.
“Capitalismo foi uma palavra útil […] Por ora, transportada, incautamente, através das civilizações as mais diversas, acaba, quase fatalmente, por mascarar suas originalidades” p. 145.
“Ele estende, restringe, deforma despoticamente as significações, sem advertir o leitor, sem nem sempre ele próprio de dar conta” p. 146.
“Nas historiografias que herdamos, a HISTÓRIA era, antes de tudo, uma crônica de líderes” p. 147.
“Na confusão de nosas classificações cronológicas, uma moda insinuou-se, bem recente […] com naturalidade, contamos por séculos” p. 149.
“Em suma, parece que distrbuímos, segundo um rigoroso ritmo pendular, arbitrariamente escolhido, realidades as quais essa regularidade é completamente estranha” p. 150.
“Os homens que nasceram num mesmo ambiente social, em datas próximas, sofrem necessariamente, em particular em seu período de formação, influências análogas […] Essa comunidade de marca, oriunda de uma comunidade de época, faz uma geração” p. 151.
''Quando falamos desta ou daquela geração […] evocamos uma imagem complexa, às vezes não sem discordância, mas da qual é natural reter antes de tudo os elementos verdadeiramente orientadores” p. 151.
“Quanto à periodicidade das gerações, é evidete que, a despeito dos devaneios pitagóricos de certos autores, nada tem de regular” p. 152.
“Mas uma geração representa apenas uma fase relativamente curta. As fases mais longas chamm-se civilizações” p. 152.
“Reconhecemos que em uma sociedae, seja qual for, tudo se liga e controla mutuamente: a estrutura política e social, a economia, as crenças” p. 152.
“O tempo humano, em resumo, permanecerá sempre rebelde tanto à implacável uniformidade como ao seccionamente rígido do tempo do relógio. Faltam-lhe medidas adequadas à variabilidade de seu ritmo […]” p. 153.

CAP. 5 – (Sem Título) / p. 155.
“Em vão o positivismo prentendeu eliminar da ciência a ideia de causa” p. 155.
“O mais especíico, aquele que, no leque das forças geradoras, de certo modo representa o elemento diferencial, recebe, de preferência, o nome de causa” p. 156.
“A realidade nos apresenta uma quantidade quase infinita de linhas de força, todas convergindo para o mesmo fenômeno. A escolh que fazemos entre elas pode muito bem se fundar em características, na prática, bastante dignas de atenção; não deixa de se tratar sempre de uma escolha” p. 156.
“A pesquisa histórica busca fluxo de ondas causais e não se assusta, uma vez que a vida assim os mostra, ao encontrá-los múltiplos” p. 157.
“Os fatos históricos são, por essência, psicológicos” p. 157.
O HOMO OECONOMICUS da velha economia não era uma sombra vã apenas porque supnham-no ocupado exclusivamente com seus interesses; a pior ilusão consistia em imaginar que pudesse fazer de seus interesses uma ideia tão nítica” p. 158.
“As reações humanas nada têm de um movimento de relojoaria, sempre engrenado no mesmo sentido” p. 158.
“Resumindo, as causas, em história, como em outros domínios, não são postuladas. São buscadas” p. 159.

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