AS
VERDADES HISTÓRICAS SOBRE A PÁSCOA
O QUE SIGNIFICA A PASCOA?
A Páscoa é um memorial
religioso comemorado tanto por judeus, quanto por cristãos católicos, embora cada
um atribua significados diferentes a ele.
ENTÃO, EXPLIQUE O QUE
SIGNIFICA A PASCOA PARA O JUDAÍSMO.
Etimologicamente a
palavra tem origem no vocabulário hebraico cujo sentido literal é “passar por
cima”. A palavra foi empregada no livro de Êxodo, que faz parte do pentateuco
judaico, durante a narrativa da décima praga proferida por Moisés ao povo
egípcio. Segundo a narrativa, o “espírito da morte” passaria “por cima” da casa
que estivesse marcada com sangue de cordeiro nos umbrais da porta principal,
poupando assim, a vida do primogênito que estivesse dentro dela. O próprio Deus
judaico estabeleceu o episódio como um memorial quando diz: “e este dia vos
será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; nas vossas gerações o
celebrareis por estatuto perpétuo [...] E acontecerá que, quando vossos filhos
vos disserem: Que culto é este? Então direis: Este é o sacrifício da páscoa ao
Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos
egípcios, e livrou as nossas casas” (Êxodo 12:14, 26 e 27). Assim sendo, esta é a origem da
pascoa do ponto de vista judaico e a festa pascoal anual tem a ver com a
comemoração do êxodo, ou seja, libertação do povo hebreu da escravidão
do Egito.
AGORA EXPLIQUE O QUE
SIGNIFICA A PASCOA PARA O CRISTIANISMO.
Para os cristãos
católicos, a páscoa, que ocorre no ultimo dia da Semana Santa, que é a parte
final da quaresma, faz referência à “paixão” de Jesus Cristo, sua a morte e
ressurreição. Tais eventos ocorreram no período em que os judeus comemoravam a
páscoa, e é por conta disso, e do sincretismo religioso com outras religiões
que promoviam festas no mesmo período (início da primavera), que a pascoa
acabou se tornando uma das principais festas do ano litúrgico católico romano.
É bom que se diga que a maior parte dos cristãos de tradição protestante não
comemora a páscoa.
COMO ASSIM NÃO COMEMORAM?
Os protestantes entendem
que a páscoa era uma festa característica da religião judaica e que ela era
apenas uma tipificação, uma sombra, um símbolo, uma prefiguração da obra
redentora que Jesus haveria de consumar. Assim sendo, a festa pascoal judaica
teria perdido a sua razão de ser com a nova aliança promovida por Jesus Cristo
na cruz do Calvário, já que um sacrifício definitivo fora promovido pelo
próprio Jesus, o “cordeiro pascoal” (I Co 5:7) “imaculado” (I Pe 1:19), que
“tira o pecado do mundo” (Jo 1:29, 36). A páscoa judaica fazia referência a uma
morte vicária, a de um cordeiro inocente em favor de um condenado. A casa
marcada com o sangue inocente preservava o primogênito da morte. Em analogia,
Jesus foi este cordeiro inocente sacrificado em favor de todos os que haveriam
de crer nele. Pelo sangue de Jesus, o “cordeiro pascoal”, é que o cristão, pela
fé na morte expiatória feita, é poupado da condenação eterna (1 Pedro 1:19). E
o memorial da “paixão” de cristo, apesar de ter acontecido no período da ceia
pascoal judaica, segundo os protestantes, não é a páscoa propriamente dita, e
sim a Santa Ceia.
EXPLIQUE MELHOR ESSA
RELAÇÃO ENTRE A PÁSCOA E A SANTA CEIA?
A chamada Santa Ceia, a
última refeição que Jesus tomou com seus discípulos antes de ser crucificado,
foi uma ceia realizada no momento em que se dava a ceia pascoal judaica. Como o
próprio Jesus disse: “desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça”
(Lucas 22:15). No entanto, no momento da realização da ceia judaica pascal,
Jesus modifica o ritual mosaico, em vez do cordeiro, ele introduz novos
elementos – o pão e vinho. E afirma que os fatos a serem lembrados a partir de
então seriam a sua própria morte e ressurreição, e não mais a libertação dos
judeus do Egito (Mateus 26.26-30).
Portanto, os protestantes entendem que o memorial de sua “paixão” não seria a
páscoa e sim a Santa Ceia que, como já foi falado, foi instituída no contexto
histórico da comemoração da pascoal judaica.
OBS: há, atualmente, uma
tendência judaizante dentro de algumas igrejas protestantes neopentencostais de
importa práticas, símbolos e festas judaicas, daí ser comum presenciar nelas
comemoração não só da festa de pascoa, como também a dos tabernáculos, etc.
E O QUE OVO E O COELHO
TEM A VER COM A PASCOA?
Nada! Absolutamente nada.
Não tem nada a ver nem com a páscoa judaica e nem com a páscoa cristã. Tanto o
ovo quanto o coelho foram incluídos na festa cristã da páscoa por conta da
miscigenação cultural e religiosa que aconteceu após a oficialização do
cristianismo como religião oficial do império romano. Com a cristianização
forçada dos povos germânicos, muitas práticas religiosas “pagãs”, por questões
políticas, foram incorporadas ao cristianismo. No mesmo período da pascoa, os
germânicos prestavam culto à deusa Ostara (Deusa da primavera), que era simbolizada na forma de coelho.
Ora, coelho não põe ovos. Mas os ovos, assim como os coelhos, eram símbolos da
fertilidade, por isso, no fim do inverno e início da primavera, era costume
adoradores da deusa presentearem-se mutuamente com ovos. É bom que se diga que
o ovo era considerado algo místico por inúmeros povos da antiguidade. Portanto,
tanto o ovo quanto o coelho foram resultados do sincretismo religioso entre o
cristianismo católico romano e o ostaracismo.
ENTÃO COMER OVOS DE
PASCOA TEM UM SENTIDO RELIGIOSO?
Sim, claro que tem, no
entanto, um sentido pagão, do ponto de vista cristão. Por exemplo, se alguém
participar da ceia pascoal judaica, mesmo sem saber, participa de um ato
religioso. Assim também, quando alguém consome ovos de pascoa e enfeita sua
casa com coelhos, está, mesmo que não tenha consciência disso, pactuando com o
patrimônio histórico religioso de culto à deusa Ostara. Muitas festas culturais
ocidentais têm origem religiosa, a páscoa é só mais um exemplo disso, o
carnaval é outro. No entanto, tanto uma quanto a outra são mercantilizadas,
perdendo, com isso, o conteúdo religioso e ganhando formas puramente
comerciais. É a capitalização da cultura, isso acontece quando tradições são
mantidas e revalorizadas especialmente para dar lucro - estimular a compra e
venda de certos produtos e serviços. E claro, promover a alienação coletiva.
E POR QUE OVOS DE
CHOCOLATES?
A história dos ovos de
chocolates é bastante recente. O costume anterior era o de enfeitar ovos de
galinha com pinturas. A chocolatização dos ovos de páscoa aconteceu a partir da
década de 1930 na Inglaterra, quando o cacau passou a ser industrializado em
larga escala.
QUAL A REAL DATA DE
COMEMORAR A PASCOA?
Não existe uma data
certa, o que existe é uma convenção estabelecida no Concílio de Nicéia (325),
que para diferenciar a data da páscoa judaica, leva em consideração a
astrologia para marcar a páscoa cristã - a primeira lua cheia após o equinócio
de primavera (20/21 de março). Acontece que a tal primeira lua cheia não tem
data fixa, tornando a comemoração da páscoa algo móvel ano após ano. Além do
mais, como é sabido, no século XV, o Papa Gregório XIII promulgou outro
calendário, o “gregoriano”, que pretendia corrigir os erros do “Juliano”. Isso, obviamente, alterou a data da
comemoração da páscoa. No oriente, os chamados cristãos ortodoxos levam em
consideração o antigo calendário juliano, comemorando a páscoa geralmente em
abril.
VOCÊ ACHA CERTO A
COMEMORAÇÃO DA PÁSCOA?
Acredito que cada um deve
fazer uso de sua liberdade de culto e comemorar o que bem entender, porém, o
Estado não deveria endossar nenhuma data religiosa como feriado nacional.
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