quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

ACRE: UM NOVO RÓTULO E UM VELHO DISCURSO

Joselânio Ferreira; Nelciano Lima; Pablo Junior; Renô Lorêdo; Ruiberto Junior; Ivanilson Dias (Acadêmicos de Geografia Bacharelado)


O estado do acre se localiza a sudoeste da região Norte e tem como limites os estados do Amazonas a norte, Rondônia a leste, a Bolívia a sudeste e o Peru ao sul e oeste. Ocupa uma área de 152.581,4 km². Em um contexto histórico, a ocupação do território acriano se deu através do surto da borracha, o que causou a migração de nordestinos para a região influenciados pela seca prolongada que assolava o nordeste na época. Sendo assim, a maior parte dos povos do estado é de nordestinos e seus descendentes, indígenas, mestiços e bolivianos.

A demanda mundial de produção de borracha (1942 – 1945) mudou a estratégia do governo brasileiro em relação à ocupação das imensas regiões da Amazônia, e ressuscitou o antigo extrativismo nos seringais do final do século XIX. Isso consequentemente beneficiou os seringalistas que, devido a concorrência dos seringais asiáticos e principalmente da Malásia, havia perdido espaço no mercado internacional da borracha. (SILVA, Nilson)

O desenvolvimento econômico e também histórico do estado se deu através de dois acontecimentos, no fim do século XIX com o surto da borracha, apesar de uma grande porcentagem das riquezas produzidas durante esse período não terem sido revertidas em melhorias para o estado e a maior quantidade empregadas nos estados do Amazonas e Belém. E no fim dos anos sessenta com queda dos seringais e o inicio das atividades agropecuárias.



Decorrente dos sulistas que chegaram à região em busca das falsas riquezas prometidas pelos governantes da época, que os mesmo intitulavam região como um novo El Dorado uma terra prometida cheia de riquezas. O que na verdade não era bem nesse contexto, pois se comparados aos perigos que existiam ao ir para a guerra o risco de povoar a Amazônia em busca de um desenvolvimento econômico para a própria região era ainda maior.



Passando então a época que se consolida ainda mais o território acreano que é desde o período da borracha até a tentativa frustrante de implantar a agropecuária no território amazônico, partiremos para a década de 90 que marcado pelo inicio do governo intitulado da floresta.

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Tal governo surge no estado com uma característica e intitulação de “novo”, esse rotulo e o novo discurso descaracteriza o anterior fazendo com isso sua alto promoção, suas politicas públicas e territoriais eram voltadas exclusivamente ao novo tipo de desenvolvimento que seria o desenvolvimento sustentável que é caracterizado pela preservação da floresta e um tratamento especial aos povos da florestas. No contexto Geo-Historico seria a modernidade forçadamente implantada, no já consolidado estado acriano.

A modernidade pode ser tratada aqui no termo de “florestania”, algo criado como base para politica do próprio governo da floresta, sendo que esse “moderno” é interpretado como um marketing e logo por um discurso novo. Que se baseava na preservação da floresta. O discurso de florestania também teve a ideia de tentativa de revitalização histórica do processo de criação e ocupação do território acriano, que foram feitos por povos de seringueiros que habitavam a região, daí tem-se então o titulo de governo dos povos da floresta, seria a tentativa já conhecida de sempre preservar esse discurso do governo de sempre se comparar e criar os heróis que tiveram função de servir como propaganda para o governo.

A palavra Florestania nasceu no Acre. Um de seus criadores, o jornalista e escritor Toinho Alves, explica que ela emergiu quase como uma brincadeira nos anos noventa. Após passarem algum tempo andando pela floresta e conversando com a população residente da mesma, o trabalho desenvolvido por uma organização não governamental, ele e outros jovens militantes foram chamados a fazer parte do projeto administrativo do PT que iniciou com a eleição de Jorge Viana para prefeito de Rio Branco, capital do Acre, em 1992. A mesma equipe que ganhou mais experiência na Prefeitura chegou ao Governo do Estado em 1998 e estava metida nas discussões para escolha de um planejamento estratégico.

De acordo com SILVA:

O “acreanismo” não era um discurso novo. A história política do Acre demonstra que essa foi uma ideia que caracterizou o imaginário das elites como forma de preencher a incapacidade que as mesmas tiveram em conduzir os graves problemas econômicos, políticos e sociais porque passou e ainda passa a sociedade acriana.

Com essa forma de marketing se apropriando de termos usados por povos da floresta mais o capitalismo que vem das grandes empresas multinacionais, o governo vem trazendo uma hegemonia de 10 anos no poder omitindo verdades, alienando a população.

E desta forma, todos esses discursos de modernidade, desenvolvimento econômico baseado em marketing, que já tem uma escala de tempo de mais de uma década, e tenta de todas as formas consolidarem a idéia, de que por um lado serviu de plataforma política para frente popular e de outro preservar a Amazônia, sendo que este ultimo se torna um segundo plano. Vale lembrar ainda que a contradição é bem acentuada devido não haver condições de se desenvolver sem que faça agressão à floresta.



Referencias Bibliográficas



SILVA, Nilson. O governo da floresta, doutorado em ciências.

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