sexta-feira, 2 de novembro de 2012

VI Simpósio Linguagens e Identidades da/na Amazônia Sul-Ocidental


Apresentação

“Literaturas e estudos culturais nas Amazônias”. Com este tema abrimos o VI Simpósio Linguagens e Identidades da/na Amazônia Sul-Ocidental, que acontece em conjunto com o V Colóquio Internacional as Amazônias, as Áfricas e as Áfricas na Pan-Amazônia, encerrando um ciclo de discussões extremamente fecundo para o fortalecimento das redes de contatos, estudos e pesquisas envolvendo três universidades brasileiras (PUC-SP, UFG, UFAC) e a Universidade do Texas (UT – EUA), iniciado com o Convênio Capes/UT (2007-2012) a partir do projeto “Identidades diaspóricas em trânsito no Atlântico sul: áreas de culturas negras entre África, Brasil, Caribe”.
Com este simpósio, que atravessa as fronteiras Pan-amazônicas e Pan-americanas, o Programa de Pós-Graduação (PPG) em Letras: Linguagem e Identidade da Universidade Federal do Acre (Ufac), por intermédio dos grupos de pesquisa que dão sustentação ao evento, em parceria com o Núcleo de Estudos das Culturas Amazônicas e Pan-Amazônicas (Nepan), com o Centro de Estudos Culturais Africanos e da Diáspora (Cecafro – PUC-SP), com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) – Acre e com o Instituto Federal do Acre (Ifac) concorrem para o fortalecimento das ações acadêmicas, com especial atenção para as questões que têm a ver com a difusão e circulação de pesquisas, num significativo intercâmbio de conhecimentos produzidos como parte da função social de cada uma dessas instituições.
As mesas de conferências, sessões temáticas, atividades artísticas, sessões de pôsteres e comunicações livres, mini-cursos e Grupos de Trabalho, abrangendo complexos e variados temas da atualidade, contarão com a presença de estudantes, pesquisadores e professores de diversas instituições de ensino, mas, fundamentalmente, com lideranças e professores indígenas, a exemplo de Joaquim Maná Kaxinawa, Lucas Manchineri e Francisca Arara, que, ao lado de Elias Rosendo, poeta seringueiro – primeiro presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Brasiléia, berço da luta sindical na Amazônia acreana – e de Aldísio Filgueiras, poeta e escritor amazonense, permitem-nos antever a riqueza das reflexões e trocas de saberes que ocorrerão no período de 5 a 9 de novembro, no âmbito do Campus Universitário da UFAC.
Ao longo desses seis anos de realização do simpósio, temos acumulado muitas expectativas e quase nenhuma certeza, especialmente, porque, a cada ano, surgem novas surpresas, aprendizagens, perguntas, inquietações e dúvidas, lançando-nos em zigue-zague, recuos e avanços, mas, também, convidando-nos a imprescindíveis paradas, a ouvir as vozes dos silêncios e a elaborar/tecer outras palavras na gestualidade de nossos corpos que se produzem e reproduzem em muitas metamorfoses e trocas com as cores, formas e sons da natureza, transitando em meio à melodia de nossos movimentos e a poesia de nossas vidas.  
A partir dessa perspectiva, pensamos o horizonte como premissa e não apenas para nossas lutas cotidianas pelo direito à vida, à liberdade, à diferença e ao espaço público – lugar da pluralidade e direito de todos. Essa é a perspectiva da afirmação de nossas culturas humanas, no dizer de Édouard Glissant, identificando-se “umas com as outras, para, a partir de então, se transformarem mutuamente”. Um bom encontro/desencontro para todos.

Rio Branco, Acre,
inverno de 2012.
A Comissão de Organização



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