Apresentação
“Literaturas
e estudos culturais nas Amazônias”. Com este tema abrimos o VI Simpósio
Linguagens e Identidades da/na Amazônia Sul-Ocidental, que acontece em conjunto
com o V Colóquio Internacional as Amazônias, as Áfricas e as Áfricas na Pan-Amazônia,
encerrando um ciclo de discussões extremamente fecundo para o fortalecimento
das redes de contatos, estudos e pesquisas envolvendo três universidades
brasileiras (PUC-SP, UFG, UFAC) e a Universidade do Texas (UT – EUA), iniciado
com o Convênio Capes/UT (2007-2012) a partir do projeto “Identidades
diaspóricas em trânsito no Atlântico sul: áreas de culturas negras entre
África, Brasil, Caribe”.
Com este
simpósio, que atravessa as fronteiras Pan-amazônicas e Pan-americanas, o
Programa de Pós-Graduação (PPG) em Letras: Linguagem e Identidade da
Universidade Federal do Acre (Ufac), por intermédio dos grupos de pesquisa que
dão sustentação ao evento, em parceria com o Núcleo de Estudos das Culturas
Amazônicas e Pan-Amazônicas (Nepan), com o Centro de Estudos Culturais
Africanos e da Diáspora (Cecafro – PUC-SP), com o Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan) – Acre e com o Instituto Federal do Acre
(Ifac) concorrem para o fortalecimento das ações acadêmicas, com especial
atenção para as questões que têm a ver com a difusão e circulação de pesquisas,
num significativo intercâmbio de conhecimentos produzidos como parte da função
social de cada uma dessas instituições.
As mesas de
conferências, sessões temáticas, atividades artísticas, sessões de pôsteres e
comunicações livres, mini-cursos e Grupos de Trabalho, abrangendo complexos e
variados temas da atualidade, contarão com a presença de estudantes,
pesquisadores e professores de diversas instituições de ensino, mas,
fundamentalmente, com lideranças e professores indígenas, a exemplo de Joaquim
Maná Kaxinawa, Lucas Manchineri e Francisca Arara, que, ao lado de Elias Rosendo,
poeta seringueiro – primeiro presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de
Brasiléia, berço da luta sindical na Amazônia acreana – e de Aldísio
Filgueiras, poeta e escritor amazonense, permitem-nos antever a riqueza das
reflexões e trocas de saberes que ocorrerão no período de 5 a 9 de novembro, no
âmbito do Campus Universitário da UFAC.
Ao longo
desses seis anos de realização do simpósio, temos acumulado muitas expectativas
e quase nenhuma certeza, especialmente, porque, a cada ano, surgem novas
surpresas, aprendizagens, perguntas, inquietações e dúvidas, lançando-nos em
zigue-zague, recuos e avanços, mas, também, convidando-nos a imprescindíveis
paradas, a ouvir as vozes dos silêncios e a elaborar/tecer outras palavras na
gestualidade de nossos corpos que se produzem e reproduzem em muitas
metamorfoses e trocas com as cores, formas e sons da natureza, transitando em
meio à melodia de nossos movimentos e a poesia de nossas vidas.
A partir
dessa perspectiva, pensamos o horizonte como premissa e não apenas para nossas
lutas cotidianas pelo direito à vida, à liberdade, à diferença e ao espaço
público – lugar da pluralidade e direito de todos. Essa é a perspectiva da
afirmação de nossas culturas humanas, no dizer de Édouard Glissant,
identificando-se “umas com as outras, para, a partir de então, se transformarem
mutuamente”. Um bom encontro/desencontro para todos.
Rio Branco, Acre,
inverno de 2012.
A Comissão de Organização
Nenhum comentário:
Postar um comentário