Por Eduardo de Araujo Carneiro
APRESENTAÇÃO (Governador Jorge Viana)
“Este é um
livro muito especial por diversos motivos... por que estamos publicando-o num
momento também muito especial, quando comemoramos a passagem de um século desde
a assinatura do Tratado de Petrópolis”.
“Cabe
ressaltar que, durante todo o período em que governo o Estado do Acre, estou
tendo a grande felicidade de poder celebrar junto com o povo acreano o
Centenário da Revolução Acreana. Foi assim em 1999, em relação ao centenário da
1ª Insurreição Acreana deflagrada por José Carvalho e do Estado Independente do
Acre presidido por Galvez. Do mesmo modo fizemos no final de 200 quando se
completou um século da Expedição dos Poetas articulada por Rodrigo de Carvalho
e, durante todo o ano de 2002, quando comemoramos a Grande Revolução
comandada por Plácido de Castro que nos levou à vitória contra a
dominação estrangeira e a ameaça do grande capital internacional”.
“... para que essa
alegria fosse completa, quis Deus e o povo do Acre que aqui estivéssemos
cumprindo nosso segundo mandato à frente do Governo do Acre para concluir essas
comemorações por ocasião do centenário da assinatura do Tratado de Petrópolis,
que encerrou o período de conflitos com a Bolívia e formalizou as terras
acreanas como brasileiras”.
“Não podemos nos esquecer que antes da
Revolução não havia acreanos, mas tão somente brasileiros do Acre. E foi
durante essa luta que surgiu nossa identidade como povo. Ou seja, não podemos
nunca nos esquecer que a primeira geração de acreanos não foi constituída por
pessoas que aqui nasceram, mas por pessoas que pelo Acre deram suas vidas e
essa é uma marca que trazemos dentro de nós[2]”.
“Sinto isso, especialmente, por fazer
parte da mesma geração de Chico Mendes[3]
que – junto com milhares de índios, seringueiros e ribeirinhos acreanos, à
semelhança dos revolucionários de um século atrás[4],
- defendeu nossa floresta e os povos que nela habitavam”.
PREFÁCIO
(Senador Tião Viana)
“Recentemente, participamos
das comemorações do Centenário da revolução Acreana. Pela própria natureza dos
festejos, que envolveram toda a comunidade em diferentes eventos culturais e
fóruns de discussão, ficou patente que estamos delineando um outro
perfil de sociedade”.
“A sociedade acreana hoje se insurge
contra aqueles[5]
que a querem alijada e submissa aos interesses mesquinhos de uma
oligarquia, a qual, para se perpetuar no poder, ajusta-se despudoradamente
às exigências do mercado e vende o que for preciso, o produto da hora,
sem poupar sequer a dignidade e o orgulho do povo da terra”.
“Nestes últimos
anos[6],
nossa história tem ido às ruas. Ela se faz presente nas praças, nas
correspondências que estampam o selo comemorativo de seus cem anos, nos
documentários de rádio e tv. Um momento raro. A primazia do debate sobre o
saber enciclopédico, Todos os acreanos instados a conhecer mais de si mesmos”.
“Somos
amazônicos, somos dos rios e da floresta, somos a face humana da
biodiversidade”[7].
“Mas do que nunca, é a hora de falarmos do nosso povo, das nossas
origens, dos nossos heróis, - oficiais e anônimos[8]
- tirar-lhes a pátina do tempo e compreendê-los. E tempo de sabermos de nós”.
“Quando
menciona a vontade revoltada, ainda que de maneira indireta, Calixto se reporta
à centelha que alumia o coração do acreano comum, o qual, desde pronto, soube
ser brasileiro”[9].
“Temos nas mãos um estudo da
nossa GÊNESE que contextualiza historicamente os embates
político-econômicos da atualidade e nisto reside o seu mérito”
INTRODUÇÃO
- O tema central deste livro
refere-se à complexa inter-relação entre classe, ideologia e estado.
“... o espaço acreano configura-se
como ocupação recente e desordenada, em função de uma economia extrativista
predatória... Toda aquela imensa área geográfica banhada pelos altos
rios da Amazônia aparecia, nas cartas bolivianas, como tierras non
descubiertas”. P. 19.
“Privilegiou-se a figura controvertida, mas
fascinante de Plácido de Castro, espírito revolucionário, crítico da República
Oligárquica e, conjuntamente a lúcidos patrões e destemidas seringueiros,
libertador do Acre”[10]
p. 20.
“...
procurou-se enfatizar o papel do capital como promotor da inserção da região na
divisão internacional do trabalho, à medida que a borracha tornava-se, cada vez
mais, mercadoria indispensável à modernidade” p. 20.
“... se
pretende demonstrar é o caráter de classe do domínio boliviano no Aquiri...
Ressalta-se o caráter nada patriótico da burguesia boliviana em relação ao
Bolyvian Sindicate” p. 20-21.
CAP. 1 – O
CAPITAL, A MODERNIDADE E AS TIERRAS
NON DESCUBIERTAS (p. 23)
- No
capitalismo, tudo vira mercadoria. Esconde-se a violência e o cinismo da
acumulação de capital. No Acre, não foi diferente.
- Qual era a
outra face do progresso? Em Paris, capital
do capital, os pobres eram silenciados em meio aos bulevares. Era a
modernidade liberal.
“Entre 1873 e
1896, a deflação fez com que o nível britânico de preço declinasse em 40%,
ocasionando a queda nas taxas de lucro. Estremeceram os alicerces que
sustentavam os valores da livre troca” p. 24.
“O capital mobilizado politicamente exigiu do Estado proteção contra
a intensa concorrência internacional... o progresso como resultado de um longo
processo evolutivo já não correspondia aos novos tempos, pois a nova lógica da
acumulação capitalista tinha pressa” p. 25.
“Entretanto, enquanto nos
países hegemônicos do ocidente já ruíam
os pilares da modernidade, euforicamente forjados nas oficinas fáusticas do
livre-cambismo, do outro lado do Atlântico, no Brasil, outros pilares
principiavam a desmoronar” p. 27.
“A 4 de janeiro de 1878[11],
subia ao poder o Partido Liberal, inflamando os espíritos da modernidade pseudofáustica”.
- O
desenvolvimento tecnológico incorporou o látex como mercadoria do progresso.
“... somente no século XIX, seriam criadas as condições para o aproveitamento
industrial da goma elástica” p. 30.
“... A
borracha inseria-se, assim, nos planos dos fomentadores da modernidade... A
medida que o processo de vulcanização possibilitava um uso industrial da goma
elástica, cada vez mais diversificado, cresciam os investimentos no setor,
implicando a necessidade de suprimento de matéria-prima” p. 31.
- A província do amazonas foi criada em 5 de setembro
de 1850. Foi desmembrada da província do Pará. “Para o desapontamento
dos que se enriqueciam com o comércio regional, a criação da província
amazonense não contemplaria as reivindicações de descentralização e autonomia
desejada. Ao contrário, o objetivo do poder central era colocar, em circulação,
sob seu controle, a moeda do progresso, sem a qual os escravocratas e
burocratas saquaremas[12]
podiam em risco seu domínio” p. 32
- A liberação
do rio Amazonas e seus afluentes à navegação e comércio de todas as bandeiras
viriam somente em 1868. Tavares Bastos foi um dos baluartes da causa.
- O federalismo seria bom para a comunidade mercantil
do amazonas composta, quase que exclusivamente, por portugueses.
“... por
ocasião do boom gumífero, ocorresse uma mudança na lógica da acumulação... a
acelerada subordinação do capital comercial das Casas Aviadoras ao capital da haute-finance,
representado, na Amazônia pelas Casas Exportadoras e bancos estrangeiros” p.
35.
- Até o fim dos anos 60 (XIX), correspondeu à expansão do capital
mercantil rumo à Amazônia através das Casas Aviadoras.
“Nessa fazer
pré-boom, como esclarece Weinstein, o volume de produção, então manipulado pelo
comércio aviador, ainda não era o suficiente para inspirar confiança ou estímulo
do setor creditício em operação na praça de Belém. A expansão do sistema de crédito foi característica de um
outro momento...” p. 35.
“A chegada
dos primeiros patrões às tierras non descubiertas ocorreu num momento em
que a demanda internacional e os preços cresciam” p. 35.
“A década de
1880 já demarcava a gradativa subsunção do CAPITAL MERCANTIL – representado
pelas Casas Aviadoras – ao capital financeiro, representado pelos bancos
nacionais e estrangeiros, mas, sobretudo, pelas Casas Exportadoras” p. 35-36.
- Daí por
diante, haveria uma acirrada luta pelo controle da exportação do outro negro.
- Poucas casas exportadoras (VERDADEIROS
PARASITAS) dominavam a maior parte da
exportação da borracha, suficiente para impor preços e impedir que as
Casas Aviadoras exportassem, elas próprias, a borracha aviada pelos patrões.
“A crescente
interferência do capital monopolista na tradicional economia
extrativista, impondo nova lógica à acumulação mercantil, foi, desta
maneira, conseqüência da crescente demanda de matéria-prima por parte da
indústria européia e norte-americana, estimuladoras de novas necessidades de
consumo” p. 37.
- O controle
das fontes abastecedoras de látex teve como conseqüência regional o
investimento dos governos de Amazonas e Pará. As empresas de transporte
recebiam mais investimentos. Em 1878, passou-se a cobrar em Belém “...um
imposto de 3% sobre o embarque da borracha que, por cabotagem, chegava até
Belém”. Manaus concorria com Belém a respeito dos portos exportadores da
borracha. Ler a respeito da porcentagem de cada uma na p. 38.
“Se, em 1890, a arrecadação da
receita regional (Amazonas e Pará) era de 17.745 contos de réis, em 1900
saltava para 88.962, uma diferença percentual superior a 500%” p. 38.
- A Amazônia
tornou-se peça fundamental na engrenagem imperialista.
“O AQUIRI dos
nativos mudaria de nome algumas vezes. Os patrões descendentes de MATUTOS
CEARENSES, chamaram-no Acre” p. 38.
CAP. II – A
OLIGARQUIA DO CAFÉ, OS MILITARES E A ORDEM REPUBLICANA (p. 43)
- O primeiro
governo civil republicano foi tumultuado. Foi uma anarquia administrativa. Caos
financeiro. Indignação dos militares. Prudente de Morais concedeu anistia aos
federalistas do Rio Grande do Sul (Incluindo Plácido de Castro), o exército foi
desmoralizado em canudos[13].
O presidente sofre um atentado, o clube militar é fechado. Dentro do Partido
Republicano Paulista se se digladiavam pela hegemonia Campos Sales e Prudente
de Morais. O grupo de Campos Sales ficou no poder nos anos 1898-1920 (política
dos governadores) – representavam a nata da burguesia cafeeira. Em 1891,
Rodrigues Alves era ministro de Floriano Peixoto.
“... Dessa
forma, nasce a ideologia do imperialismo como superação dos velhos ideais
liberais” p.45.
- A política
dos governadores foi uma política baseada nos interesses de classe, a
oligarquia cafeeira. Para esta, o aparelho estatal, nada mais é do que parte do
sistema de poder do grupo. O Estado não era uma entidade autônoma que seria a
todos.
- A
oligarquia inventou uma nova ordem para abrir caminho à nova elite. O
que essa nova ordem não quis ser?
1) Não quis
identificar-se com a República Militar dos deodoristas[14].
A república para Deodoro era o ápice da questão militar no processo da agonia
do Estado escravista. Salvou o exército da humilhação imposta pela elite
imperial. “... a recusa daquele modelo justificava-se do ponto de vista da
facção perrepista ‘oligárquica’, porque, ao exaltarem a figura do grande homem,
o soldado herói que havia combatido na Guerra do Paraguai, os deodoristas,
abriam espaço para a propagação de uma idéia de pátria e de nacionalismo
consideradas perigosas e inoportunas” p. 49.
2) O
oligopólio financeiro traduzira-se por um privilégio considerado não grato aos
interesses do grupo em ascensão – o favorecimento da indústria carioca em
expansão.
3) Era contra
a República Sociocrática dos positivistas, pois eram contra a democracia
representativa. Defendiam a incorporação dos proletariados e o fim dos
privilégios burgueses.
4) Não seria
uma República de Marianne, ou seja, uma república libertária – Jacobina.
5)Contra a
qualquer tentativa de restauração monárquica, às idéias separatistas e às
contestações populares.
- A nova
ordem classificava os grevistas como desordeiros. O demos deveria submeter-se
ao imperativo nacional. “... nossos peseudofáusticos construtores da nova ordem
optariam por forjar seus próprios símbolos” p. 52. O hino nacional e Tiradentes
foram os símbolos. A liberdade se daria dentro da ORDEM, ordem que se assegura
à reprodução da classe no poder. A liberdade é um meio em si mesma.
“A letra do
Hino Nacional[15]
tornar-se-ia poderoso instrumento para a formação das almas num momento em que
o governo Campos Sales desgastava-se mais ante as elites oposicionistas e o
demos” p. 52-53.
“Liberdade?
Autonomia? Soberania? Só se garantidas, vale dizer, legitimadas pelos novos
donos do poder... Que se lixassem os que, também pseudofausticamente,
pretendessem, nos altos rios amazônicos, fundar sua própria ordem ou mesmo
mendigar autonomia no condomínio oligárquico em formação!” p. 56.
- Calixto se
propõe fazer uma análise do discurso dessa oligarquia para “...desvendá-lo
enquanto ideologia e práxis de uma facção agro-exportadora bem sucedida e que
precisava de ordem...” p. 56.
- Para Campos
Sales o governo deveria cuidar das finanças para cumprir os compromissos com os
banqueiros internacionais, a função do governo é administrar. O parlamento
teria um mínimo de força.
- Em 1900, o
congresso estava dividido em dois grupos: a) Concentrados (concentrava as
bancadas do sul do país), era o que restava do Partido Republicano Federal; b)
Republicanos (Nordeste e sudeste).
- A “pax
oligárquica” só foi possível graças à reorganização do sistema federativo:
autonomia dos estados; autonomia do executivo federal. “O federalismo emergia,
então como a melhor das ordens possíveis [e] a alternativa a ele seria a
barbárie do unitarismo... A verdadeira opinião nacional é constituída pela soma
dessas unidades autônomas. Os Estados são a nação política, logo a política
dos governadores, pelos procedimentos que adota, é a única forma virtuosa capaz
de estabelecer os nexos entre a polis e o governo” p. 62.
- As
divergências não poderiam romper com a unidade política da república. A polis
era impermeável ao demos.
POLÍTICA DOS
GOVERNADORES – reativou o fenômeno do CORONELISMO. O MANDONISMO foi a forma de
dominação ideológica na política local.
“Os coronéis
governistas criavam todo tipo de obstáculos a quaisquer pretensões das facções
oposicionistas” p. 63.
CONTEXTO:
integração da Amazônia à divisão internacional do trabalho. Em 1902, diversas
frações da classe dominante se uniam ao inimigo comum. Campos Sales e sua
política liquidacionista dos insolváveis. Os monarquistas pregavam a luta
armada, “Sempre desqualificando a ordem em vigor, apelando ao patriotismo, ao
descontentamento popular e às armas para a derrubada da mesma (república)...”
p. 74.
“Ao findar o
quadriênio, Campos Sales podia jactar-se de ter alcançado seu principal
objetivo: o saneamento financeiro do país, condição primeira, no entender do
grupo da oligarquia...” p. 72.
- A Revolução Federalista no
Rio Grande do Sul fora esmagada com o apoio da burguesia agrária e do
coronelismo castilhista. Alguns foram desterrados na Amazônia como punição,
como o coronel Jacques Ourique.
- Os
bolivianos lutaram contra a burguesia regional que se sustentavam do látex.
CAPÍTULO III – TILINTAM OS CRISTAIS, SOAM OS CLARINS E
AS LINHAS DANÇAM: NASCE A QUESTÃO ACREANA (p. 77).
- A eleição
de Prudente de Morais foi para SAES[16]
uma reação termidoriana. Não foi uma simples mudança do militar para civil, mas
foi uma etapa decisiva onde a fração hegemônica da burguesia cafeeira delegou a
função de direção política ao Estado.
“Se Manaus, a
bela cidade de largas e bem iluminadas avenidas, elegante boulevard e
fantástico teatro, era a mesma Manaus soerguida sob milhares de ossos, trágico
e macabro alicerce de uma modernidade paseudofástica, era porque a necessidade
do progresso assim o exigia” p. 82.
- Militar
Gregório Thaumaturgo de Azevedo: nasceu em 1853, no Piauí. Bacharel em
matemática, Ciências Físicas e em Direito. Em 1879, foi secretário da comissão
de limites Brasil-Venezuela. Em 1885, filiou-se ao Partido Liberal. Quando da
proclamação da República, foi convidado por Deodoro da Fonseca para ser
governador do Piauí. Pediu demissão por discordar da fração hegemônica do
Estado. O Governo Federal, então, o nomeia governador do Amazonas. Ficou no
cargo apenas 5 meses, Floriano Peixoto demitiu todos os governadores críticos.
Foi contra o discurso entreguista de Prudente de Moraes. Defendia uma ruptura
ao defender o “uti possidets”. Quando Dionísio Cerqueira assume o ministério
das Relações Exteriores, Thaumaturgo pede demissão.
- Manaus:
vivia à sombra do patronato; nos rios prevalecia a truculência dos patrões. Nos
seringais, prevaleciam as leis do coronel. Manaus era a cidade dos vícios:
cabaré a cada esquina, terra da boemia e de aventureiros.
- Em
nota de rodapé, Calixto conta que o TRONCO “... consistia em acorrentar os pés
do indivíduo a um tronco de árvore... Era um castigo que se aplicava,
invariavelmente, aos seringueiros em débito com barracão, ou que ousassem
desafiar ordens expressamente recebidas do proprietário do seringal” p. 84.
-
Tratado de Ayacucho: O tratado tinha como contexto o
liberalismo do Partido Progressista que estava no poder na época (1862-1867) e
a guerra contra Solano Lopes. Do lado da Bolívia, o tratado fora assinado numa
época em que os indígenas estavam sendo oprimidos pela fração agro-conservadora
capitaneada pelo caudilho Melgarejo[17].
O tratado foi assinado sem que ambos os países conhecesse um palmo da geografia
daquela região entre o Madeira e o Javary. A linha que era considerada reta
tornou-se oblíqua após 1895.
“... o Amazonas irá perder a melhor zona de seu
território, a mais rica e a mais produtora... fazendo-nos perder o alto rio
Acre, quase todo o Iaco e o Alto Purus, os principais afluentes do Juruá e
talvez os do Jutaí e do próprio Javari; rios que dão a maior porção da borracha
exportada e extraída por brasileiros... Toda essa zona perderemos, aliás
explorada e povoada por nacionais e onde já existem centenas de barracas,
propriedades legítimas e demarcadas e seringais cujos donos se acham de posse
há alguns anos, sem reclamação da Bolívia...”. Gregório Thaumaturgo de Azevedo
“À Bolívia
interessava, naquele momento, interromper a frenética dança das linhas,
intensificada desde 1894 com o Relatório Pando” p. 97.
[1] Um
efeito de sentido, não só objetivaram a pátria como as gerações futuras... que
geração heróica né?
[2] Como?
Geneticamente...
[3]
Amalgamou-se a ele.
[4]
Amalgamou a imagem de Chico aos revolucionários.
OBS: O livro tomou como base a dissertação de
doutorado defendida em 1993 na USP (orientador: Dr. Ulysses Telles Guariba
Neto). “Neste sentido, a tese foi revisada, reformulando-se capítulos inteiros
à luz de reverencias novos” p. 19.
OBS2: Presidente da FEM: Jorge Henrique Queiroz.
[5] Assim
como os primeiros revolucionários lutaram contra os malfeitores.
[6] De 1999
até a publicação do livro, uma autopromoção.
[7] Tudo
discurso, o Acre é urbano. Ninguém seria capaz de viver da política e morar na
zona rural.
[8] Os
anônimos somos todos nós – O Acre é composto por gente heróica.
[9] Entra aí
o poder do comentário (Foucalt) que conjura o discurso para torná-lo
inofensivo.
[10] Trecho
usado por Tião Viana, no prefácio.
[11] Época
da vinda dos nordestinos para o Acre.
[12]
Políticos conservadores sob a liderança de Visconde de Uruguai.
[13]
HAHNER, June E. Relações entre civis e militares no Brasil (1889-1898). São
Paulo: Pioneira, 1975.
[14]
CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas – o imaginário da República no
Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
[15]
Francisco Manuel da Silva (1795-1865) compusera uma melodia patriótica para
comemorar a abdicação de D. Pedro I. Era tocada em todas as solenidades
públicas. Transformada em Hino Nacional, a melodia só viria a ter uma letra em
1900, composta por Joaquim Osório Duque Estrado (1870-1927). “Letra, por
sinal, bem ao gosto e manipulado pelo nacionalismo ufanista da elite
conservadora” Rodapé da p. 53.
[16] SAES,
Décio. A formação do Estado no Brasil (1888-1891). Paz e Terra, Rio de
Janeiro, 1985,p.347.
___________.
Classe Média e Política na Primeira República Brasileira (1889-1930).
Vozes: Própolis, 1975.
[17] FINOT, Henrique. Nuevo
compêndio de Bolivia (ensaio de interpretación sociológica): de Tiawanadu al
siglo XX (1930). La paz, Gisbert, 1976.
[18]
ARQUEDAS, Alcides. História General de Bolívia. La Paz: Gisbert,
1975.
ACHA, José Aguirre. De los Andes al Amazonas – recuerdos de la Campaña del Acre. Bolívia,
3°ed. 1980;
[19] Lei os
decretos expedidos por Paravicini.
[20]
Tocantins, V.I, p. 213.
[21] A
revolta foi dos patrões... os seringueiros estavam no ofício.
[22] Ata da
22° sessão da Junta Revolucionária do Acre, 24 de fevereiro de 1899. Instituto
Arqueológico e Histórico de Pernambuco. (OBS: 42 pessoas assinaram a ata.
Essa era a representatividade dos mais de trocentos habitantes).
[23] Cara de
pau – por que não olhou a escravidão do seringueiro.
[24] Não
podemos esquecer que foi o governo do amazonas que patrocinou Galvez.
TOCANTINS, p. 234 e 325.
[25] Visão
maniqueísta, quem não está comigo é contra mim.
[26] Essa atitude
mostra a maneira como era apagada qualquer divergência. O Acre nasceu sob a
insígnia da intolerância.
[27] 28 de
dezembro de 1899.
[28] Leandro
Tocantins. V.I, p. 315.
[29]
Propriedade de Joaquim Victor.
[30]
Castilho Goycochêa. Plácido de Castro. Porto Alegre: livraria Globo,
1939.
[31] Joseph
Love. História geral da civilização Brasileira III, 1° Vol. O Brasil
Republicano, São Paulo: DIFE, 1985.
LER o capítulo – O RIO GRANDE DO SUL como fator de
instabilidade na República Velha.
[32] Segundo
Calixto não há provas do envolvimento de parentes de Plácido.
[33] “Um
confronto contra um ideal de República que não era o seu” p. 187. Pelo
jeito Calixto tenta nos dizer que Plácido foi contra os pica-paus não por ser
monarquista, mas por defender um conceito diferente de República. Acho que isso
é forçar a barra, pois achar que um militar de 23 anos faria reflexões
filosóficas iguais a essa consiste em anacronismo. Diz-se lutar por uma
República liberal parlamentarista. Contra a República Militar nascida de uma
sedição.
[34] Opiniões
de Eduardo: na época o positivismo era símbolo do progresso, ser contra Conte
era ser contra a modernidade. O positivismo não tinha o aspecto negativo de
hoje. Portanto, Plácido era um tremendo de um conservador.
[35] Cf.
GOYCOCHEA, Castilhos, op.cit, 1940, p. 101, onde se lê que Plácido de Castro
declarara a José Maunel Aponte, ‘haver tomado parte em 412 combates...”.
[36] A
anistia o reintegrava ao exército como oficial superior.
[37] Calixto
na página 195 chama Plácido de Castro de “... ex-oficial maragato...”.
[38] Também
está no livro Plácido de Castro: um caudilho contra o imperialismo.
[39] Calixto
uma o termo “... exonerado do Colégio Militar do Rio de Janeiro...” p. 197.
[40] Revela
que havia a classe dos cidadãos acreanos de “reais merecimentos”. Calixto dia que
era os ‘grandes proprietários de seringais’.
[41]
República foi o regime escolhido pelos revolucionários.
[42] Plácido
pensava numa economia diversificada e não somente no extrativismo. Ou seja,
esse ministério deveria cuidar da produção e circulação de mercadorias, não
exclusivamente extrativistas.
[43]
Vergonhosamente um marxista se curva à hipótese do idealismo.
[44] Tudo
indica que não havia a tão sonhada unidade na Revolução.
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