BASTOS, Abguar. História da
política revolucionária do Brasil: 1900-1922. Rio de janeiro: Conquista, 1969.
“desde que se dissera que uma
separação geodésica haveria de ser feita a nordeste do continente, através de
uma linha que iria do Madeira ao Javari, começara toda uma angustiosa
expectativa entre o que seria economicamente brasileiro e politicamente boliviano”
p. 62
Puerto Alonso, na parte setentrional do antigo
território das colônias, no baixo Acre. P. 62
“Adiante, no rumo da foz, estava
Antimari, chamado, depois, Floriano Peixoto, posto mais avançado do Estado do
Amazonas, em relação ao Território. Na Boca do Acre, as autoridades amazonenses
cobravam tributos da carga que descia pelo rio Acre... o Brasil havia
reconhecido como incontestáveis os direitos bolivianos no rio Acre, acima do
Antimari” p. 62
Os agentes do governo amazonense
sediados na região receberam com verdadeiro estupor a notícia de que estavam
alijados dos locais, onde, antes, sob a proteção da bandeira brasileira,
exerciam domínio, como se fosse um prolongamento do território amazonense” p.
62
Era natural que as primeiras
reações dos brasileiros fossem de rebeldia. P. 63.
[Os bolivianos] passaram a
usufruir para o seu país as rendas aduaneiras antes recolhidas pelo Estado do
Amazonas p. 63
“os brasileiros aí exilados
consideravam-no parte integrante do Estado do Amazonas” p. 63.
“O governador do Amazonas, José
Cardoso Ramalho Junior, não via com bons olhos a queda da receita do Estado,
pelo estancamento das cobranças fiscais antes destinadas ao tesouro amazonense.
Na época o Acre exportava duas mil toneladas de borracha” p. 63
Transformação do acre boliviano em
acre brasileiro p. 64
“A revolução da borracha passou
por três etapas bem definidas: a deposição das autoridades bolivianas, por José
Carvalho; a proclamação da República do
Acre, por Luis Galvez, e a retomada da ação com a vitória de Plácido de
Castro sobre as tropas bolivianas” p. 64
“Não era fácil aos amazonenses
aceitarem, como fato consumado, a integração do Acre à nacionalidade boliviana”
p. 64.
“Em oposição às cautelas da diplomacia, o governador
Ramalho Junior agia em desconexão com o pensamento do governo federal, de onde
surgiram rumores de intervenção no Estado, efeitos em seguida, após longo
relatório, minucioso e ao mesmo tempo energético, do governador ao presidente
[...] A imprensa do Rio, ainda que não enfaticamente, fazia côro com o
noticiário passional que vinha do Amazonas” 64
OBS: o discurso patriótico foi
uma justificativa para a revolução armada.
“Ao se iniciarem no Estado do
Amazonas e no sul do país os ataques e as replicas verbais e escritas, entre
azedas e patrióticas, estava criado o clima ideal aos que poderiam aventurar-se
em manifestações armadas contra a ocupação boliviana” p. 64
“Começaram os atos sediciosos ao
longo do rio disputado, José Carvalho, mancomunado com o juiz José Martins
Souza Brasil, instalaram em Bom Destino um Quartel General e o juiz escreveu ao
delegado boliviano, D. Santivanez, denunciando a trama. Visava o juiz, de
acordo com os conspiradores, a alarmar os bolivianos, de modo a obrigá-los a
medidas preventivas que justificassem a insurreição. Santivanez não mordeu a
isca, tão convencido estava dos direitos de seu país e das garantias do governo
brasileiro” p. 54-65.
Sobre o estado independente:
“os autênticos desbravadores
julgavam-se com direitos próprios sobre o destino politico e administrativo do
território” p. 66
“O novo estado se apoiava numa
junta revolucionária de 41 membros” p. 66
Primeira comemoração cívica:
“O evento foi festejado com
champanha Veuve Cliequot, cerveja
Guiness, vermute, genebra, vinho-do-porto,quina, cachaça e charutoss Dannemann
e Villar, tudo precavidamente respaldado com pílulas Elpídio” p. 66
“ocupação paulatina [...] de
vastos territórios inóspitos e, até então, não só desertos como desconhecidos”
p.
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