POR QUE O 6 DE AGOSTO?
Porque
foi nesta data que as tropas acreanas tiveram sua primeira vitória sob a
liderança de Plácido de Castro rumo à rendição boliviana. Como a historiografia oficial não gosta de
enfatizar derrotas, deu-se importância secundária aos movimentos de
resistência ao governo boliviano anteriores ao de Plácido de Castro, como por
exemplo, aqueles liderados por José Carvalho (1899), Luiz Galvez (1899),
Orlando Lopes e Rodrigo de Carvalho (1900), etc.
QUALA
SUA VISÃO SOBRE OS FATOS OCORRIDOS NO “6 DE AGOSTO”?
Em
uma carta de 18 de junho de 1902, portanto, antes do início da “Revolução” do 6
de agosto, Rodrigo de Carvalho diz: “baldeamos a carga da Maria Thereza,
a bordo dela vem o Dr. Gentil com armamento e um capitão com vinte e tantos
soldados, commissionados pelo governador para fazer a revolução” (apud
OURIQUE, 1907, p. 223, grifo nosso).
Se
levarmos em consideração que o próprio Plácido de Castro afirmou ter iniciado o
combate contra os
bolivianos em 6 de agosto de 1902 com apenas 33 homens (Cf. CASTRO, 2002, p.
56), fica fácil deduzirmos que o episódio inaugural da “Revolução
Acriana” ou da “Grande Revolução” foi protagonizado por mercenários.
Assim sendo, não foram os acrianos que lutaram
por amor ao Brasil e sim mercenários que lutaram por amor ao dinheiro.
O
SENHOR QUER DIZER QUE A REVOLUÇÃO NÃO FOI FEITA POR ACREANOS?
Primeiro
de tudo, é bom esclarecer que, na época, não havia propriamente acreanos.
Embora este gentílico já tenha sido usado desde o Estado Independente de
Galvez, a construção
identitária do ser acreano é um fenômeno simbólico construído a posteriore,
ao longo do tempo.
Segundo,
todo processo de resistência à soberania estrangeira na região que hoje
chamamos de Acre foi pensada e financiada por políticos e liberais de Manaus.
Alguns dos brasileiros que residiam nos afluentes do Purus foram incorporados
ao projeto de resistência, no entanto, isso não quer dizer que foram eles, os
“acrianos” (brasileiros do Acre), os responsáveis pela “Revolução”.
Para
os “barões da borracha”, “pouco lhes importa a procedência do herói. A sua origem. Ou sua moral. O que é preciso, e se impõe
desesperadamente é salvar o Acre” (LIMA, 1998, p. 50). Zambrana (1904, p. 162) diz que “los
revolucionarios del Acre, comandados por Plácido de Castro [...] se hallaban
situados en Caquetá [...] tenían bajo sus órdenes fuera de las tropas
revolucionarias, unos cincuenta o sesenta hombres de la guarnición estadoal
de Manaos” [grifo nosso].
Parece ser inegável que havia pessoas
comissionadas nas tropas revolucionárias, ou seja, que ali estavam sem qualquer
motivação patriótica ou compromisso ideológico.
Outro indício de mercenarismo é a considerável
quantidade de estrangeiros nas tropas acrianas. Fato comprovado pela lista dos veteranos da
“Revolução Acriana” produzida durante a feitura do Projeto de Lei que
pretendia conceder pensão aos ex-combatentes (Lei Nº 380, de 10 de setembro de
1948).
Fica difícil acreditar que esses estrangeiros,
que mal haviam chegado ao Brasil, tenham empunhado armas para tornar o Acre o
único Estado “brasileiro por opção”.
Resumindo, é possível que a dita Revolução tenha iniciado mais por força
dos “não-acreanos” (políticos e liberais de Manaus e mercenários contratados)
do que propriamente dos acreanos.
O QUE VOCÊ TEM A DIZER SOBRE AS COMEMORAÇÕES DO
“06 DE AGOSTO”?
“O 6 de agosto só passou a ser
comemorado a partir de 1910. O que significa dizer que a data não
assumiu importância que se dá hoje logo nos primeiros anos após a dita
Revolução. Apenas quando Epaminondas
Jácome, auxiliar médico das tropas de Plácido de Castro, foi nomeado prefeito
do Departamento do Alto Acre, foi que, por força institucional, o “povo”
passou a comemorar tal data.
Quando prefeito,
ele decretou feriado nas repartições públicas para as datas 6 de agosto e 24
de janeiro. Ou seja, a data
ganha importância social de cima para baixo e não por iniciativa popular. Se o
poder executivo hoje deixar de promover festas cívicas ou feriado nesta data,
em menos de uma geração ela será esquecida na memória coletiva.
VOCÊ
CONCORDA QUE O ¨6 DE AGOSTO” SEJA REALMENTE A DATA DA GENEALOGIA DO ACRE?
“Não. O marco fundacional do Acre foi a
expansão imperialista para a Amazônia. A escolha do 06 de agosto reflete um posicionamento episódico
e provinciano do processo histórico. É preciso analisar a história para além da
escala de observação local e regional. A história do Acre deve ser compreendida
como um capítulo da história da expansão do capitalismo. A história do Acre não começa com a Revolução Acriana,
muito menos com a migração nordestina para a região, mas com a expansão da
Economia-Mundo Capitalista para o interior sul-ocidental amazônico. Começa
com a inserção daquele reservatório natural de seringueira na cadeia
produtivo-mercantil dos países imperialistas. Resumindo:
o Acre foi gerado pelo imperialismo no ventre da ganância dos brasileiros que
migraram para a região. Do ponto de vista jurídico, enquanto território
nacional, nasceu de fato e de direito com o Tratado de Petrópolis (1903).
QUAIS FORAM AS CAUSAS DA REVOLUÇÃO ACRIANA?
"É triste dizer, mais a Revolução
Acriana tanto enaltecida pela história e literatura oficiais não passou de um
conflito armada em defesa da propriedade privada dos seringalistas e do
monopólio da cobrança de impostos sobre a produção da borracha pelo Governo do
Amazonas. Mas é óbvio que tais motivos jamais figurariam nos documentos
oficiais escritos pelos líderes da dita “revolução”. Eles precisavam mobilizar
a opinião pública nacional em favor da causa deles e, para isso, ardilosamente,
fizeram uso abusivo das palavras pátria e
patriotismo em seus discursos justificatórios. Afinal, era preciso
beatificar aquela ação criminosa, sanguinária, classicista e interesseira com
argumentos nobres e altruísta”.
LUTARAM PRA SER BRASILEIROS?
Ter
brasileiros na região, não faz da região um território brasileiro. Assim como o
bairro da Liberdade em São Paulo não deixa de ser brasileiro mesmo sediando a
maior colônia japonesa do mundo. Os brasileiros não perderiam sua
nacionalidade, apenas se tornariam estrangeiros em regiões bolivianas. Volto a
dizer, que o que estava em jogo de fato era a nacionalidade do território, dos
impostos e da borracha, portanto, o patriotismo não passava de uma artimanha
retórica para mobilizar a opinião pública nacional em favor dos interesses
fundiários dos seringalistas e das rendas fiscais do governo do Amazonas. E foi
exatamente a defesa desses dois interesses que ocasionaram a chamada Revolução
Acreana que, diga-se de passagem, não pôs fim a Questão do Acre, pelo
contrário, apenas serviu para dar visibilidade nacional à mesma, além, é claro,
de produzir dezenas de cadáveres.
O senhor está querendo dizer que a tão
comemorada Revolução Acreana não foi a responsável pela anexação do Acre ao
Brasil?
Não sou eu
quem diz, são as evidências históricas quem afirmam isso. Basta analisar os
fatos sem o preciosismo típico da literatura acreanocentrica. Senão vejamos: a)
independente do conceito de “Revolução Acreana”, quer seja todos os eventos de
resistência ao governo boliviano, quer seja apenas aquele liderado militarmente
por Plácido de Castro, ela nunca resultou na incorporação de um palmo de terra
sequer ao Brasil, o máximo que fez foi tornar o Acre um país independente; b) a
vitória militar obtida contra o “miúdo” exército boliviano pelas tropas
acreanas em Puerto Alonso em janeiro de 1903 não foi definitiva, já que o
próprio Presidente da Bolívia, juntamente com o seu Ministro de Guerra e tropas
bolivianas, ameaçaram invadir a região; c) O Barão do Rio Branco, sabendo da
repercussão negativa que a desforra poderia ocasionar ao governo federal, fez
de tudo para evitar a carnificina, por isso que tratou logo de acordar um modus vivendis com o governo boliviano;
d) a vitória militar parcial obtida pelos acreanos em janeiro de 1993 contra os
bolivianos não representou o fim da Questão do Acre, pois o território já
estava “arrendado” para o Bolivian Sindicate e, contra esse sindicato
internacional, os acreanos pouco ou nada podiam fazer; além do mais, a Revolução,
no máximo, garantiria a posse de terra dos brasileiros na região do Purus, já
que a do Juruá, o conflito era com os peruanos e não com os bolivianos; e) a
dita Revolução foi mais obra da iniciativa do governo do Amazonas do que a dos
acreanos propriamente ditos; Plácido de Castro nunca foi o mentor intelectual e
nem o político da Revolução, no máximo, foi um líder militar convidado (ou
contratado?) para uma causa que não era dele. Sem a renúncia do Bolivian Syndicate assinada em 26 de janeiro de 1903 e sem a assinatura do modus-vivendi em 21 de
março de 1903, tanto o destino do Acre, quanto o dos acreanos estava em
suspenso. Por isso é que digo que o destino deles foi mais um resultado
diplomático traçado nos gabinetes ministeriais do que um resultado militar
traçado nos campos de batalha. Em resumo: a Revolução chegou ao fim sem que o
Acre fosse nacionalizado.
SOBRE PLÁCIDO DE CASTRO, O QUE O SENHOR TEMA DIZER?
"Qual Plácido de Castro iremos
abordar? O militar maragato rio-grandense? O agrimensor? O chefe das tropas
acreanas? O seringalista? O presidente do Estado Independente do Acre? O
ditador do Acre Meridional? O prefeito do Departamento do Alto Acre? Ou o herói
nacional? A visão multifocal do personagem nos trás o seguinte questionamento:
é realmente salutar ao povo acreano nutrir a admiração por um latifundiário,
assassino e político autoritário? A história nos diz que ele fez tudo por amor
à pátria e é somente esse lado do Herói Nacional que nos é ensinado nas
escolas". Mas será mesmo que tal sentimento movia o comportamento deste
cidadão? Uma coisa eu digo, ninguém vinha ao Inferno Verde impunemente.
"Devemos nos perguntar sobre o
porque que somente Plácido de Castro se tornou o herói dos acreanos? Por que a
veneração não se estendeu aos governadores do Amazonas Ramalho Júnior e
Silvério Néri, os verdadeiros responsáveis pelo financiamento do movimento de
resistência à soberania boliviana na região? Por que Rodrigo de Carvalho não
foi reconhecido como herói? Ele era o principal articulador local da Revolução
Acreana, diferentemente de Plácido de Castro, ele esteve presente desde o
início, quando foi formada a Junta Revolucionária em 1899. Por que Souza Braga
não virou herói? Ele foi um dos cinco principais seringalistas da região a
atuar na Revolução Acreana e chegou a ser o segundo presidente do Estado
Independente do Acre. E os seringueiros? E os acreanos que guerrearam contra os
peruanos no Alto Juruá?"
É sabido que sem a intervenção do Itamarati e
das articulações feitas por Barão do Rio Branco o Acre nunca teria se tornado
brasileiro. Então, por que Plácido de Castro
recebeu tanta projeção local como
herói dos acreanos?
Simples, pois
os autonomistas preferiram consagrar um líder local do que um nacional. Não
devemos esquecer que o Barão do Rio Branco foi um dos mentores do
“rebaixamento” do Acre à condição de Território, e tê-lo como herói não era
estratégico para a causa autonomista. Os autonomistas queriam
tornar o Acre um Estado, para tal propósito, era mais estratégico a escolha de
liderança local como herói. O “Barão” sendo aceito como “pai do Acre”, ficaria
mais fácil justificar o domínio político federal naquele território. O
diplomata Barão do Rio Branco encarnava melhor o caráter nacional dos
republicanos. Em contrapartida, a figura de Plácido de Castro fortalecia o
regionalismo dos “coronéis” do Acre. A
idolatria a Plácido de Castro foi uma tradição construída e mantida
postumamente. Enquanto esteve vivo,
nenhum prefeito endossou práticas comemorativas à “Revolução” ou aos “heróis da
Revolução”, muito menos ao próprio Plácido de Castro. A consagração dele como
“herói do Acre” só aconteceu porque ao longo da história não faltou quem
obtivesse algum tipo de ganho simbólico ou dividendo político com a exaltação dele. Primeiramente
os autonomistas, que fizeram dele um patrono de suas causas, depois os próprios
militares, que exaltavam Plácido de Castro mais por ele ter sido um militar do
que um “revolucionário”. Na literatura nacional, porém, é comum encontrarmos quem
dedique o sucesso da anexação do Acre ao Brasil ao Barão do Rio Branco e não a
Plácido de Castro. “Rio Branco” foi nomeado um dos centros comerciais mais
importantes do Acre naquele início de século. O governo federal, através dos
prefeitos, rendia-lhe homenagens, tratando-o como “patrono do Acre” (jornal Acreano, de Xapuri, 1 de novembro de
1909, Nº 56, primeira página). O Barão do Rio Branco ainda estava vivo e seu
nome passou a ser utilizado em ruas, estabelecimentos públicos e praça. Sem
dizer do “17 de novembro”, data da assinatura do Tratado de Petrópolis, que
também virou nome de escola e outros.
PORÉM PLÁCIDO DE CASTRO É CONSIDERADO
COMO O LIBERTADOR DO ACRE.
"O gaúcho Plácido de Castro foi um
libertador? Todos os Tratados Internacionais negam o pertencimento do Acre ao
Brasil: Bula Papal Intercoetera (1493) Tratado de Tordesilhas (1494), Tratado
de Madri (1750), Tratado de El Pardo (1761), Tratado de Santo Ildefonso (1777)
e o Tratado de Badajós (1801). O próprio Brasil Imperial reconhecia que o Acre
pertencia à Bolívia através do Tratado de Ayacucho (1867) e por inúmeras vezes
o Brasil Republicano confirmara o prescrito em 1967. Então, o agrimensor libertou
o Acre de seus legítimos donos?"
"Qual Acre foi libertado pelo
gaúcho? O Acre Meridional ou o Setentrional? O Alto-Purus ou o Alto-Juruá? Como
a própria história relata, a “revolução” liderada pelo gaúcho limitou-se ao Vale
do Rio Acre, mais precisamente em Xapurí, Brasiléia, Rio Branco e Porto
Acre. Ora, então quem libertou o restante do Acre?
A região banhada pelo rio Juruá e seus
afluentes, que também eram terras litigiosas do ponto de vista peruano, não
conheceu a “revolução” de Plácido de Castro. O “herói”, inclusive, nem se quer
foi testemunha da legalização e anexação definitiva do Juruá ao Brasil, pois
ele foi assassinado em agosto de 1908 e a assinatura do Tratado Brasil-Peru
aconteceu em setembro de 1909".
"O coronel Plácido de Castro
libertou o Vale do Rio Acre? O correto seria afirmar que as tropas acreanas
obtiveram importantes vitórias sobre os bolivianos nessa região. No entanto, a
conquista não estava plenamente definida. Isso por dois motivos: Primeiramente,
por que tão logo a notícia da peripécia dos seringueiros chegou ao Andes, o
próprio presidente da Bolívia, General Pando, organizou uma megaoperação
militar de libertação. Em segundo lugar, o Acre já havia sido arrendado
ao Bolivian Syndicate desde 21 de dezembro de 1901. Toda luta contra a Bolívia
seria inglória se levado em consideração que o Consórcio não aceitaria qualquer
prejuízo com o Acre".
NO PERÍODO DO CENTENARIO DA REVOLUÇÃO, O
GOVERNO DO ESTADO FEZ BASTANTE USO DA IDEIA DE REVOLUÇÃO. O QUE O SENHOR TEM A
DIZER.
"O Governo da Frente Popular do
Acre construiu uma engenharia política de legitimação do poder na qual o
discurso histórico teve importância privilegiada. Nunca na história do
Estado do Acre um governo fez tanto uso de festas cívicas, homenagens, culto à
bandeira, construções de monumentos, tombamento de bens e construção de espaços
de memória. A estratégia não é tão difícil de entender. Abusaram da mídia para
fomentar um acreanismo com base na história epopeica do Acre e durante as
comemorações das datas cívicas ou na inauguração de um espaço de memória
procuraram se filiaram a essa a essa história dizendo que a Revolução Acreana
não havia sido plenamente acabada, já que os ideais e sonhos de seus líderes
estavam sendo resgatados e colocados em prática na atualidade. O objetivo foi fazer com que o
povo olhasse o mandatário do Poder Executivo como um novo herói e a implantação
do Desenvolvimento Sustentável como uma revolução. A exaltação do
passado era uma desculpa para a afirmação do presente. Tudo fazia crer que a
história do Acre motivada pelo passado viveria no presente o ápice dessa
glória".
"Veja o
caso do sindicalista Chico Mendes. Primeiro o Governo da Frente Popular fez de
tudo para diviniza-lo. Depois se aproveitou desse ser beatificado para fazê-lo
um cabo eleitoral, um garoto propaganda do governo. O Partido dos Trabalhadores
no Acre se apropriaram politicamente da imagem de Chico Mendes alegando que o
Governo da Frente Popular nada mais estava fazendo do que colocar na prática os
sonhos do sindicalista. Durante anos a imagem de Chico Mendes figurou no
cabeçalho do site do PT (Ac). Quem criticariam os herdeiros político de Chico
Mendes? Pois é, a mesma estratégia foi usada com a Revolução Acreana e com
Plácido de Castro, ao se filiarem a essa história gloriosa, se tornavam
candidatos a receberem no presente a veneração e as honras, a principio,
direcionada somente ao passado".
O grande diferencial do Governo da Frente
Popular do Acre com relação aos outros governos no que tange às comemorações
das datas cívicas alusivas à anexação do Acre foi que a Frente Popular
inaugurou uma nova tradição de interpretação ou uma nova tradição de
sentidos: a da Revolução Acreana inacabada. Dessa forma conseguiu-se criar
uma história epopeica de uma ponta à outra. De Galvez aos Irmãos Vianas. O povo
foi ensinado a perceber, no tempo, presente as novas revoluções, os novos
heróis, e os novos atos de bravura”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em minha opinião, todas as datas festivas ligadas à fundação do Acre são memoriais
da intolerância e do etnocentrismo. Comemorar esse passado é tornar tais
práticas aceitáveis e dignas de louvor. Veja por exemplo o caso do genocídio
indígena, a historiografia oficial ainda tenta inocentar os heróis acreanos
desse flagelo. Mais o fenômeno das correrias fez do território acreano um sepulcro aberto que exala odores fúnebres até os dias de hoje".
31 de agosto de 1913, Folha do Acre.
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A manipulação da história acontece quando um equívoco interpretativo de
um dado acontecimento é produzido de modo premeditado e intencional, e isso com
o fim de garantir alguma vantagem simbólica para uma pessoa, grupo social ou
instituição.