FONTE: Acervo do Patrimônio Histórico do Acre.
PERIÓDICO: ACREANO – Orgão do Club Politico 24 de Janeiro
DATA: Ano III – 22 de agosto de 1909. Nº 52
LOCAL: Xapuri-AC
PÁG. 01 COL. 01, 02
Autonomia do Acre
Passamos para as nossas columnas o seguinte artigo que, em sua secção Actuallidade, publicou a “Provincia do Pará” de 15 de maio, último findo.
É uma manifestação espontânea daquelle grande órgão matutino da imprensa belemense sobre a nossa actual emergência política, quando arrassavam lá fora ¾ além fronteira do território do Acre e principalmente deste Departamento ¾ alarmantes e aterradoras notícias sobre a ordem e paz interna desta grande e rica Região.
Quizeramos que todos os arautos da imprensa, em sua funcção livre e civilizadora, em nosso Paiz comprehender e cumprir os seus deveres de patriotismo e abnegado civismo, captivando em mais a nossa gratidão em lances de tal natureza, tomando a si a defesa de nossa causa, fazendo propaganda de nossas idéas, tornando conhecidos os princípios e bases de nossa campanha, augusta aspiração de um povo patriota que quer ver firmada a garantia de seus direitos, mas que sente verdadeira repulsa pelo derramamento de sangue de seus irmãos.
Manteremos a nossa campanha tal qual se acha, não desfalleceremos um só instante e iremos sempre avante, quer seja na arena da imprensa, na tribuna pública ou pelas commissões diplomáticas, envidando todos os esforços, empenhando todas as nossas másculas energias, mas não chegaremos ao extremo da lucta armada degladio do desespero, pois que é inverso aos nossos sentimento e, estamos bem certos, o Governo Federal, com a puresa dos elementos de quase achar composto, não consentiria nunca que chegasemos a tão nefasta collisão.
Barão do Rio Branco, Francisco Sá e Esmeraldino Bandeira, são garantias seguras e firmes das nossas mais nobres esperanças, quando se trata da actual situação política do Território do acre, questão de interesse nacional, que aviventa o patriotismo de todos os brasileiros, com responsabilidade na vida pública despertanto..............tensão e concitando-lhes o seu civismo.
É o clamor de um povo apresso pela falta de execução de seus direitos, estatuídos e farantidos pela Constituição do Paiz, mas empanados pelas ferrenhas disposições de um regulamento de momento, sem fundo constitucional, e com veras de uma lei permanente.
Pugnamos pelos nossos direitos, defendemos os interesses dos acreanos, a cujos serviços nos achamos, e não transigiremos um só instante da conducta que nos foi traçada pelo nosso prestimoso chefe e presado director coronel Antonio Antunes de Alencar que nesta questão, como em todos os seus actos públicos, e puritano é invulnerável.
Tendo o coronel A. Antunes tomado parte activa em todo o movimento revolucionário do Acre, desde o seu inicio, assumindo posição saliente e imponde-se ao respeito e estima de seus companheiros, delineando planos de combates, traçando schema de estratégia ou executando com firmeza e sangue frio qualquer ordem expressa de quem, na occasião, superentendia o movimento revolucionário, e alliando a geral sympathia de que .......... o seu bem quisto nome, foi logo posto em evidencia para assumir a direção de tal campanha, voltando-se para elle todas as esperanças dos acreanos.
E, realmente, mais de uma vez tem ....... dado provas de sua alta capacidade e ........................... conduzir os negócios de .............................. havendo-se sempre com proveito, não .............. sua dignidade, nem submettendo-se passivamente as arbitrariedades dos........
Não obstante isto, porém é .................. um espírito ordeiro, cheio de fervoroso respeito aos preceitos legais, conciliador por principio e habito, acalmando todas as dês................... que lhe são affectas, não comprehendendo nem conformando-se com desavença entre amigos, quando trabalham para a ....................... do mesmo fim.
Não será pois este illustre cidadão, sob o influxo de tais, sentimentos, incontestes, quem na direcção suprema desse movimento de reivindicação dos direitos dos acreanos dará......... ao degladio entre irmãos, engrecendo os louros da conquista passada, onde estrangeiros invasores foram acolhidos e tratados com carinhos de irmãos.
S. S. é con...dador comprehender a responsabilidade de sua investidura, avalia de relance a gravidade da situação, verifica a intransigência dos acreanos em não supportarem por mais tempo o actual estado de cousas, convoca então os seus amigos, que representam a quase totalidade dos habitantes do Acre......... assentada geral, fica deliberado fazer-se uma representação escripta circunstanciada e bem fundamentada ao Governo da Republica expondo a situação dos acreanos e solicitando providencias que nos viessem tirar de tal marasmo.
Tal mensagem foi levada ao Rio de Janeiro por uma commissão especial de acreanos .................; que d’aqui partiram ainda em dias de Maio, cobertos de applausos pelos seus compatriotas e estuantes de enthusiasmo e esperanças pela justiça de causa que iam defender.
Quem assim precede não quer lucta, nem pensa em derramamento de sangue.
Os acreanos, salvo inopinada e effervecente resolução, provocada por imprevista situação, não sahirão jamais da dignidade de sua attitude pacifica e de exemplificador.....................
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ACTUALIDADE
A Autonomia do Acre
Não somos, nem podemos ser radicalmente contrários a projectada autonomia do Acre. Essa aspiração legitima por um governo seu, onde exerçam as principaes posições administrativas os representantes das massas populares alli domicilliadas obedecendo a um conjuncto de disposições legaes, por elles creadas em face das
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