quarta-feira, 11 de março de 2009

Mosaico do desmatamento no Estado do Acre em 1985.

por: Tatiana Mora Kuplich Letícia Palazzi Perez Dalton de Morisson Valeriano Rita de Cassya Almeida Sousa Cristhiane dos Santos Xavier Marisa da Motta Denise Maria Paes Guisard
As origens do desmatamento no Estado do Acre estão intimamente associadas à exploração da borracha e à conseqüente ocupação territorial por populações não-indígenas a partir da segunda metade do século XIX. A expansão e a retração do ciclo da borracha podem ser situadas entre os anos 1870 e 1912, com um surto menor de exploração na época da Segunda Guerra Mundial. Estas fases do ciclo da borracha ocasionaram migrações aos seringais do Acre, mas também o êxodo para as cidades acreanas (ZEE, 2000).
A ocupação territorial no Acre ocorreu de maneira mais intensa a partir da década de 1960, quando, seguindo políticas governamentais, grupos empresariais do sul do Brasil compraram terras, incluindo seringais, e formaram grandes latifúndios destinados à atividade agropecuária. A partir dos anos 1970, os planos de integração nacional, ligado principalmente aos projetos de construção de rodovias na região amazônica, também ocasionaram a migração para o Acre e o incentivo à ocupação por grandes proprietários nacionais e estrangeiros que aceleraram a conversão da floresta em outros usos, notadamente pastagens (ZEE, 2000).
Cita-se ainda os Projetos de Assentamento (Dirigido ou Rápido – PAD ou PAR) que promoveram a colonização de lotes destinados à pequena propriedade agrícola. Para o Estado do Acre, de 1976 a 1982, cinco PAD foram implantados, assentando em torno de 10 mil famílias, sem, no entanto, nenhuma preocupação social ou ambiental (Luchiari, 1986 e Lorena, 2001). O presente trabalho descreve a metodologia utilizada para mapear o desmatamento – na forma de solo descoberto e cobertura florestal sujeita ao corte raso no Estado do Acre para o ano de 1985.
A metodologia utilizada está baseada no PRODES (Projeto de Estimativa do Desmatamento Bruto da Amazônia) digital, que, desde 1997, apóia-se em técnicas automáticas e manuais de interpretação de imagens Landsat/TM (Thematic Mapper) para mapear o desmatamento na Amazônia Legal Brasileira. Os métodos e resultados apresentados aqui fazem parte do Convênio Acre, assinada pelo INPE e Governo do Acre (por meio da Secretaria do Meio Ambiente) em março de 2004, objetivando, entre outras, a construção de uma base digital de dados que ajude a contar a história da ocupação territorial e controlar o desmatamento no Estado.
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