por:
Tatiana Mora Kuplich
Letícia Palazzi Perez
Dalton de Morisson Valeriano
Rita de Cassya Almeida Sousa
Cristhiane dos Santos Xavier
Marisa da Motta
Denise Maria Paes Guisard
As origens do desmatamento no Estado do Acre estão intimamente associadas à exploração da
borracha e à conseqüente ocupação territorial por populações não-indígenas a partir da
segunda metade do século XIX. A expansão e a retração do ciclo da borracha podem ser
situadas entre os anos 1870 e 1912, com um surto menor de exploração na época da Segunda
Guerra Mundial. Estas fases do ciclo da borracha ocasionaram migrações aos seringais do
Acre, mas também o êxodo para as cidades acreanas (ZEE, 2000).
A ocupação territorial no Acre ocorreu de maneira mais intensa a partir da década de
1960, quando, seguindo políticas governamentais, grupos empresariais do sul do Brasil
compraram terras, incluindo seringais, e formaram grandes latifúndios destinados à atividade
agropecuária. A partir dos anos 1970, os planos de integração nacional, ligado principalmente
aos projetos de construção de rodovias na região amazônica, também ocasionaram a migração
para o Acre e o incentivo à ocupação por grandes proprietários nacionais e estrangeiros que
aceleraram a conversão da floresta em outros usos, notadamente pastagens (ZEE, 2000).
Cita-se ainda os Projetos de Assentamento (Dirigido ou Rápido – PAD ou PAR) que promoveram
a colonização de lotes destinados à pequena propriedade agrícola. Para o Estado do Acre, de
1976 a 1982, cinco PAD foram implantados, assentando em torno de 10 mil famílias, sem, no
entanto, nenhuma preocupação social ou ambiental (Luchiari, 1986 e Lorena, 2001).
O presente trabalho descreve a metodologia utilizada para mapear o desmatamento – na
forma de solo descoberto e cobertura florestal sujeita ao corte raso no Estado do Acre para o
ano de 1985.
A metodologia utilizada está baseada no PRODES (Projeto de Estimativa do
Desmatamento Bruto da Amazônia) digital, que, desde 1997, apóia-se em técnicas
automáticas e manuais de interpretação de imagens Landsat/TM (Thematic Mapper) para
mapear o desmatamento na Amazônia Legal Brasileira. Os métodos e resultados apresentados
aqui fazem parte do Convênio Acre, assinada pelo INPE e Governo do Acre (por meio da
Secretaria do Meio Ambiente) em março de 2004, objetivando, entre outras, a construção de
uma base digital de dados que ajude a contar a história da ocupação territorial e controlar o
desmatamento no Estado.
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