♦ HIPÓTESE: em todas as sociedades, a produção de discurso é regulada, selecionada, organizada e redistribuída a fim de conjurar seus poderes e perigos.
“Mas, o que há, enfim, de tão perigoso no fato de as pessoas falarem e de seus discursos proliferarem indefinidamente? Onde, afinal, está o perigo?” p. 8
“Suponho que em toda sociedade a produção do discurso é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e redistribuída por números de procedimentos que tem por função conjurar seus poderes e perigos, dominar o seu acontecimento aleatório, esquivar sua pesada e temível materialidade” p. 8-9.
Procedimento de exclusão (controle exterior do discurso): interdição (palavra proibida). “Sabe-se bem que não se tem o direito de dizer tudo, que não se pode falar de tudo em qualquer circunstância...” p. 9.
“... as interdições que o atingem (o discurso) revelam logo, rapidamente, sua ligação com o desejo e com o poder” p. 10
- 3° sistema de Exclusão: oposição do verdadeiro e do falso “Vontade de Verdade”.
- 3° sistema de Exclusão: oposição do verdadeiro e do falso “Vontade de Verdade”.
“Essa vontade de verdade assim apoiada sobre um suporte e uma distribuição institucional tende a exercer sobre os outros discursos uma espécie de pressão e como que um poder de coerção”. P. 18.
“...na vontade de verdade, na vontade de dizer esse discurso verdadeiro, o que está em jogo, senão o desejo e o poder?” p. 20
“Só aparece aos nossos olhos uma verdade que seria riqueza, fecundidade, força doce e insidiosamente universal”, p. 20.
- Controle Interno do Discurso (ele mesmo exerce seu próprio controle – classificando, ordenando, distribuindo).
- Comentário: “muitos textos maiores se confundem e desaparecem e, por vezes, comentários vêm tomar o primeiro lugar” (p. 23). “...o comentário não tem outro papel, sejam quais forem as técnicas empregadas, o de dizer o que estava articulado silenciosamente no texto primeiro” p. 25. (rarefação do discurso).
Outro controle do discurso que está ligado às condições de seu funcionamento: “de impor aos indivíduos que os pronunciam certo número de regras e assim de não permitir que todo mundo tenha acesso a eles... ninguém entrará na ordem do discurso se não satisfizer a certas exigências ou se não for, de início, qualificado para faze-lo”. P. 37
“o ritual define a qualificação que devem possuir os indivíduos que falam”. P. 39.
“Os discursos devem ser tratados como práticas descontínuas, que se cruzam por vezes, mas também se ignoram ou se excluem”p. 52
Descontínuo: “trata-se de cortes que rompem o instante e dispersam o sujeito em uma pluralidade de posições e de funções possíveis”. P. 58
“A análise do discurso, assim entendida, não desvenda a universalidade de um sentido; ela mostra à luz do dia o jogo da rarefação imposta, com um poder fundamental de afirmação”. P. 70.
Por: Eduardo Carneiro.
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