terça-feira, 27 de novembro de 2007

Brevíssima História da Origem do Estado Acre (III)

Por: Abnael Machado (nov/2007) Fonte:http://www.gentedeopiniao.com.br/ler_coluna.php?codigo=26910&colunista=3 BOLIVIAN SYNDICATE O Ministro Felix Avelino Aramayo cônsul da Bolívia em Londres, o presidente da república general Pando e o ministro plenipotenciário Fernando Guachalle, junto ao governo dos Estados Unidos/USA, concluíram que não havia possibilidade da Bolívia manter a posse do Acre sem auxilio político e financeiro das potências estrangeiras. O general Pando autorizou ao ministro Felix Avelino Aramayo a proceder as negociações de arrendamento do Acre a um sindicato internacional. Este manteve contato com empresários belgas e Alemães ambos recusaram em aceitar a proposta. Dirigiu-se a empresários ingleses, os quais aceitaram associando-se aos norte-americanos de Nova Iorque fundando a empresa financeira Bolivian Syndicate, em 14 de julho de 1901, formado com o capital de quinhentas mil libras esterlinas. O contrato, assinado por Aramayo e o presidente do sindicato, concedia a empresa o direito de, por um período de trinta anos, administrar e explorar as riquezas naturais do Acre, cobrar impostos, renda e tarifas alfandegárias, navegar livremente por todos os rios da área sob sua jurisdição, a manter forças armadas terrestres e navais, usufruir 40% dos lucros obtidos. Obrigava-se a repassar à Bolívia 60% dos lucros, construir canal ou estrada de ferro unindo o rio Acre aos rios Ortón e Madre de Dios, nomear um delegado com residência no Acre. O contrato foi aprovado pelo parlamento boliviano, sob protestos do governo do Peru e do Brasil, considerando o perigo que tal empresa a serviço do capitalismo e do imperialismo colonialista europeu e norte-americano representavam para a integridade e para a soberania dos estados sul-americanos a exemplo do que estava ocorrendo na áfrica, Ásia e Oceania pela atuação dos Chartered Company submetendo seus estados independentes e seus povos a condições de domínios coloniais europeus e norte-americanos. Os acreanos ao tomarem conhecimento do acordo Bolívia/Sindicato, decidiram a retornar estabelecer a República do Estado Independente do Acre, e a luta armada não permitindo a tomada de posse e a instalação do Sindicato em territórios acreanos e desses expulsar definitivamente os administradores e tropas militares bolivianas. Os lideres da conspiração contataram em Manaus/AM, com o ex-major do exercito José Plácido de Castro, agora civil exercendo as atividades de agrimensor no Acre, convidando-o a assumir o comando em chefe da revolução acreana. Quem era José Plácido de Castro? Era gaúcho de São Gabriel/RS filho, neto e bisneto de militares. Seu pai foi um dos comandantes de tropa na Batalha de Tuiuti, na guerra do Paraguai. Ficou órfão muito jovem, assumindo a responsabilidade de sustentar sua mãe e cinco irmãos menores. Foi comerciário numa loja de armarinhos em São Gabriel, aprendiz do oficio de relojoeiro em Bagé. Assentou praça no 1o Regimento de Artilharia de Campanha, como cadete. Posteriormente matriculou-se na escola Tática de Rio Pardo. Retornou ao 1o. Regimento de Artilharia no posto de 2o sargento. Em seguida transferiu-se para Porto Alegre ingressando na Escola Militar, quando a cursava ocorreu a revolta da armada contra o governo do presidente da república, Floriano Peixoto. Os seus oficiais, alunos e soldados ofereceram-se o defenderem pedindo-lhe por intermédio de um manifesto, a permissão de se juntarem as tropas regulares, ao qual o cadete Plácido de Castro se recusou a assinar. Chegada a Porto Alegre a ordem de engajamento a Escola foi fechada e o recusante transferido na condição de prisioneiro para um Corpo de Transporte em Bagé, deste desertando passando-se para as tropas revolucionarias federalista (maragatos) sob o comando do general Joca Tavares, em campanha no Rio Grande do Sul contra as tropas do exército regular e as castilhistas aliadas do presidente Floriano Peixoto, lideradas por Júlio de Castilho, adversário político de Gaspar da Silveira Martins, líder federalista. Plácido de Castro combateu durante dois anos, chegando ao posto de Major em 1895, quando foi assinada a paz de Pelotas/RS. Apresentou-se ao Distrito Militar, porem recusou a anistia concedida aos combatentes federalistas e o direito de se integrarem as forças armadas mantendo os seus postos militares. Exonerou-se do exercito nacional, mudando-se em 1896 para o Rio de Janeiro/RJ aonde conseguiu emprego de guarda de 2a classe no colégio militar, sendo após um ano, promovido para o corpo de inspetor de alunos exercendo-o por doze meses, solicitando exoneração, mudou-se para São Paulo empregando-se nas Docas de Santos em 1898. Os seus amigos gaúchos engenheiros Orlando Lopes e Gentil Noberto residentes em Manaus e no Acre, o convidaram a se mudar para o Amazonas, aonde poderia conseguir vantajosas empreitas de demarcações, havendo trabalho sem falta nos seringais. O ex-major chegou a Manaus em 1899 acertando na qualidade de agrimensor uma empreitada de demarcação de um seringal no rio Purus, hospedou-se no barracão do seringal Boca do Paivini de propriedade da senhora Quitéria Sobreiro. Viajou a Manaus/AM e a Fortaleza/CE em busca de tratamento médico por haver acidentalmente, envenenado-se com o vegetal açacu. De retorno a Manaus, foi procurado por Rodrigo de Carvalho, Jose Galdino Assis Marinho e Joaquim Alves Maia os quais o propuseram assumir o comando da rebelião acreana visando impedir a instalação do Bolivian Syndicate e a expulsão definitiva dos bolivianos. P ediu três dias de prazo para responder. Quando os três retornaram, expôs aceitar o encargo sob as seguintes condições. Não ser permitido a interferência do governador do estado do Amazonas Silvério Neri, no movimento revolucionário., Ser constituída uma Junta Revolucionária a ser dissolvida ao serem iniciadas as operações de guerra. Centralizar na pessoa do comandante em chefe, todos os poderes civis e militares., Ser fuzilado quem faltasse aos deveres impostos pela campanha ou aos compromissos assumidos., Caso não aceite integralmente as condições, não aceitaria o encargo. Os lideres revolucionários aceitaram sem nenhuma objeção as condições impostas por Plácido de Castro. Após os fracassos das expedições de astrônomos portugueses no século XVII e as do século XIX de Tefé-Blake em 1874, de Soares Pinto Paz Soldan em 1876 e de Cunha Gomes Lopes de Neto de 1897 de localizarem as nascentes do rio Javari, finalmente a expedição mista boliviana/brasileira chefiada pelo cientista brasileiro Luis Cruls e pelo boliviano Don Adolfo Bollivian, realizada em cumprimento ao Protocolo de 30 de Outubro de 1899, firmado entre o Brasil e a Bolívia, incumbida de descobrir a verdadeira nascente do rio Javari e suas respectivas coordenadas geográficas, a localizaram no dia 28 de agosto de 1901, sendo a cabeceira do rio Jaquirana, seu formador, na posição geodésica de 7º 6´66´´3 e não 10º e 20´ como era pretendido, ficando confirmado pertencerem a Bolívia os territórios do Alto Purus, Iaco e Acre. Ruía assim a expectativa de posse desses espaços pelo Brasil. Os amazonenses e os acreanos se os quisessem tornar brasileiros, teriam de fazê-lo por conta própria. Don Lino Romero o novo Delegado Nacional das Colônias, acompanhado de numerosa comitiva, chegou a Puerto Alonso em 03 de abril de 1902, com a incumbência de executar um programa traçado pelo alto escalão governamental, constando em síntese, extinguir definitivamente o movimento revolucionário acreano; imprimir eficácia e observância às leis bolivianas por todos habitantes do Acre e preparar a transferência da administração fiscal do Acre ao Bolivian Syndicate. O Delegado expediu decretos elevando os impostos sobre os produtos importados e exportados, criando o imposto de capitação pago em valor monetário ou por intermédio de dois dias de trabalhos públicos e estabelecendo o prazo improrrogável de seis meses para que fosse feito o registro dos seringais, devidamente demarcados. Que esgotado esse prazo, as propriedades seriam declaradas terras devolutas de domínio da Bolívia, esse ultimo decreto tinha por objetivo favorecer a Sociedad Gomera Boliviana a adquirir terras devolutas (os seringais espoliados) e revende-las com elevados lucros ao Boliviano Syndicate. Medidas ditatoriais que inquietavam e aumentavam a disposição de reação armada dos brasileiros. Dom Lino mudou a denominação de Puerto Alonso para Puerto Acre. Enquanto esses fatos ocorriam Plácido de Castro mediante a concordância de suas imposições, seguiu para o Acre no mês de abril de 1902, no vapor Tamanduá subindo o rio Purus, em Caquetá manteve entendimento com Rodrigo de Carvalho acertando o inicio da rebelião no dia 14 de julho. Prosseguindo viagem, manteve conversação com Joaquim Vitor, no seringal Bom Destino sobre o mesmo assunto, seguindo para o seringal Vitória, de José Galdino, nesse permanecendo para concluir a sua demarcação. Porem aliava atividades profissionais, as de contactar com empresários de maiores destaques, quanto a possibilidade de apoiaram a revolução. Em Xapuri agora denominada Mariscal Sucre, as pessoas de projeção social se mostraram arredias e discordantes do projeto de emancipação. Conviviam em paz com o intendente Juan de Dios Barrientos, governador de Xapuri, muitas das quais faziam parte do conselho municipal, entre estas Antonio Antunes Alencar, Vitorino Maia, Antonio Vieira de Souza, João Evencio Gonzaga da Igreja e Francisco Teixeira de Magalhães. Argumentavam que era extraída muita borracha, circulava bastante dinheiro, o comércio e vilas prosperavam, assim sendo, não havia motivo para perturbar essa ordem socioeconômica. Plácido de Castro desanimado em conseguir adesão aos seus planos de guerra, retornou ao seringal Vitória retornando ao seu trabalho, abatido por constatar que a maioria dos habitantes não acreditava no êxito da revolução proposta. Porém um fato novo o favoreceu. No inicio do mês de junho chegaram a Xapuri os jornais de Manaus contendo na integra a copia do contrato do Boliviam Syndicate, Paiva de Melo exibindo os jornais na sessão do conselho, conclamou os conselheiros municipais a renunciarem seus cargos em sinal de protesto, em nome da dignidade da pátria, ferida pelo arrendamento do Acre aos anglo-americanos. Os conselheiros imediatamente apresentaram suas renuncias ao intendente boliviano e se comprometerem apoiar a revolução. Paiva de melo seguiu para o seringal Vitória levando para Plácido de Castro os jornais e noticia de adesão dos cidadãos de Xapuri ao seu projeto revolucionário. Porém Plácido de Castro se encontrava no interior do seringal, recebendo a correspondência de Paiva somente do dia 23 de junho. Neste mesmo dia dirigiu-se para a margem do rio Acre descendo com destino ao seringal Bom Jardim. No percurso em cada seringal conclama seus proprietários a apoiarem a luta armada de libertação do Acre ameaçado agora de transformar-se em domínio colonial do capital internacional pior do que o boliviano, por criar perigosas ameaças a soberania e ao patrimônio dos povos da Amazônia brasileira, peruana e boliviana, e em geral ao Brasil forçando-o a permitir a navegação internacional nos rios amazônicos. Chegando a Bom Destino se entendeu com Joaquim Vitor, seguindo os dois por terra para Caquetá, aonde se realizaria a reunião geral que marcaria o inicio da revolução. A esta compareceram Domingos Leitão, Domingos Carneiro, Rodrigo de Carvalho, Hipólito Moreira, André Avelino Albuquerque Arco-Verde, o tenente Antonio Alves de Carvalho e outros proprietários de seringais e comerciantes. Na reunião foram resolvidas importantes questões políticas e determinadas as diretrizes da campanha e constituída a Junta Revolucionaria formada por Joaquim Vitor da Silva, José Galdino de Assis Marinho e Rodrigo de Carvalho, sendo Plácido de Castro aclamado comandante-chefe das operações militares e definido que ao se iniciarem as operações bélicas, todos os poderes ficariam concentrados no comandante–chefe, que quem se insurgisse ao regime de disciplina e obediência seria sumariamente fuzilado, que a data para eclosão da revolução seria 6 de agosto em Xapuri, no alto Acre. Concluídos os acordos e registrados em ata por todos assinada, Plácido de Castro e Rodrigo de Carvalho seguiram para o povoado Boca do Acre a fim de comprarem armas, munições, alimentos e saberem noticias de Manaus pelas embarcações em transito no rio Purus, sendo informados que Gentil Noberto estava subindo esse rio com armamentos e um pelotão de soldados da força policial do Amazonas, enviado pelo governador Silvério Néri, para guarnecer o posto fiscal de Caquetá. Os dois desceram o rio Purus ao encontro de Gentil Noberto. Este inicialmente disse não reconhecer a Junta e nem suas deliberações, que não entregaria a essa o armamento em seu poder por esse lhe haver sido dado por seu amigo governador, o qual lhe dera instruções e a incumbência de dirigir a rebelião. Após muito dialogo Rodrigo conseguiu convencer Gentil a aderir e a concordar com todas as iniciativas e planos para a luta armada. Plácido de Castro regressou a Caquetá e daí em canoa por ele só conduzida, subiu o rio Acre estacionando em Puerto Acre com o objetivo de conhecer a sua topografia, as suas defesas e os seus recursos humanos. Foi recebido por Dom Lino Romero que disse ser agrimensor e que tinha vindo à delegação a fim de obter licença das autoridades e o devido passaporte lhe permitindo o trânsito e o desempenho se sua profissão em território boliviano no Acre. Dom Lino contra a vontade de Moisés Santivañez, expediu os documentos pleiteados. Plácido de Castro prosseguiu viagem com destino a Xapuri, parando nos seringais para requerer de seus proprietários o cumprimento do acordo estabelecido na reunião em Caquetá, quanto ao recrutamento de homens, fornecimento de mantimentos e ajuda financeira. Dia 4 de agosto com alguns companheiros, altas horas, noites cautelosamente a fim de não serem notados ultrapassaram a Vila de Xapuri. Plácido de Castro mandou um dos seus acompanhantes seguir por terra para o seringal Vitória, avisar a José Galdino da sua próxima chegada, e lhe pedia que reunisse pessoal para a tomada de Xapuri. Chegaram ao seringal às 9 horas da manhã do dia 5, José Galdino havia conseguido reunir trinta e três seringueiros. Na noite desse dia, todos embarcaram em companhia de Plácido de Castro e do filho de Galdino, rumo a Xapuri, chegando na madrugada do dia 6 desembarcando para deflagrarem o ataque em três frentes – As casas de Alfredo Peres, a de Augusto Maria da Rocha Neves e a Intendência, na qual residia o intendente Dom Juan de Dios Barrientos. A operação ocorreu conforme programaram, sem o disparo de um tiro foram ocupados os locais pré-determinados e presos seus ocupantes. Ao amanhecer de 6 de agosto, dia da independência da Bolívia, em vez dos festejos programados, Xapuri encontrava-se em poder dos Revolucionários. O povo saiu à rua para se inteirar da ocorrência e conhecer o líder do levante. Plácido de castro convocou uma Assembléia popular e reuniu-se a 2 horas da tarde do dia 7, grande numero de pessoas compareceu ao local da reunião, Plácido de Castro fez uma exposição sobre motivos e os objetivos da revolução em especial o de impedir a posse do Acre, pelo Bolivian Syndicate um consorcio de capitalistas internacionais, aos quais o governo boliviano arrendou os territórios do alto Purus, do Iaco e do Acre, sujeitando seus habitantes ao domínio de aventureiros estrangeiros, na condição de escravos, despojados dos seus bens e propriedades conquistados com ingentes trabalhos e sacrifícios. Foi lavrada a ata da sessão, validada por quarenta e uma assinaturas, registrando e aprovando a proclamação do Estado Independente do Acre. Cópias da ata foram remetidas aos seringais e ao governador boliviano de Puerto Acre. Plácido de Castro requer dos empresários o recrutamento de homens para a formação do exército revolucionário. Dentro de uma semana, reuniu em Xapuri, 150 futuros soldados os quais passaram a receber adestramentos militares. A operação de tomada de Xapuri foi concluída com a determinação as autoridades bolivianas, o intendente Juan de Dios Barrientos, o advogado Jose Gutierrez, os comissários de policia Rodolfo Alarcon, Antonio Nicolly e alem desses, os soldados e funcionários, civis se retirarem por terra ate o rio Iaco daí embarcando seguindo para Manaus. Em 20 de agosto Plácido de Castro lança um manifesto a Cláudio Farfan e aos demais cidadãos bolivianos residentes no Alto Acre conclamando-os a apoiarem o recém estabelecido Estado do Acre na luta para impedir o estabelecimento do Bolivian Syndicate. Neste manifesto declara guerra sem trégua a Nicolas Suares & Cia. Ao tomar conhecimento dos termos do manifesto de Plácido de Castro, Cláudio Farfa, Juan Mendieta, Moises Artgas e outros bolivianos resolveram se retirar das margens do rio Acre, indo para os seringais Buenos Aires e Porvenir no rio Tauamanu, organizando um comitê Directivo sob a presidência de Nicolas Suarez empresário presidente da empresa R. Suarez & Cia, sediada em Belém no Para com agencias em Londres e Nova York e matriz em Cachuela Esperanza no rio Beni (Suarez e Hermanos), proprietária dos seringais do rio Acre dos quais Farfan era gerente. O comitê tinha por fim agregar homens, materiais, mantimentos, armas e munições, constituir um pelotão para combater os acreanos. Organizado esse, foi denominado Coluna Porvenir composta por oitenta combatentes. Em quanto isso o comando acreano de Xapuri enviava para o rio Acre uma pequena tropa sob o comando de Manuel Nunes e Candido Tavares em operações de conquistas planejadas por Plácido de Castro. Os expedicionários no dia 25 de agosto ocuparam o barracão abandonado do seringal Baia, prosseguiram até Santa Cruz, aonde ocorreu o primeiro combate dessa nova fase da revolução acreana. O gerente do seringal Gonçalo Moreno se opôs a invasão, porem sendo ferido abandonou o campo de luta, e seus comandados se internaram na floresta recolhendo-se em Porvenir. O comando geral das tropas e as operações no alto Acre ficaram sob a direção de José Galdino em Xapuri. Plácido de Castro desceu o rio a fim de se encontrar com os revolucionários do baixo Acre e recrutar mais homens para a formação de seu exercito. Ao chegar em Caquetá foi cientificado das prisões de Joaquim Vitor proprietário do seringal Bom Destino, de Pergentino Ferreira do seringal Bagé e mais todas pessoas de destaque e muitas outras temerosas de serem presas haviam se refugiado em território do estado do Amazonas. Que Dom Lino havia expedido decreto estabelecendo estado de sitio nos territórios bolivianos do Acre e do Madre de Dios. Para completar a situação adversa, o engenheiro Gentil Noberto vindo de Manaus trazendo 120 rifles, munições e viveres, se dizia encarregado do governador do estado do Amazonas a comandar a guerra do Acre. Vivia em discussões e troca de insultos com Rodrigo de Carvalho, obrigando a adverti-lo ser ele o comandante–chefe e que se fizesse necessário para assegurar o êxito da revolução, não vacilaria em prendê-lo e ate mesmo condená-lo ao fuzilamento. Reuniu o estado maior da revolução com a participação de Joaquim Vitor libertado pelos bolivianos sob o compromisso de não participar da insurreição acreana. Ficando decidida a mobilização de todo pessoal do baixo Acre e seu adestramento militar no seringal liberdade, acantonar cinqüenta combatentes no seringal Bom Destino sendo fixado os pontos principais da campanha. Plácido de Castro retira-se de Caquetá indo para os seringais Bom Destino e Bagaço para recrutar homens desses locais e os adestrar para guerra. Uma patrulha do destacamento de Liberdade detectou uma coluna do exercito boliviano, vindo de Abunã guiada por Antonio Português (acreano), se encontrava no barracão Missão deslocando-se para ocupar Volta da Empresa. Esta informação recebida no dia 17 de setembro de 1902, Plácido de Castro organizou um grupo de 63 combatentes e sai do seringal Empresa à zero hora, o qual fica uma hora de marcha por terra de Volta da Empresa, e alcançando às cinco horas da manhã, pretendia compensar a inferioridade numérica com a emboscada e o ataque de surpresa a tropa adversária comandada pelo coronel Rosendo Rojas. Porém ele foi surpreendido pela descarga de armas bolivianas atingindo-os frontalmente, em campo aberto ao chegarem em Volta da Empresa, resistiram e revidaram o tiroteio inimigo. Acabando a munição foram obrigados a recuar o fazendo em ordem, recolhendo vinte e dois mortos e dez feridos, Os bolivianos contabilizaram dez mortos e oito feridos. Plácido de Castro de volta ao seringal Empresa organiza o contra-ataque. O coronel Rosendo despacha um mensageiro para Puerto Acre comunicando ao Delegado Nacional a vitória obtida e solicitando o envio de armas e munições a fim de aniquilar o inimigo. Manda cavar trincheiras em frente a Volta da Empresa e despacha patrulhas para acompanhar a movimentação dos acreanos. Dom Lino Romero antes de receber a comunicação do coronel Rosendo, preocupado com a movimentação bélica no seringal Bom Destino, resolveu ordenar um ataque ao barracão Telheiro e averiguar a quantidade de pessoas existentes em Bom Destino, caso fossem poucas, atacar de surpresa tomar o reduto e conduzir os prisioneiros para Puerto Acre. O coronel Ibanez comandante da expedição saiu de Puerto Acre, alta madrugada desembarcando em Telheiro ao amanhecer, cercando o barracão iniciando o tiroteio o qual não durou mais que quinze minutos, resultando na prisão de sete combatentes, na fuga de seis e na morte de três todos brasileiros. Com êxito dessa operação Dom Lino resolveu organizar outra operação composta por cem soldados comandados pelo coronel Conseco para tomar Bom Destino. Os expedicionários seguiram embarcados em sete batelões, ao amanhecer desembarcaram em Telheiro abandonado prosseguindo para Bom Destino, antes de chegarem à orla da floresta foram surpreendidos por um sentinela disparando sua arma. Os acreanos sob o comando do coronel Ladislau Ferreira da Silva, entrincheirados em posição favorável, iniciaram a fuzilaria sobre os soldados bolivianos em campo aberto. Com cinco soldados feridos, um tenente e um sargento mortos, recuaram para Telheiro e deste para Puerto Acre. Plácido de Castro desceu o rio recrutando pessoal concentrando seus combatentes no seringal Bagaço e enviando mensageiros a Xapuri solicitando o envio de tropa. Do Riozinho chegou o coronel Antunes Maciel acompanhado de cem homens armados. Juntamente com este e o coronel Alexandrino estabeleceu o plano de combate e suas estratégias fixando o inicio da ofensiva contra Volta da Empresa, no dia 5 de outubro. As tropas acreanas foram concentradas em dois flancos de Volta da Empresa. Na parte de cima do rio no seringal Empresa e na parte de baixo no seringal Panorama. A campanha ia se desenvolver em três frentes de lutas, no alto Acre, no baixo Acre e no Tauamanu. Dia 5 de outubro como havia sido definido as tropas acreanas iniciaram o ataque as posições bolivianas de Volta da Empresa estrategicamente bem fortificadas com trincheiras e proteção de cerca de arame farpado o assedio ao reduto se prolongou até o dia 14 de outubro quando o coronel Rosendo Rojas aceitou o armistício proposto por Plácido de Castro, depuseram as armas. Sendo redigido em português e espanhol, em documento dispondo as condições da rendição – garantia de vida para o comandante, seus oficiais e soldados, concessão de liberdade a todos os prisioneiros, concessão de licença aos indígenas e soldados casados a retornarem com suas mulheres e filhos a Bolívia via rio Madre de Dios, conduzidos por seus comandantes, ao coronel Rosendo demais oficiais e praças seguirem livremente para a Bolívia, por Manaus/AM, concessão de assistência aos feridos e quando sarados, permissão a retornarem a Bolívia. No dia 9 de setembro (1902) a Coluna Porvenir comandada por Dom Nicolas Suarez atacou o destacamento acreano de uns cem militares comandados por Manuel Nunes, no seringal Baia, o qual no meio do combate fugiu para Xapuri deixando abandonados seus comandados, dos quais pereceram 53 em luta, 13 foram aprisionados dos quais sete feridos, foram fuzilados. O barracão do seringal incendiado, os bolivianos regressaram para Porvenir. Por Falta de comunicação o comando geral dos acreanos ficou sem saber dessa ocorrência. Ocupara Volta da Empresa determinou que parte da tropa sob o comando do coronel Alexandrino subisse o rio e estacionasse em Capatará, enquanto ele com uma tropa de 60 soldados desceriam o rio conduzindo os prisioneiros ate Caquetá sede da Junta Revolucionária, o que foi feito. E dai os enviados para a Bolívia via o consulado em Manaus, como acordado no armistício. Plácido de Castro acompanhado por Jose Galdino seguiu rio acima ate Capatará. Galdino foi para Xapuri e Plácido de Castro sabendo que tropas bolivianas encontravam-se em Abunã para retornar a Xapuri, resolveu atacá-la seguindo com sua tropa de 400 soldados atravessando a floresta que medeia os rios Acre e Iquiri, estacionando nesse último no dia quatro de novembro permanecendo ate o dia quinze quando iniciaram o deslocamento em direção ao barracão Bela Vista no rio Abunã, onde chegaram no dia dezessete iniciando na manhã seguinte a travessia do rio e o ataque as posições bolivianas, combate que durou cinco horas seguidas com a derrota da tropa adversária dispersando-se na floresta. Os acreanos incendiaram casas e trincheiras arrasando Bela Vista. Depois de um descanso, Plácido de Castro ao amanhecer do dia vinte, frente a sua tropa iniciou o deslocamento para atacar Palestina no rio Ortón. Porém atendendo as ponderações dos seus oficiais quanto a distância que se encontravam das bases de abastecimento do rio Acre, correndo o risco de um desastre por falta de munição e viveres alimentares, aquiesceu as ponderações, desistindo de atacar Palestina. Mesmo porque havia alcançado o seu objetivo principal afastar o perigo da retomada do alto e médio Acre pelos bolivianos. Retornou Vitorioso a Xapuri. Após cento e oito dias de campanha os acreanos dominavam quase todo vale do Acre restando em posse dos bolivianos apenas Puerto Alonso, totalmente cercado sem condições de ser socorrido. Plácido de Castro após a vitoriosa campanha derrotando as tropas bolivianas no vale do rio Abunã (igarapé Baia e Santa Rosa) deslocou-se em revista aos combatentes concentrados em Iquiri, Capatará, Soledade e Xapuri certificando-se da solidez dessa posição no alto Acre, garantindo sua retaguarda quando investisse contra Puerto Alonso. Para melhor se resguardar resolveu atacar os bolivianos concentrados no seringal Costa Rica, no rio Tauamanu. Com 300 soldados seguiu para esse reduto, em meio caminho foi surpreendido por uma emboscada inimiga, vencendo-a, prosseguiu destruindo Costa Rica, incendiando suas instalações e desbaratando os adversários, em apenas trinta minutos de combate. No dia seguinte 10 de dezembro, retornou a Xapuri, seguindo para Caquetá onde nos primeiros dias do mês de janeiro reuniu-se com a Junta Revolucionária acertando os últimos detalhes para a tomada de Puerto Alonso. No dia 9 reunia-se com os comandantes dos navios mercantes que pretendiam subir o rio Acre, determinando que permanecessem estacionados em Caquetá. Plácido de Castro contava com mil combatentes distribuídos em três batalhões – o Independência comandado pelo coronel Jose Brandão, o Acreano comandado pelo coronel Jose Antonio Duarte e o franco atiradores comandado pelo coronel Antunes Alencar, substituído durante o embate, pelo coronel Hipólito Moreira. Em Puerto Alonso Dom Lino Romero tinha – o 3o. batalhão Cochabamba e Coluna 6 de Agosto composta por combatentes civis distribuídos em trincheiras protegidos por guaritas, um fortim e os acidentes do terreno. Dia 14 emissários de Plácido de Castro portando bandeira branca, foram recebidos no porto boliviano, por Dom Lino, entregando-lhe um ofício pelo qual era comunicado o inicio do combate dia 15 de janeiro de 1903, e reiterado a proposta de um hospital de sangue comum instalado numa zona neutra em Caquetá. Às nove horas da manha do dia 15 os acreanos deram inicio a fuzilaria respondida pelos bolivianos desencadeou-se um tiroteio tão intenso, que em pouco tempo a vanguarda acreana estava muito perto das trincheiras do 3o. Batalhão salvas por uma repentina contra-ofensiva afastando o perigo, obrigando os acreanos a recuarem para suas trincheiras com baixa de cinqüenta mortos, entre estes os tenentes Jose Faustino, João Ferreira e Leopoldo. Plácido de Castro assume o comando do navio Independência, carregado de borracha para trocá-la por armas e munições em Caquetá, ultrapassando as defesas de Puerto Alonso, missão da qual desistiu o coronel Antunes Alencar alegando motivo de doença. Após os soldados do batalhão Franco Atiradores haverem conseguido serrar a grossa corrente estendida de uma a outra margem do rio impedindo a navegação, o Independência sob intensa fuzilaria e tiros de canhão, forçou a passagem por Puerto Alonso chegando a Caquetá. A batalha em torno do reduto boliviano prosseguia com intensa fuzilaria, os acreanos ganhando cada vez mais espaços chegando a uns oitenta metros das fortificações dos adversários. Dia 23 pela manha foi hasteada a bandeira branca no quartel general dos bolivianos. Dom Lino Romero, enviou Dom Moises Santivañez ao acampamento de Plácido de Castro propondo um armistício temporário para enterrar os mortos. Plácido de Castro recusou. Continuando a ofensiva, Na manhã do dia seguinte (24), novamente foi hasteada bandeira branca, o mesmo emissário do dia anterior trazia uma proposta de paz com uma serie de cláusulas inconvenientes, repelidas por Plácido de Castro, respondendo a Dom Lino que a paz seria estabelecida apenas com uma única condição, a garantia de vida dos bolivianos e de transporte até Manaus. O emissário retornou a seu reduto, regressando ao acampamento acreano acompanhado por Dom Lino Romero, este pediu a Plácido de Castro que escolhesse o local para a assinatura da rendição e indicou Puerto Alonso. Sendo lavrada ata contendo apenas duas clausulas – 1o. citando a entrega do porto e a praça de guerra pelo Delegado Nacional o chefe das forças revolucionarias, 2o citando obrigar-se ao chefe das forças revolucionarias a garantir a vida e a liberdade de todos cidadãos que se encontravam na guarnição, dando-lhes meios de transporte ate Manaus. Os dois chefes D. Lino Romero e Plácido de Castro a subscritaram. As tropas revolucionárias vencedoras ocuparam o Puerto Acre. A revolução iniciada 6 de agosto de 1902 em Xapuri encerrava vitoriosa esta fase, no dia 24 de janeiro de 1903. Dia 26 com desfile militar em continência ao comandante-chefe e seu estado maior, instala-se em Porto Acre a V Republica acreana, o Estado Independente do Acre tendo por presidente provisório Jose Plácido de Castro. Em fevereiro de 1903 o presidente da republica Dr. Francisco de Paula Rodrigues Alves de acordo com a nova política do chanceler Barão do Rio Branco, deslocou tropas do exercito sob o comando do general Olimpio da Silveira, para ocuparem o espaço compreendido entre a linha Cunha Gomes e o paralelo 10o.20` agora denominado Acre Setentrional considerada litigiosa. Sendo o referido general nomeado seu governador, com expressas ordens dos ministros da Guerra e das Relações Exteriores, de – manter-se dentro dos limites desse território, de que Plácido de Castro ficaria investido do cargo e funções de governador do Estado Independente do Acre (Acre Meridional), que o exercito acreano permaneceria em armas, porém em atitude defensiva. Ordens que propositalmente, o general ocultou não cientificando ao chefe revolucionário. Plácido de Castro tendo sido informado que o general Manuel Pando Presidente da Bolívia, comandando uma força expedicionária do exército, havia transposto o rio Abunã para retomar pelas armas os territórios ocupados pelos acreanos exterminar a revolução e repassa-los a posse do Bolívia Syndicate, o qual se comprometera a fazer um adiamento de alguns milhares de libras referentes ao pagamento das prestações do contrato. Plácido de Castro pessoalmente comunicou ao general que pretendia deter o avanço do exercito boliviano, não havendo o general concordado, dizendo-lhe que deveria aguardar as providências do governo brasileiro. Porém Plácido de Castro a frente de sua tropa de setecentos homens, dirigiu-se para Xapuri, convocando os batalhões que estavam estacionados em Iracema e no igarapé Baia, juntando suas forcas para atacar as tropas bolivianas constituídas pelo 1o. batalhão comandado pelo Ministro de Guerra Ismael Ponte e o 5o. batalhão comandado pelo general Pando, Presidente da Bolívia, vindos de La Paz acampando em Puerto Rico na confluência dos rios Tauamanu e Manuripe formadores do rio Orton. A vanguarda do exercito acreano a nove de abril se aproximou de Puerto Rico, trocando tiros com seus ocupantes, enquanto Plácido de Castro ocupou Gironda, local um pouco acima do Puerto Rico. No dia 21 de abril as tropas acreanas ocuparam a margem direita do rio Ortón, sob cerrada fuzilaria dos inimigos. A manobra visava o cerco do reduto. Durante cinco dias a praça de guerra foi atacada pelos acreanos, quando Plácido de Castro recebeu um oficio do General Olimpio de Magalhães comunicando-lhe que os governos do Brasil e da Bolívia haviam firmados um modos vivendi, a 21 de março mas que mantivesse as posições conquistadas. As hostilidades de ambas as partes foram cessadas. Enquanto ocorriam estes fatos nas margens do Tauamanu, o general Olimpio pratica as mais torpes traições e desmandos, tripudiando sobre o povo acreano, desagregando o exército fomentando a indisciplina, saqueando armazéns se apossando indevidamente de armas, munições e viveres, prendendo os oficiais do estado-maior do exercito acreano e confiscando a flotilha de guerra. Gerando a expedição de procalmas do general e de Plácido de Castro ao povo acreano e dissolução do exército acreano por Plácido de Castro, viajando por fim no mês de maio a Manaus a fim de prestar explicações às autoridades do país. Enquanto isso o general Olimpio se arvorava a ministro das Relações exteriores agindo com espantosa desenvoltura estabelecendo acordos com o general Pando, definindo limites fronteiriços, estabelecia relações comerciais, nomeava autoridades civis e comandantes militares. O Ministro de Guerra determinou ao general que se limitasse a cumprir as instruções do governo federal e veementemente reprovou os seus procedimentos. O general Olimpio por telegrama desaforado pediu demissão. Foi substituído pelo general Luis Antonio Medeiros, o qual vindo do Rio de Janeiro aguardou em Manaus o general Olimpio o qual chegou a esta cidade no dia 02 de setembro, transmitindo o comando do distrito militar ao general Medeiros, seguindo para o Rio de Janeiro. O coronel Rafael Augusto da Cunha Matos assumiu o Comando em Geral das Forças de Ocupação e o cargo de governador do Acre Setentrional. O coronel Plácido de Castro reassumiu o governo do Estado Independente do Acre (Acre Meridional) e o comando acreano, sendo-lhe restituído tudo que indevidamente havia sido confiscado e pago a indenização de seiscentos contos de reis, sendo reconhecido todas suas prerrogativas e seus títulos. Fotografia tirada a 18 de novembro de 1903 após a assinatura do Tratado, na residência do barão, em Petrópolis. Da esquerda para a direita: Fernando Guachalla, ministro-plenipotenciário da Bolívia; Ernesto Ferreira, oficial-de-gabinete do Barão; contra-almirante José Cândido Guilhobel, consultor-técnico do Itamarati; J.F. Assis Brasil, ministro-plenipotenciário do Brasil; Cláudio Pinilla, ministroo-plenipotenciário da Bolívia; Zacarias de Góis, oficial-de-gabinete do Barão; Chanceler Rio Branco; Domício da Gama, oficial-de-gabinete do Barão; Campos Parededa, idem; Raimundo Pecegueiro do Amaral, idem; Paula Fonseca, idem; Emílio Fernandez, secretário dos plenipotenciários bolivianos. Após exaustante trabalho diplomático, discussões, propostas e contrapropostas, chegaram a consenso os plenipotenciários da Bolívia Fernando Guachalla e Cláudio Pinilla e do Brasil Barão do Rio Branco e Assis Brasil, aprovando no dia 17 de novembro de 1903, o Tratado de Petrópolis, definindo os limites fronteiriços entre Brasil e Bolívia, solucionado em definitivo o litígio do Acre e sustando a instalação do Bolivian Syndicate instrumento do colonialismo e expansionismo europeu e norte americano, que se estabelecido no Acre, comprometia a segurança e a integridade dos países sul-americanos. Foi aprovado pelas Câmaras da Bolívia por 41 votos a favor e 11 contra, no dia 24 de dezembro de 1903, pela Câmara Federal por 118 votos a favor e 13 contra, no fim de janeiro de 1904 e pelo Senado Federal por 27 votos a favor e 4 contra, em 12 de fevereiro de 1904, ambas instituições do Poder Legislativo brasileiro. O Brasil por esse Tratado comprometeu-se a construir a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, contornando o trecho encachoeirado do baixo Mamoré e do Alto Madeira, cujo reinicio da construção ocorreu em 4 de julho de 1907, tendo o local conhecido por Porto Velho e também por Porto do Velho, como marco zero, isto é a estação inicial, dando origem ao povoado de Porto Velho, atual capital do estado de Rondônia. Escrevemos esta síntese histórica do Acre, rememorando o feito épico da Revolução Acreana, no ensejo da passagem do centenário do reinicio da construção da ferrovia Madeira Mamoré e do surgimento do povoado de Porto Velho no local a 7 km abaixo da cachoeira de Santo Antonio, na margem direita do rio Madeira até então (1907), conhecido como Porto Velho dos Militares, Porto Velho e Ponto do Velho. Os cem anos (1907 A 2007) destes dois fatos históricos de Rondônia, são decorrentes da Revolução Acreana e do Tratado de Petrópolis que ensejou.

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