Por: Domingos Savio da Cunha Garcia (Professor no departamento de História da UNEMAT; doutorando em Economia Aplicada (área de concentração em História Econômica) no Instituto de Economia da UNICAMP).
As duas primeiras décadas da República presenciaram um acelerado processo de
ocupação de terras por estrangeiros na fronteira do Brasil com a Bolívia, na parte pertencente ao
antigo estado de Mato Grosso. Essa região, de difícil acesso, com escassa presença do Estado na
época e situada na interseção das bacias do Prata e Amazônica, esteve no centro de ações de
estrangeiros, principalmente de belgas, estes com larga experiência na questão colonial.
No quadro da geopolítica internacional do período e das condições de crise política e
econômica vivida pelo Brasil nos primórdios da República, com repercussões inclusive em Mato
Grosso, este trabalho procura mostrar que esse processo de ocupação territorial por estrangeiros
no oeste tinha uma envergadura tal que ultrapassava os limites de uma simples ação econômica
e se cobria de interesses comerciais tendo em vista abrir caminhos para uma ação política.
Por outro lado procuramos recuperar alguns elementos históricos referentes à ocupação
do oeste, particularmente no período colonial, destacando a atração representada pela idéia da
transposição das bacias Amazônica e Platina e a construção mitológica da "Ilha Brasil" como
fator de estímulo à presença estrangeira na fronteira oeste.
1- A ocupação da região oeste do território colonial português na América, constitui um
dos temas de recorrente reflexão por parte da historiografia sobre essa região. Essa contínuo
debate que se realiza sobre o assunto, talvez tenha relação com o fato de que envolva elementos
fundamentais para a geopolítica da região, com traumas que envolvem acontecimentos em
tempos não distantes e que deixaram marcas profundas em nossa história. Dentre esses
acontecimentos podemos destacar a Guerra do Paraguai e a chamada "Questão do Acre" [...]
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