"Surpreendentemente, passado pouco mais de cem anos do início do massacre, a figura do índio aparece de mãos dadas com a dos seus algozes. Nas comemorações do Centenário da Revolução Acreana, o governo do Estado inscreveu o índio na memória discursiva da tal revolução, como se ele tivesse se empenhado em defender o Acre que o destruiu. Uma violência simbólica sem tamanho que a história há de julgar. Veja na gravura acima:
A leitura que se fez dela foi que: a) a conquista da “vasta floresta amazônica” pertencente a outro país, no caso, a Bolívia, foi valorada como “gloriosa”; b) essa “gloriosa conquista” foi capaz de enriquecer “os últimos 100 anos do Brasil”; c) a “bravura” foi fundadora do Estado Independente do Acre; d) a formação do Estado Independente do Acre foi um consenso entre índios e seringueiros nordestinos; e) os seringueiros da região eram todos nordestinos, não havendo migrantes de outras regiões ou estrangeiros; f) os índios eram todos iguais, não existindo diferenças étnicas entre eles; g) a chamada revolução acreana foi um consenso entre todos os moradores da região, e que todos (“o povo”) fizeram a revolução; h) o “povo” só foi capaz de realizar a tal revolução por meio da liderança de Plácido de Castro.
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Duas perguntas são inevitáveis: que índios eram esses mencionados pelo discurso cuja bravura foi fundamental para a constituição do Estado Independente do Acre? Que “povo” era esse do discurso, já que provavelmente menos de 5% da população civilizada da região banhada pelo rio Acre foram realmente à guerra"
CARNEIRO, Eduardo. O discurso fundador do Acre (Dissertação de Mestrado)
Um comentário:
Esta placa citada dá toda pinta de ter sido escrita pelo apedeuta Luiz Inácio Lula da Silva, o texto é bem parecido com as "coisas" que ele costuma dizer e eu chamaria o texto de incongruência literária, só pra citar alguma coisa. O povo do PT acha que os outros são ignorantes.
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