domingo, 30 de agosto de 2009

PIMENTA, Jósé. "Índio não é tudo igual": a construção ashaninka da História e da Política

Resumo Os Ashaninka do rio Amônia no Estado do Acre têm uma longa história de luta, repelindo os invasores desde a época do Império Incaico até a economia extrativista da borracha do século XIX e a exploração madeireira no século XX. Num esforço consciente, reverteram as vicissitudes do contato transformando desvantagens em vantagens, incorporando e dando novos significados a diversos conceitos do mundo dos brancos, tais como comunidade, desenvolvimento sustentável, escola, projeto e cultura. A apropriação desses elementos faz parte da estratégia dos Ashaninka do rio Amônia não só para fortalecer sua identidade étnica frente aos seus parentes de outras áreas ashaninka e aos brasileiros regionais, mas também para concretizar suas aspirações políticas no contexto do indigenismo acreano.
Palavras-chaves: índios Ashaninka, Amazônia, Acre, relações interétnicas, indigenismo, ambientalismo, desenvolvimento sustentável
ÍNDICE
INTRODUÇÃO............................................................................................................... 1
1. Apresentação e informações gerais...................................................................2 2. Orientação teórica............................................................................................12 3. O trabalho de campo: características e limites.................................................23
PARTE I: História...........................................................................................................38
Capítulo I: A história ashaninka e a conquista da Selva Central peruana.........39 1.1. Comércio e guerra: Relações interétnicas na Selva Central.........................40 1.2. O “tempo dos espanhóis”: colonização e revoltas indígenas........................51 1.2.1. Entre a cruz e a espada: A colonização espanhola na Selva Central......................................................................................51 1.2.2. Atahualpa: O filho de Deus e o messianismo indígena.................60 1.3. Os Ashaninka e o Peru independente...........................................................71 1.3.1. A economia caucheira ou o terror na Selva...................................73 1.3.2. “Gringos” e “comunistas”: imagens modernas do terror...............77
Capitulo II: A conquista do Acre e os Ashaninka do rio Amônia.....................85 2.1. A "invenção" do Acre: Conquista, Imaginário e Povos Indígenas...............86 2.2. Os Ashaninka do rio Amônia no tempo dos primeiros patrões....................98 2.3. A "segunda conquista do Acre": Conflitos fundiários, emergência dos movimentos indígena e seringueiro e a "Aliança dos Povos da Floresta".....................................................................................................113 2.3.1.Desenvolver e integrar: a “segunda conquista” da região acreana..................................................................................................113 2.3.2 - A luta dos “Povos da Floresta”: Organização e consolidação dos movimentos indígena e seringueiro.. ........................117
Capítulo III: Auge e fim dos patrões: Exploração madeireira e luta pela Terra.130 3.1. O “rio da madeira”: A exploração madeireira no rio Amônia e suas conseqüências............................................................................................131 3.2. Conflitos interétnicos e demarcação territorial...........................................142
PARTE II “Nós e os Outros”: Identidades e alteridades entre os Ashaninka do rio Amônia..173
Capítulo IV: A visão ashaninka da alteridade............................................178 4.1. Cosmologia ashaninka: A hierarquia do Bem e do Mal.............................178 4.2. O “Outro” mais distante: As representações simbólicas sobre o wirakotxa................................................................................................190 4.3. Os “brabos e os mansos”: A construção da alteridade indígena.................204
Capítulo V: Ser Ashaninka: expressões da etnicidade e instrumentalização da “Cultura”.....217 5.1. Caboclo, Kampa e Ashaninka....................................................................218 5.2. Identidade contrastiva, instrumentalização da cultura e a busca de autenticidade.................................................................................224 5.3. Da “educação diferenciada” à “escola tradicional” e ao uso do vídeo ou como ser Ashaninka com os instrumentos dos brancos......................248
Capítulo VI: “Iguais, porém diferentes”: Identidade étnica e fronteiras nacionais..267 6.1. Antropologia em fronteiras ou a concepção ashaninka da divisa internacional......................................................................................................271 6.2. “Parentes diferentes”: O exemplo de Sawawo...........................................282 6.3- Invasão madeireira na faixa de fronteira................................................... 297
PARTE III: Política.......................................................................................................305
Capítulo VII. Política interna e organização social................................................306 7.1. Do nampitsi a comunidade: Antigos chefes e novos líderes......................307 7.2. Apiwtxa: “A força da união”......................................................................332
Capítulo VIII. Política interétnica e desenvolvimento sustentável...........357 8.1. A noção de “projeto”: Ayõpari com os brancos.........................................358 8.2. “Ãtame Aniro” ou “A Floresta é nossa Mãe”.............................................373 8.3. APIWTXA versus TAWAYA ou os limites do desenvolvimento sustentável.........394
CONCLUSÃO..............................................................................................................417 BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................423

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