Wanderley Dantas, governou o Estado do Acre de 71 à 75, sendo mais um acreano a exercer o mais alto cargo do executivo estadual. Dantas apesar de ser nascido no Acre, não teve por parte dos políticos locais, apoio quando colocou a disposição seu nome ao cargo majoritário. Wanderley Dantas teve em seu favor o grande prestígio que obteve quando foi deputado federal e elaborou um projeto de alfabetização, que lhe consagrou como político. Este projeto foi de grande repercussão nacional, sendo conhecido na época como MOBRAL.
Seu período foi um dos mais marcantes para a história do Acre, principalmente na área econômica, quando o governo federal lançou uma campanha de nível nacional para o desenvolvimento da Amazônia, na qual o Acre estava incluído. Esta campanha visava implantar a pecuária no lugar da economia base que era o extrativismo do látex. De forma abrupta o Acre teve que acatar estas novas medidas, o que desestruturou totalmente a economia acreana.
Wanderley Dantas numa tentativa frustrada de adequar a nova medida, colocou setores do governo à disposição, para que fossem elaborados projetos agropecuários que mobilizassem a implantação do sistema e apoiasse os fazendeiros que vinham ao Acre instalarem-se.
Esta nova proposta econômica do governo federal causou muitos transtornos, principalmente para os seringueiros e posseiros, como também aos seringalistas, que foram expulsos de suas terras devido aos cortes dos incentivos que os ajudavam no beneficiamento e escoamento de seus produtos. O resultado foi o êxodo rural para as cidades mais próximas, principalmente para Rio Branco, aumentando os índices de desemprego e pobreza durante todo este período. Entendemos as medidas do governador Dantas, como inexperiência política, pois ao tentar implantar a pecuária deveria ter sido feito um estudo minucioso da terra, para ver a possibilidade de danos acarretaria a terra. Em algumas fontes encontramos relatos de que o governo sabia que este projeto era inviável, mas que deveria ser executado, o que resultou em um caos para a população acreana.
Geraldo Gurgel de Mesquita – 15/03/1975-15/03/1979
Geraldo Gurgel de Mesquita: de 15 de março de 1975 a 15 de março de 1979;
- 23.04.75 = posse: Prefeito Adauto Brito da Frota [interventor].
- 17.06.77 = posse: Prefeito Fernando Inácio dos Santos.
Geraldo Mesquita exerceu o cargo de governador de 71 à 75 e foi um dos gestores que mais se destacaram no contexto histórico político do Acre. Por sua divergência diante a política que desestabilizou a economia acreana, que seu antecessor Wanderley Dantas adotou. Geraldo Mesquita traçou um plano impedindo a entrada dos grileiros e especuladores de terras no Acre e deu incentivos financeiros e até terras aos pequenos e médios produtores agrícolas, para que voltassem aos locais de onde tinha, saído em busca, de melhores condições de sobrevivência. Com isto Mesquita buscava acabar com os inchaços urbanos que surgiram em decorrência da política de pecuarização, que provocou a saída do homem do campo aos centros urbanos. Todas estas medidas tiveram o apoio do governo federal, que queria a criação dos Projetos de Assentamentos Dirigidos, os PAD’s, surgidos para utilizar as terras federais devolutas através de sua doação aos sem terra para que os mesmos morassem e plantassem para sustentar suas famílias. Com aquela diretriz foi possível resgatar a economia base, o extrativismo pois surgiu outro projeto chamado PROBOR’s que auxiliavam na plantação de seringueiras, que praticamente havia sido extinguida pelo governo Dantas e as medidas do governo federal de pecuarizar a Amazônia.
Geraldo Mesquita, que desde meados da década de 40, quando foi citado como um dos fundadores do PC do B no Acre, até 1975 quando tem o seu nome aprovado pelo regime militar para governar o Acre. Conseguiu realizar um trabalho diferenciado dos exigidos pela ditadura, tão diferente que chegou a ter projetos vetados pelo governo federal, mesmo sem apoio financeiro e com todas essas dificuldades, desenvolve obras de melhoria de vida do homem do campo, dando condições para que os mesmos voltassem aos seus respectivos locais de origem, dos quais tinham sido forçados a sair pelo governo anterior ao seu, na política de desenvolvimento da Amazônia em meados da década de 70, ao qual já mencionamos, Geraldo Mesquita é até hoje apontado como um dos governadores mais dinâmicos e que realmente se preocuparam com o desenvolvimento do Acre, mais cuja história é um pouco confusa, ou seja tem fatos contraditórios que precisam ser esclarecidos.
Geraldo Mesquita, o governador que citamos acima, teve uma particularidade que não encontramos em outros, que foi o seu distanciamento da mídia, ao qual durante todo seu mandato preferiu manter-se isolado, e isto fez com que houvessem pouquíssimas matérias que falassem de seu governo.
Joaquim Falcão Macedo – 15/03/1979-15/03/1983
Joaquim Falcão Macedo: de 15 de março de 1979 a 15 de março de 1983.
Joaquim Macedo assumiu em 79 e ficou até 83. No início de sua gestão, tentou dar continuidade a política de Mesquita, continuar incentivando os PAD’s e os PROBOR’s que ajudavam o homem do campo. Não conseguiu, entretanto, desenvolver o projeto porque estava atrelado ao governo federal, e neste momento o presidente João Figueiredo tinha outras orientações.
Macedo enfrentou diversas crises que lhe fugiram do controle, entre elas as manifestações de descontentamento partidas de setores ligados ao governo, como por exemplo: a primeira greve dos professores do Estado em busca de melhorias salariais. Além de terem sido iniciados os primeiros empates de seringueiros contra fazendeiros, por terem suas terras invadidas pela pastagem.
Este período foi marcado por grandes enchentes e desbarrancamentos que inviabilizaram o desenvolvimento de boa parte do plano governamental, pois os vários financiamentos adquiridos mal davam para atenderem os vários problemas. Outra dificuldade enfrentada, foi o transporte de produtos pela Rodovia Federal BR-364 para abastecerem o mercado local, que em épocas de chuvosas ficava interditada, dificultando a entrada e o escoamento de produtos. Várias reivindicações foram feitas ao governo federal na tentativa de adquirir verbas para a pavimentação, mas não eram atendidas. O Estado passou por momentos de calamidade, chegando a causar a escassez de produtos industrializados, bem como de gêneros de primeira necessidade.
- Flaviano Melo, prefeito de 1981 à 1985
Nabor Teles da Rocha Júnior – 15/03/1983-15/05/1986
Nabor Teles da Rocha Júnior: eleito em 1982, foi governador no período de 15 de março de 1983 a 1986, pelo PMDB;
Nabor Júnior, foi o primeiro governador eleito em 1982 pelo PMDB, após vinte anos de Ditadura Militar. O Acre até então só tinha vivido o processo democrático nas eleições de 62, quando foi eleito José Augusto (PTB) ao governo do Estado, através do voto direto. E vinte anos depois é que o povo do Acre voltaria a conhecer a democracia. Embora muito esperado, esse acontecimento não atingiu as perspectivas almejadas, pois era necessário, para que houvesse uma mudança real, uma verdadeira transformação do quadro a nível nacional, pois o regime ditatorial ainda mantinha-se.
Nabor Júnior permaneceu no cargo de 83 à 86, mesmo com o descrédito que o povo demonstrava para com os governantes, desenvolveu um governo íntegro dentro das condições possíveis que lhes foram oferecidas, o resultado de seu mandato foi tão positivo que renunciou ao cargo para concorrer às eleições ao senado federal, tendo sido eleito pela maioria dos votos. Sua dedicação e honestidade política garantem-lhe até hoje eleitores cativos e uma cadeira assegurada no senado.
- Adalberto Aragão, prefeito em 1985 à 1989.
Iolanda Lima Fleming – 14/05/1986-15/03/1987
Iolanda Lima: era vice-governadora de Nabor Júnior. assumiu o governo por um período de menos de 1 ano em 1986, pelo PMDB;
Iolanda Fleming, foi a primeira mulher no Brasil que exerceu cargo de governadora. Iolanda assumiu o cargo em 86 e saiu em 87, governou com propostas de realizar projetos que suprissem as necessidades do Estado, principalmente na área cultural, tanto que logo de início anunciou a construção de um novo estádio de futebol e um teatro municipal, estas obras ficariam como marcos de seu governo. Mas, novamente as obras no Acre não sairiam das manchetes de jornais, o que revela-se como uma característica da política acreana.
Iolanda apesar de sua popularidade a nível nacional, não chegou a se destacar politicamente durante o seu governo, já que demonstrou imaturidade política. E talvez por ser o Acre um estado conservador com relação a mulheres exercerem cargos majoritários, não tenha conseguido se destacar.
Flaviano Flávio Baptista de Melo – 15/03/1987-02/04/1990
Dr. Flaviano Melo: eleito em 1986. assumiu o governo no período de março de 1987 a 1990, pelo PMDB;
Flaviano Melo ficou no cargo de 87 à 90, segundo governador eleito pelo PMDB. Na década de 80 ele havia sido prefeito da cidade de Rio Branco, cargo no qual fez uma excelente administração, dando-lhe a chance de eleger-se governador do Acre. Em sua gestão, Flaviano Melo ganhou destaque a nível nacional por suas farras promovidas com o dinheiro público, denegrindo a imagem de seu partido, que era dotado de grande credibilidade no Acre, levando-o a renúncia para que não prejudicasse seu partido.
Mas aquele episódio logo caiu no esquecimento do povo, tanto que conseguiu a proeza de eleger-se senador pelo Acre. Hoje Flaviano continua sendo um dos caciques do PMDB, partido pelo qual milita há anos.
Edson Simões Cadaxo – 02/04/1990-15/03/1991
Edson Caxado: era vice-governador do Dr. Flaviano Melo. Assumiu o governo por um período de menos de 1 ano em 1990, pelo PMDB;
Edson Cadaxo, assumiu o governo em 1990 após a renúncia de Flaviano Melo, ficando 11 meses. Em sua passagem pelo governo, Cadaxo tentou restabelecer a imagem de seu partido o PMDB, que tinha sido deturpada por Flaviano. A gestão de Cadaxo não foi de grandes realizações, mas merece destaque pela maneira honesta com que governou.
Edmundo Pinto de Almeida Neto – 15/03/1991-15/05/1992
Dr. Edmundo Pinto: eleito em 1990.
Edmundo Pinto surgiu como a solução para os problemas do Acre. traçou suas metas de trabalho em torno dos principais problemas que o Estado enfrentava, que eram a pavimentação da BR-364 e a construção de um grande canal de saneamento sanitário que beneficiaria a população de Rio Branco. O governador Edmundo Pinto conseguiu com o governo federal, verba para elaborar estas obras. Mas devido às várias denúncias de fraudes de níveis nacional, teve seu nome envolvido e foi indiciado a prestar depoimento na CPI. Deslocou-se até São Paulo para esclarecer os fatos que envolviam seu nome onde foi assassinado, em 19/05/93, antes mesmo de prestar depoimento. Este crime foi de comoção nacional por tratar se de um governador. Ainda assim o crime não foi elucidado e apesar de vários fatores indicarem para um crime político é tratado até hoje como ocasional caso de latrocínio.
Edmundo em pouco tempo de governo, conseguiu permanecer na história do Acre, pelo potencial de trabalho que demonstrou ao tentar solucionar os problemas do Estado.
Edmundo Pinto, elegeu-se em 1990 pelo PDS ao governo do Estado. Após acirrada disputa com o candidato do PT, Jorge Viana.
Romildo da Silva Magalhães – 15/05/1992-01/01/1995
Romildo Magalhães: era vice-governador de Edmundo pinto, com sua morte, assume em 1992 até 1994.
Romildo Magalhães, era o vice-governador de Edmundo e com a morte do mesmo passou a exercer o cargo. Romildo adotou medidas completamente diferentes das de Edmundo, e transformou-se em um dos piores governantes que o Acre possuiu. Em seu mandato houveram muitas denúncias de fraudes, como desvio de dinheiro público, inchaço na máquina administrativa e compra de votos, tantas fraudes sugeriram seu impeachment. Os funcionários públicos ficaram quase seis meses sem receberem salários, ocorreram greves em todas as áreas públicas, neste período o povo acreano viveu seus piores momentos. Romildo Magalhães desestruturou o Estado e também causou a ruína de seu partido o PDS na época, o atual PPB.
Em sua gestão Romildo inaugurou a grande obra esperada pelos acreanos e que foi reivindicada por Edmundo Pinto, que era a pavimentação da BR-364. Com esta rodovia o Acre saiu do isolamento e passou a integrar o eixo rodoviário com os estados do centro-sul.
Orleir Messias Cameli – 01/01/1995-01/01/1999
Orleir Cameli - Eleito em 1994, assumiu o Governo em 1995 devendo permanecer até 1998.
Orleir Cameli, foi eleito em 1994 (pelo PPB) ao governo, pelo trabalho que tinha desenvolvido em Cruzeiro do Sul (interior do Acre), enquanto prefeito. Orleir apesar de não ser conhecido politicamente, era um empresário bem sucedido que se enquadrava no perfil do candidato do povo acreano, muito conservador. Este governo como outros, não realizou grandes obras e simplesmente continuou a política de manutenção do que já estava feito, e de investir em obras que só beneficiaram uns poucos. Por isso também teve seu nome envolvido em escândalos no que foi cogitado seu impeachment, porém as denúncias não foram comprovadas.
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