O texto discute a formação do Acre durante o ciclo da borracha entre 1904 e 1945, fazendo uma análise da economia, política e das representações. O objetivo principal desse trabalho é analisar a inserção do Acre no contexto do ciclo da borracha, procurando assim contribuir para um debate historiográfico mais amplo sobre esse tema. O foco do trabalho são as empresas seringalistas, elaborando uma narrativa que enfoca a maior de todas elas na região, a N & Maia e Companhia. A tese defende que com a falência do ciclo da borracha a partir de 1910, as empresas seringalistas no Acre que souberam se adaptar a esse cenário de crise foram se consolidando como senhoras dos domínios econômicos, políticos e sociais da região. A tese é desenvolvida dividindo-se em três partes, que contextualizam esse cenário da seguinte maneira: a) uma primeira onde se discute como se formou a mão de obra dos seringais e consequentemente aquela capaz de gerar renda aos seringalistas; b) uma segunda onde elabora-se uma investigação sobre a constituição da cadeia de aviamento da borracha e como as empresas seringalistas conseguiram superar essa rede, que entrou em colapso a partir de 1910; c) a última parte debate com as formas de representação do Acre no período do ciclo da borracha, sendo uma delas oriunda de uma visão senhorial ancorada na opulência e outra que se caracteriza pelos registros de uma região precária e marginal perante o restante da Amazônia.
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